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DJ que protagonizou polêmica na cerimônia de abertura é ameaçada de morte

Da RFI*

30/07/2024 10h43Atualizada em 30/07/2024 14h56

A DJ francesa Barbara Butch, que escandalizou a extrema-direita com cena queer acusada de se inspirar na Santa Ceia (informação que depois foi desmentida pela organização) durante a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, apresentou uma queixa por assédio cibernético agravado, ameaças de morte e insultos públicos, informou uma fonte próxima ao caso nesta terça-feira (30).

A artista, uma ativista feminista, antigordofobia e lésbica, havia reclamado no Instagram no dia anterior que, desde sua apresentação, ela havia sido "alvo de mais um assédio cibernético - particularmente violento".

"Ameaçada de morte, tortura e estupro" e alvo de 'inúmeros insultos antissemitas, homofóbicos, sexistas e gordofóbicos', ela decidiu registrar uma queixa, disse sua advogada, Audrey Msellati, em um comunicado compartilhado na rede social pela DJ.

A DJ francesa Barbara Butch escandalizou a extrema-direita durante a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris Imagem: Reprodução/Instagram

"Embora eu tenha decidido inicialmente não me manifestar para deixar os 'haters' se acalmarem, as mensagens que estou recebendo são cada vez mais extremas", explicou a artista.

"Aqueles que atacam Barbara Butch o fazem porque não suportam o fato de ela poder representar a França, por ser mulher, lésbica, gorda, judia... O problema é sua intolerância e seu obscurantismo", disse Audrey Msellati à agência AFP nesta terça-feira.

"Ao atacá-la, eles estão atacando os valores, os direitos e as liberdades da França, que ela representa por sua existência na arena pública e, em particular, pelo fato de que ela se apresenta para o seu país em uma vitrine mundial", acrescentou.

COI condena ataques à DJ

Por sua vez, o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos na terça-feira "condenou veementemente" o assédio cibernético sofrido pela "equipe artística" da cerimônia de abertura.

Barbara Butch se apresentou durante a cena intitulada "Festivity", que começou com uma imagem de um grupo à mesa, incluindo várias drag queens famosas [Nicky Doll, Paloma e Piche, reconhecível por sua barba loira], que alguns interpretaram como uma zombaria da última refeição de Jesus com seus apóstolos, a Última Ceia.

A sequência foi fortemente criticada por políticos de extrema-direita, especialmente na França e na Itália, mas também por Donald Trump, enquanto o episcopado francês deplorou "cenas de zombaria e escárnio do cristianismo".

O diretor artístico da cerimônia de abertura, Thomas Jolly, negou que tenha se inspirado na Última Ceia e disse que era "mais uma questão de criar uma grande celebração pagã ligada aos deuses do Olimpo".

* Com a AFP

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