A cantora curitibana Karinah, de 40 anos, entende o tamanho da conquista: "No Fim do Mundo", sua parceria com Belo, alcançou a primeira posição da lista das canções mais executadas de samba e pagode das rádios do Brasil, na última semana. Com mais de 20 anos de carreira, ela sabe bem como é difícil para uma mulher emplacar um sucesso em um gênero musical historicamente dominado por homens.
É a mulher ocupando o seu lugar ao sol após mais de 20 anos. Vamos para cima, mulherada!
Karinah, em publicação no Instagram
Mas o sucesso de Karinah ainda é um caso isolado: nenhuma outra cantora aparece na lista dos 15 pagodes mais tocados, segundo levantamento da Connectmix, empresa que reúne os dados de execução de músicas nas rádios do Brasil inteiro.
Karinah faz parte de um grupo de cantoras que conseguiram destaque mais de duas décadas depois do boom do pagode romântico, nos anos 1990. Com ela estão artistas como Marvvila, Jecy, Ana Clara, o grupo Entre Elas e outras.
No passado, a mulher costumava aparecer como musa inspiradora de canções feitas por homens e que viraram sucesso no país inteiro. No entanto, era raro ver uma mulher cantora de pagode, fosse nos programas de rádio e TV, ou mesmo nos palcos.
De lá para cá, o panorama não mudou muito. Ainda são poucos os casos de sucesso entre as pagodeiras. Mas por que, afinal, é tão difícil para uma mulher ser bem-sucedida no pagode? Chegou a hora de as mulheres ocuparem um espaço de protagonismo no ritmo?