Se o NK não morreu, foi livramento de Deus
NK é a sigla para Neguinho do Kaxeta, nome artístico de Júlio César Ferreira, 34. E o livramento que o MC passou foram 11 tiros - sete atingiram o cantor - numa emboscada em 2012.
Como sequelas, apenas a lembrança do incidente e falta de explicações para o motivo do crime.
De verdade? Eu nunca fiz nada para ninguém, nunca investi em nada de errado, não imagino por que fui alvo. Me ligaram várias vezes me ameaçando, falando que eu iria morrer. Mas não botei fé.
Sobreviver e se reinventar é uma espécie de mantra para o cantor. Com mais de 20 anos de carreira, ele já passou por todas as fases do funk em São Paulo. Ele estava lá quando tudo começou, na Baixada Santista, e segue como pilar até hoje.
As duas décadas destoam da cultura paulistana do baile funk , que ainda não produziu artistas com mais de 10 anos de carreira em alto nível - com exceção de Kaxeta. E os números atestam isso: só no YouTube, as músicas do funkeiros somam mais de 1 bilhão de visualizações - isso mesmo, com b de bola.
Com uma carreira tão longeva e músicas com mensagens de motivação, o cantor é visto como uma espécie de professor que aprendeu na prática todos os caminhos.
Mas ele rechaça o rótulo. Inclusive, acredita que está alguns passos atrás da nova geração, que sempre apresenta para ele novidades e tendências que agradam o público.