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Paper Mario: The Thousand Year Door

29/10/2004 18h00

"Paper Mario" foi um RPG diferente da Intelligent Systems, um dos estúdios da Nintendo que sempre deu valor aos jogos 2D desde os dias do Nintendo 64. O game era um RPG com o famoso encanador italiano, mas com um diferencial: toda a apresentação era feita como se fosse uma colagem de recortes de papel. Agora, a continuação repete muitos elementos do original, mas em um game ainda mais impressionante.

Tudo começa com um mapa...

"The Thousand Year Door" começa com a princesa Peach encontrando um mapa de um tesouro milenar em sua viagem para uma cidade infestada de piratas e ladrões. Ela manda o mapa para Mario por carta, pedindo sua ajuda para encontrar o tesouro. Claro, quando Mario chega ao local, a princesa desapareceu, e ele logo ganha o objetivo manjado: mais uma vez resgatá-la.

Revelar mais da trama seria um desrespeito aos fãs: "Paper Mario" oferece um dos mais elaborados e divertidos enredos para RPG, mesmo que com seu tom mais descontraído e satírico. Cada um dos ajudantes que Mario recrutará em sua aventura conta com uma personalidade própria que soma ainda mais dinâmica à história (já que, mais uma vez, nosso herói não fala uma palavra durante o jogo inteiro). Conhecer referências da passado da Nintendo e de seus personagens, assim como clichês dos jogos de ação e RPG, ajudam a garantir algumas risadas extras.

Cada um dos colegas de Mario tem um poder especial, que serão usados para resolver os quebra-cabeças do jogo ou ajudar nas horas mais difíceis. Será preciso saber usar de maneira criativa suas habilidades, misturando um pouco de lógica e um pouco de reflexos rápidos para solucionar os desafios da missão.

Meio RPG, meio aventura

O sistema de combate do jogo repete a fórmula do título para Nintendo 64, que por sua vez trouxe alguma inspiração do RPG da Square. Os principais golpes do encanador são pulos e marteladas, cada um com algum tipo de "mini-ação": apertar o botão no momento em que ele salta para aumentar o dano, ou segurar o direcional para trás enquanto carrega a força do martelo, por exemplo. Esses pequenos artifícios ajudam a prender a atenção e manter o ritmo acelerado do combate. Apesar de ser um RPG, muitas vezes o jogador sente que é um jogo de ação light com elementos leves de RPG. E ao contrário dos RPGs tradicionais, todos os valores de ataque e defesa são pequenos: nada de ataques de 600 pontos de energia - todos os valores são baixos e podem ser calculados de cabeça. Além de tudo isso, o game adiciona uma platéia de teatro nas batalhas que... é melhor ver pessoalmente, mas é mais um toque criativo da empresa.

O visual do jogo merece um destaque à parte. Além de usar essa brincadeira de tudo ser fino como papel - e Mario pode literalmente virar um avião dobrável ou passar entre vãos virando de lado - a direção de arte brinca muito com esse conceito. Cada tela é montada como um daqueles livros que se desdobram quando uma página é virada, e certos efeitos transformam elementos 3D em folhas 2D, criando um efeito surreal que deve ser visto. Quem precisa de perspectiva?

Coadjuvantes de peso

Fãs do original ficarão felizes em saber que mais uma vez será possível controlar Peach nos interlúdios, além de um certo Koopa gigante que não gosta muito do herói. Apesar de interromper a trama principal, essas duas partes da aventura são igualmentes engraçadas e cativantes.

Nota: 10 (Imperdível)