Kingdom Hearts
Visualmente, o jogo captura o detalhismo característico da Square com o visual mágico da Disney - não se trata de tecnologia de ponta, mas de uma direção artística sem precedentes nos videogames. Cada segundo de "Kingdom Hearts" encherá a tela de sua TV com mundos mágicos baseados em filmes como A Pequena Sereia, O Estranho Mundo de Jack e Aladdin, e personagens carismáticos como Cid Highwind, Squall Leonheart e até mesmo a saudosa Aeris Gainsborough.
A trama do jogo é típica de um jogo da empresa: um garoto angustiado chamado Sora se vê forçado a viajar pelo mundo para resgatar sua amiga, ponderando grandes questões existenciais pelo caminho. A diferença é que cada um desses mundos é tirado diretamente de um filme da Disney, com as ocasionais aparições de personagens da Square. O que soa estranho na teoria funciona perfeitamente na prática, devido em grande parte à perfeita adaptação dos desenhos 2D para modelos tridimensionais que não falham em encantar o jogador a cada seqüência não-interativa das muitas horas de jogo.
O som também não desaponta. Todos os personagens falantes são dublados por uma equipe de primeira linha. Além de convocar todos os dubladores oficiais da Disney (a grande exceção sendo Robin Williams no papel do Gênio, substituído por Dan Castellaneta, o Homer Simpson), o jogo traz nomes como Haley Joel Osment (de O Sexto Sentido) no papel principal; David Boreanaz, de Angel e James Lance Bass, do N-Sync. As músicas não são as costumeiras oferendas de Nobuo Uematsu, tendendo para algo bem mais pop, mas nem por isso de menor qualidade.
Infelizmente, nem tudo é perfeito em "Kingdom Hearts". Apesar do altíssimo valor de produção, a jogabilidade parece ter ficado em segundo plano durante a criação do produto. Como o jogo tem muitos elementos de ação - pulos precisos, combate em tempo real e muita exploração - a câmera e os ambientes passam uma boa parte da aventura conspirando contra o pobre Sora. Para piorar isso, muitos dos eventos e quebra-cabeças que fazem a trama progredir são ilógicos ou frustrantes... e isso é um grande pecado em um jogo feito para o público mais novo (para quem o game definitivamente foi criado, como evidenciado pela simplificação do sistema de perícias e itens).
Uma das escolhas mais estranhas é o uso do direcional direito para escolher opções de ação em um menu, com um único botão para ação. Se cada botão recebesse uma ação, o sistema seria muito mais intuitivo - novamente, atrapalhando os jogadores-mirins que se interessariam pelas aventuras de Sora, Pateta e Donald.
Pequenos detalhes, como a colocação triste dos Save Points agrava a situação, e muitas vezes longas seqüências não-interativas precisam ser assistidas dezenas de vez quando você morre em um chefe mais difícil. Isso não é o suficiente para promover "Kingdom Hearts" ao título de um jogo ruim, mas certamente cria uma frustração desnecessária. Talvez a maior ofensa seja o mini-game da Gummi Ship, um pequeno segmento de ação extremamente sem graça que fica deslocado no resto do jogo.
Nota: 8 (Ótimo)
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