Com 25 anos, Kaire Jorge é diretor-executivo da produtora Boogie Naipe, dono de selo musical que abriga grandes revelações do trap brasileiro, além de ator e modelo. Por essa sequência, a responsabilidade já seria grande.
Mas, na certidão de nascimento, ele carrega o nome da mãe, Eliane Dias, e do pai Pedro Paulo Soares, o Mano Brown.
Kaire encara a "pressão" como uma bênção, não um fardo. Sabe aquele camisa 11 do seu time que foi destaque nas categorias de base e precisa conduzir o elenco rumo ao título? O estádio pode estar lotado que o atleta gosta. Ele nasceu para isso.
Falar que sou filho do Mano Brown não me incomoda. Sei que meu pai é uma referência, é algo que faz parte. Mas eu estou trilhando meu caminho. Eu sou o Kaire Jorge, diretor-executivo, empresário, produtor e filho do Mano Brown. Hoje a lista é essa [risos].
E é essa lista que justifica o título desta reportagem. Entre os jovens, essa formalidade de chamar "chefe" já não é comum. Algo mais carinhoso, mas que ainda deixa claro quem manda, é o termo "chefuxo". Assim que Kaire é visto.
A paixão pela música, claro, ele aprendeu dentro de casa. Com o pai, integrante do Racionais MCs e uma das maiores referências da música nacional, desde muito pequeno ele esteve próximo do universo do hip-hop —embora ser MC nunca fosse uma opção.
Hoje, Kaire comanda a Labbel Records, selo que trabalha com os artistas Danzo e Yunk Vino, destaques da cena trap nacional. Inspirado em nomes como Sean Combs (ex-Puffy Daddy e atual Diddy) e Jay-Z, artistas/empresários do rap americano, ele sonha em ver seu trabalho ajudando a quebrar paradigmas para a cultura que ele acompanha desde que nasceu.