Na frente da produtora GR6, localizada na zona norte de São Paulo, um jovem olha fixamente para dentro da casa que serve de sede da empresa, pelas frestas do portão de ferro. Na parte de dentro, eu converso informalmente com o empresário Alexandre Santana, 36, o Gugu.
Depois de uns cinco minutos observando, o rapaz se aproxima da grade e chama Gugu. Ele explica que tem um sonho de ser MC e pede para cantar uma de suas músicas. O empresário recusa e explica que o garoto deve entrar em contato pelo Instagram.
Não dá, filho. Você vai cantar aqui e eu estou com vários BOs na cabeça. Não vou te dar a atenção que você merece. Me chama lá, viu?
Esse tipo de abordagem de jovens sonhadores é parte da rotina do descobridor de talentos que já revelou nomes como MC Kevin (1998-2021), MC Pedrinho, MC IG e vários outros.
Seus pupilos somam mais de 1 bilhão de reproduções no YouTube e nas plataformas de streaming.
Gugu foi músico de pagode, mas trocou o palco pelos bastidores. Com seu número pessoal disponibilizado no seu Instagram para mais de 500 mil seguidores, ele recebe quase uma centena de mensagens diariamente pedindo ajuda para realizar o sonho.
Quem dá essa oportunidade do moleque crescer, comprar uma casa boa para família, um carro importado, viver a vida sem sufoco? É só funk. Olha o Kevin, ele era um exemplo de sucesso para molecada.