Mesmo sem turistas, locações da série da Netflix viram "tour Emily em Paris"
Apesar das polêmicas e críticas sobre o exagero de clichês, a série "Emily em Paris", da Netflix, é sucesso mundial. E mesmo sem os milhares de turistas impedidos de vir à capital francesa devido à pandemia, os locais de locações se transformaram em "tour" pelos fãs que moram na cidade e postam o passeio nas redes sociais. O principal deles é a Praça da Estrapade, onde está localizada a livraria Portuguesa e Brasileira de Paris.
"Emily em Paris" é uma comédia romântica que conta a história de uma jovem americana transferida para trabalhar em uma agência de marketing da Cidade Luz. A série reforça vários esteriótipos sobre os franceses — sexistas, mau-humorados e pouco chegados a um banho —, além de mostrar uma Paris idílica. Mas a produção da Netflix conquistou o público no mundo inteiro e é uma das mais indicadas para maratonar.
A jovem brasileira Maria Carolina Cardoso Mattos, de 15 anos, que mora em Achères, na região parisiense, se identificou com a personagem principal, assistiu à primeira temporada em um único dia e quis visitar os locais de locação "para ver e estar onde a série foi gravada".
O Tour Emily em Paris, que rapidamente ganhou visibilidade nas redes sociais e foi compartilhado inclusive pela agência de turismo da capital, começa na pequena Praça da Estrapade, onde a personagem mora. O endereço fica no quinto distrito de Paris, ao lado do Panteão, no coração do Quartier Latin. O passeio segue por locais turísticos mais conhecidos, como o Jardim de Luxemburgo, as margens do Sena, a Praça de Valois ou o Jardim do Palais Royal.
A brasileira radicada em Paris Thaiany Bonafé, há três anos, trabalha fotografando passeios de turistas brasileiros pela cidade. A fotógrafa achou "sensacional a série mostrar bastante Paris". Ela refez o percurso da jovem americana, postou em suas redes sociais e influenciou várias pessoas.
"Muitos clientes, vários seguidores já pediram que, quando vierem a Paris, vão querer fotos nesses lugares. Eles dizem: 'Ah, eu quero fazer esse tour da Emily!' Essa série famosa está influenciando as pessoas. Eu acho bem legal explorar a cidade assim", disse Thaiany.
Balão de oxigênio
Devido à crise da covid-19, o número de turistas em Paris despencou desde o primeiro semestre. Com a exibição da série a partir de outubro, a frequentação da Praça da Estrapade e do comércio local subiu. Quem descobre o local vai até a padaria Moderne, do padeiro Thierry Rabineau, onde Emily experimentou pela primeira vez um "pain au chocolat". Ele conta que o produto faz "muito sucesso" e "as pessoas compram um 'pain au chocolat', fazem um selfie e dizem 'Oh My god', como a Emily", na frente da padaria.
Segundo Rabineau, antes do início da segunda quarentena na França, a partir de hoje, "passavam no máximo 50 pessoas por dia por causa da série. E nesse contexto de covid, isso ajuda a recuperar um pouco as vendas".
Ao lado da padaria fica o restaurante do charmoso chef Gabriel, paquera de Emily na série, e que na vida real é do italiano "Terra Nera". O proprietário Valério Abate até criou um cardápio "Emily em Paris" para agradar a nova clientela, bem-vinda nessa época de crise, mas infelizmente ele deverá fechar as portas com a decretação do novo lockdown no país.
"Estamos muito felizes de ter participado dessa série que é um sucesso planetário. Esse é um período muito difícil devido à pandemia e essa nova clientela foi um balão de oxigênio que nos ajudou. Muita gente faz fotos do restaurante, mas também vem comer. Até criamos um cardápio "Emily em Paris", informa Valerio Abate. "Infelizmente, essa publicidade vem em um momento ruim", lamenta o dono do Terra Nera.
"E de repente, saímos do anonimato"
Quem também saiu ganhando com o sucesso da série "Emily em Paris" foi a única livraria Portuguesa e Brasileira da cidade, que também fica na Praça da Estrapade e é vista em várias cenas da série. "E de repente, saímos do anonimato", postou a livraria em sua página no Facebook. A situação é confirmada pelo vendedor Casemiro de Carvalho.
"Saímos do silêncio. Temos mais clientes e um público diferente que entra na livraria. As portuguesas e brasileiras, que viram a livraria na série, vêm ver a praça por conta da série e até compram livros", relata Casemiro, que também é estudante de cinema e confirma que Emily em Paris, "não é a melhor série do mundo, traz muitos clichês, mas propicia um momento agradável".
A nova quarentena na França, em vigor a partir de hoje, suspende todo esse movimento e aumenta a expectativa com a segunda temporada da atração.
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