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Assassin's Creed

22/02/2008 15h47

Críticas da imprensa especializada não impediram "Assassin's Creed" de se tornar um dos grandes sucessos de vendas, no final do ano passado, tanto para Xbox 360 quanto para Playstation 3. Mas apesar de não ter feito, ao menos por enquanto, um anúncio a respeito da inevitável continuação, a Ubisoft já consolidou as aventuras do assassino Altair como uma franquia, com o lançamento deste "Altair's Chronicles", que narra acontecimentos anteriores aos do jogo original para os consoles de mesa.

Aventura simplificada

O que mais chama atenção para este jogo de bolso é que, ao contrário do que ocorreu com o primeiro, ele deixa toda a narrativa e o desenvolvimento de personagens de lado para funcionar mais ou menos como um jogo ao estilo arcade, sem muita enrolação - Altair precisa encontrar um cálice sagrado que pode unificar os povos e acabar com os conflitos da Terceira Cruzada. Cada missão conta um pedaço da história, sem muita inspiração.

O universo tridimensional obviamente é mais limitado, e agora Altair funciona como um parente do protagonista de "Prince of Persia", cujo objetivo principal é pular sobre espinhos e buracos para encontrar o caminho correto pela fase, enfrentando vários inimigos no trajeto. É um jogo de aventura bem direto, sem toda a exploração dos cenários de seu irmão mais velho.

Claro que Altair tem suas diferenças. Ele tem um arsenal bem completo, com direito até mesmo a uma balestra e vários tipos de bombas, e conta com a possibilidade de upgrades na sua barra de energia e no poder de sua espada, a arma principal - que no fim das contas, será a mais eficiente e, conseqüentemente, a mais utilizada.

Dos consoles maiores ele herdou a possibilidade de furtar objetos e interrogar informantes. Isto ocorre na forma de dois minigames muito simples e divertidos. Durante o roubo, a tela de toque do console mostra o compartimento onde está o objeto desejado está, como uma chave em um bolso. Com a caneta stylus é necessário arrastá-la até a borda, sem deixar que ela esbarre nas outras coisas que estiverem guardadas junto com ela - o que poderia alertar a vítima do golpe. Já o interrogatório funciona como um jogo de ritmo, a exemplo de "Elite Beat Agents", com Altair utilizando pontos de pressão para fazer com que seu alvo abra o bico.

Pressa ou ambição?

Claro que mudanças são necessárias para transpor um jogo de Xbox 360 ou Playstation 3 para o DS, e todas as idéias apresentadas são válidas. A pequena aventura de Altair tem seus bons momentos, com muita correria por telhados e pontes que desabam e lutas contra vários inimigos. No fundo, era uma idéia que até poderia dar muito certo.

O problema é que tudo parece inacabado, deixando uma grande dúvida no ar: os vários defeitos do jogo foram por falta de tempo para polir o produto ou a adaptação foi ambiciosa demais para o pequeno console de duas telas?

O que mais chama atenção são os gráficos 3D, que se apresentam de maneira rudimentar, além de rodarem com uma taxa de quadros muito baixa, dando uma impressão de lentidão bastante incômoda, como se aquilo na tela fosse uma versão preliminar do jogo.

Há uma grande variedade de bugs também, principalmente em relação ao sistema de colisão, o que faz com que você morra por cair em buracos que não existem, por exemplo, e também à conclusão dos minigames, já que em algumas vezes você consegue o que precisa mesmo falhando no processo. O sistema de checkpoints também incômodo, pois muitas vezes não há o registro do último ponto alcançado no meio da fase, lançando o jogador para o início da missão em caso de morte.

O combate, assim como no jogo anterior, é extremamente repetitivo, mesmo com várias armas à disposição. A questão é que elas, raramente, pedem para ser utilizadas. Como a espada é bastante eficiente e não requer maiores intimidades do que a simples repetição de um ou dois botões de ataque, no fim das contas é tudo o que maioria irá utilizar, o que deixa o jogo monótono ao longo de seu desenvolvimento.

Nota: 6 (Razoável)