Lolla pra todos os gostos

Quem conseguiu tirar o pé da lama dançou, cantou e se emocionou ao som de rock, pop, trap, rap, funk...

Bruna Monteiro de Barros Editora-chefe de Splash, em São Paulo Mauricio Santana/Getty Images

Teve Lollapalooza pra (quase) todo mundo de sexta (22) a domingo (24) em São Paulo. Mas poucos se deram tão bem quanto os fãs dos Titãs. O show que encerrou o sábado de festival e marcou o fim da turnê extremamente bem-sucedida do encontro da banda paulistana teve duas horas e meia, o que é um grande privilégio quando se trata de Lolla. Poucos nomes, como Foo Fighters e Metallica, tiveram tanto tempo no line-up.

Quem curte pop punk (um termo que é um contra-senso, diga-se) também comemorou. The Offspring e Blink-182 fizeram dois dos shows mais celebrados da sexta-feira. O Blink, aliás, é uma das atrações inéditas deste Lolla. O seu público estava sedento por causa do cancelamento de 2023 e abarrotou a pista principal. Claro que não podia faltar polêmica. Uma piada machista deu o que falar nas redes sociais.

Os indies, público fiel do Lolla, não tiveram do que reclamar. Indie da velha guarda se acabou com os canadenses do Arcade Fire e os franceses Phoenix. Já uma geração indie mais nova não deixou pedra sobre pedra no show dos ingleses Nothing But Thieves.

O povo da eletrônica se esbaldou no tecno animado da veterana Kittin e com a dupla The Blaze, nova representante do "french touch". Teve momento roda com o caldeirão de ritmos, batidas e letras poderosas do BaianaSystem e também com nu-metal do Limp Bizkit.

Marcelo Justo/UOL
Natália Rampinelli/Agnews

Gil, rap, trap e funk

Gilberto Gil não precisou preparar nada especial e ficou bem à vontade para tocar o coração de gerações. Por falar em gerações, três delas se encontraram num momento emocionante do rap paulista. Rael chamou Emicida e Mano Brown pro palco e algo mágico aconteceu. Duas minas do rap também estavam no line-up. A jovem MC Soffia "realizou seu sonho" e tocou pra plateia embaixo de chuva. Já MC Luanna teve atraso, show interrompido e desabafou na internet.

No trap, Oruam chamou atenção por causa da camiseta que homenageou o pai, Marcinho VP, mas no palco ao lado de TZ da Coronel mostrou por que o estilo está tão em alta.

No funk, MC Livinho representou homenageando Michael Jackson. Foi sucesso dentro e fora do Lolla. As redes amaram.

Mariana Pekin/UOL

Ele, o rei pop

E o pop? O pop foi o rei do domingo. O britânico Sam Smith entregou uma performance grandiosa com direito a momentos "vela com luz do celular" e dance. O povo teve que correr pra ver a estreia brasileira da norte-americana SZA, que emocionou a multidão cantando seu r&b que arrebata cada vez mais fãs ao redor do mundo.

Pagode? Não teve. Mas Péricles passou por lá convidado por uma marca pra lembrar o povo disso. Quem sabe da próxima vez...

Lama além do aceitável

Outra presença ilustre que não dá pra ignorar é a lama. Foi demais. A galera diz que é sempre assim, que quem reclama é chato, mas até o diretor artístico, Marcelo Beraldo, concordou em entrevista a Splash que é necessário fazer alguma coisa. É uma questão de acessibilidade, quem é PCD, por exemplo, não consegue se locomover.

E não só, as redes sociais ficam cheias de videocassetada de gente escorregando, caindo, como se fosse engraçado, mas é perigoso, pode machucar. Além do mais, o ingresso é caro, o evento é lotado de marcas ostensivamente fazendo propaganda, é muito dinheiro envolvido para as pessoas não terem um chão decente para caminhar. Não faz sentido.

Para quem gosta da lógica de que "faz parte da experiência", cria-se um cercadinho de passagem com lama, no resto do espaço pode investir em grama sintética ou em mais piso de plástico como os que já tem. Ou o que os engenheiros acharem mais apropriado. Deve ter solução.

Folhapress

DEU BOM x DEU RUIM

  • DEU BOM

    1. Mais bandas 2. Mais artistas brasileiros 3. Inclusão de estilos como funk e trap 4. Transporte público 24 horas

  • DEU RUIM

    1. Muita (muita) lama 2. Horários dos shows muito perto + palcos longe 3. Fila do banheiro 4. Som baixo para o público longe dos palcos maiores

FALA, GALERA

OS MELHORES SHOWS

  • Arcade Fire

    (Claudia Assef)

  • King Gizzard

    (Claudia Assef)

  • SZA

    (Claudia Assef)

  • Jungle

    (Claudia Assef e Thiago Ney)

  • Rael

    (Thiago Ney)

  • Sam Smith

    (Thiago Ney)

OS PIORES SHOWS

  • Thirty Seconds to Mars

    (Claudia Assef e Thiago Ney)

  • Dayglow

    (Claudia Assef)

  • Greta Van Fleet

    (Thiago Ney)

  • Kings of Leon

    (Thiago Ney)

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