19 de agosto de 1981. Eram 9h30 quando o SBT (Sistema Brasileiro de Televisão) entrou no ar, ao vivo. A primeira transmissão mostrava a cerimônia de assinatura do contrato de concessão do canal Senor Abravanel, mais conhecido como Silvio Santos, direto de Brasília.
Hoje o SBT completa 40 anos e tem, diante de si, um panorama que parece incerto: Silvio Santos chegou aos 90 anos, e a empresa se aproxima, cada vez mais, de um modelo familiar de negócios.
Qual será o futuro do SBT?
Caso Silvio decida se aposentar em breve —o que não parece ser um plano—, o mais provável é que uma de suas filhas assuma o comando da emissora. Para João Paulo Hergesel, professor de pós-graduação na PUC-Campinas, a responsabilidade possivelmente ficará com Patrícia Abravanel.
"Como uma família circense, em que o comando vai passando de geração para geração, o SBT é um circo eletrônico. De tal modo, é natural que Silvio passe seu bastão para uma de suas filhas, possivelmente a Patrícia", arrisca ele, que também é autor dos livros "A Telepoética nas Produções do SBT" e "Estilo SBT de Comunicar".
Colunista de TV da "Folha de S.Paulo", Cristina Padiglione é direta: "O SBT não tem ninguém à altura para substituir Silvio Santos. Na verdade, ninguém tem".
A TV brasileira preparou bons apresentadores de auditório, mas ninguém tem o dom de vendedor do Silvio. Ele tem um didatismo que chega à compreensão da massa como nenhum outro comunicador. Mesmo na Globo, há profissionais muito bons e mais antenados com a realidade, mas nenhum deles tem o talento do Silvio.