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Muitos protestos, 11 mil policiais e Lula: o que esperar da coroação de Charles

O rei Charles 3º e a rainha consorte Camilla em banquete de Estado em novembro de 2022 - PA Images/Alamy Stock Photo/Divulgação Buckingham Palace
O rei Charles 3º e a rainha consorte Camilla em banquete de Estado em novembro de 2022 Imagem: PA Images/Alamy Stock Photo/Divulgação Buckingham Palace

Vivian Oswald

Em Londres

03/05/2023 04h00

A cerimônia de coração do rei Charles 3º, evento mais esperado do ano no Reino Unido, desperta sentimentos contraditórios entre os britânicos: há os que gostam, os que são indiferentes e aqueles que são contrários. E, para estes últimos — bem menos numerosos — essa é a maior oportunidade que terão para se manifestar contra a instituição da Realeza, como promete o grupo antimonarquista Republic. Afinal, a última coroação, da rainha Elizabeth 2ª, aconteceu há 70 anos.

Marcada para sábado (6), o evento deve reunir dezenas de milhares de pessoas no centro de Londres, por onde passará a procissão do soberano até a chegada na Abadia de Westminster, onde ele a mulher, Camilla Parker, serão ungidos pelo arcebispo da Cantuária e coroados.

Ruas inteiras estarão fechadas, haverá regime especial para o sistema de transportes e segurança reforçada, com 11 mil policiais nas ruas. Dezenas de milhares de entusiastas e curiosos devem acompanhar a procissão até a Abadia de Westminster in loco. E é em meio a tudo isso que o grupo antimonarquista pretende fazer seu maior protesto de todos os tempos.

Para isso, o Republic tem convocado pessoas de toda a ilha para protestos em Londres, onde promete pelo menos mil manifestantes que devem empunhar cartazes com dizeres do tipo "este não é o meu rei" e "abaixo a monarquia".

Na sua página na internet, o grupo avisa que, quando todos os olhos do mundo estiverem direcionados para a coroação no dia 6 de maio, será o momento de exporem sua objeção em alto e bom som, de maneira visível e impossível de ser ignorada.

O grupo pede que as pessoas vistam amarelo e que os cartazes sejam escritos em letras negras em fundo amarelo. Eles ainda oferecem a possibilidade de se fazer o download dos dizeres com as hashtags #notmyking e #abolishthemonarchy. Mas recomendam que as pessoas evitem mensagens ofensivas ou acusações contra integrantes da família real.

A expectativa é que os protestos sejam pacíficos, embora alguns tabloides vejam riscos para a segurança. No final de semana, o filho mais velho da rainha Camilla, Tom Parker Bowles disse em entrevista a um jornal britânico que todos têm o direito de manifestar sua opinião.

O ministro da Segurança, Tom Tugendhat, disse à Times Radio que o evento foi uma das operações de segurança mais importantes que o país já montou. "A polícia está, para dizer o mínimo, em tudo, e nossa inteligência e outras forças de segurança estão extremamente cientes do desafio que enfrentamos", disse ele.

Lula é um dos 2 mil convidados da coroação

A cerimônia da coroação será transmitida ao vivo para centenas de milhões pela televisão. O Palácio de Buckingham, a pedido do rei Charles 3º, diz preparar uma cerimônia mais simples, se é que é possível que isso aconteça, dado o protocolo e ritos de séculos que serão repetidos no dia 6.

Foram disparados convites para 2.000 convidados, entre eles chefes de Estado e de governo mundo afora. A expectativa é a de que o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva compareça.

Multidões são esperadas no entorno do trajeto que levará o rei e a rainha do Palácio de Buckingham, a residência oficial, até a abadia. As áreas em que será possível ver o desfile ficarão abertas para o público a partir das 6 horas da manhã.

A missa da coroação está prevista para 11 horas da manhã no horário de Londres. No final da tarde, o rei e a rainha são esperados na sacada do palácio de Buckingham, de onde acenarão para súditos e fãs.