Fallout 3
Em memória da Black Isle |
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Dez anos depois, depois da dissolução do lendário estúdio Black Isle e da falência da Interplay, os criadores originais da franquia, chega às lojas "Fallout 3". A Bethesda, conhecida basicamente pela série "The Elder Scrolls", licenciou a marca e reaproveitou o motor gráfico de seu último sucesso, "Oblivion", para ressuscitar a série. E o resultado é extremamente compensador e envolvente, ainda que não pareça uma continuação verdadeira do clássico, mas uma grande e moderna homenagem.
Washington devastada
"Fallout 3" ocorre em 2277, trinta anos depois do jogo anterior, e começa de uma maneira bastante original. O processo de criação de seu personagem é mostrado aos poucos, desde o nascimento até a adolescência, mostrando detalhes da vida dentro dos Vaults, abrigos nucleares que salvaram a humanidade dos bombardeios nucleares, ao lado de seu pai viúvo e alguns amigos.
Seu Vault, o 101, é localizado nas proximidades do que já foi a capital Washington. Pouco depois de você ser considerado um adulto, ou ao menos capaz de assumir responsabilidades ao receber um Pip-Boy - um rudimentar computador pessoal que serve desde navegador a organizador de inventário - descobre que seu pai fugiu dali, algo então impensável diante da natureza hermética do lugar. Isto se torna um ótimo motivo para escapar do refúgio e explorar o mundo exterior.
Mundo devastado |
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Liberdade acima de tudo
Assim como os anteriores, "Fallout 3" prega pela liberdade. Depois de sair da Vault, seu objetivo principal, por exemplo, é do procurar pistas sobre seu pai na cidade de Megaton, que fica nas proximidades. Por engano, eu acabei indo para a direção errada e explorei outros pontos do mapa e, quando acabei chegando à cidade para falar com alguns personagens, descobri que já havia conseguido itens e feitos que eles iriam pedir em missões paralelas.
Uma mulher voltou a me pedir outro favor, mas como ia me dar muito trabalho, eu simplesmente utilizei uma opção de mentir em uma das várias árvores de diálogo e ela acreditou, o que me garantiu a finalização do objetivo. Mas, como tudo traz conseqüências, meu medidor de karma, que julga seu moral e sua imagem perante os outros, acabou perdendo alguns pontinhos. Pode parecer bobagem, mas tal índice é fundamental para interagir com seu mundo; as pessoas olham para você com outros olhos, outros podem atacá-lo sem o menor aviso, alguns ajudantes podem se recusar a seguir viagem com você e, o final terá pequenas alterações de acordo com tal marcador.
Falando sobre conseqüências, ali mesmo você tem lidar com algumas bem sérias. Megaton recebe este nome por ter sido construída em torno de uma bomba nuclear que nunca foi detonada e permanece em estado dormente. Então há um determinado momento em que certas figuras o instigam a tomar uma posição radical; um que deseja que você a exploda e varra a cidade do mapa e outra pede sua ajuda para desarmá-la definitivamente. Não vou estragar a surpresa, mas é possível dizer que há muitos benefícios e problemas desencadeados por ambas as resoluções.
O engraçado é que justamente nesta liberdade, nesta vontade de deixar o jogo aberto para que você realize as coisas do seu jeito, "Fallout 3" acabe ficando mais distante da franquia original e mais próxima de "Oblivion". Lógico, há o aspecto de gráficos e áudio, mas é uma evolução lógica e esperada, mesmo se a Black Isle fosse responsável pelo game, ele provavelmente não teria a cara de dez anos atrás.
A guerra nunca muda |
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Combate remodelado
O combate em "Fallout 3" utiliza a base de "Oblivion", mas foi remodelado para não parecer tão esquisito e parecer com antigo sistema de ataque por turnos. Assim, além de escolher entre uma visão em primeira ou terceira pessoa, você utiliza um sistema híbrido de ataque, o VATS (Vault-Tec Assisted Targeting System). Tudo funciona como um game de tiro tradicional, mas ao toque de um botão, é possível pausar a ação para escolher que ponto do inimigo você planeja atingir. Para pontos menores e que causam mais dano, você precisa gastar mais pontos de ação, que se recarregam com o tempo. Ao acabar com o medidor daquele determinado ponto, o oponente fica incapacitado, perdendo a mobilidade, por exemplo.
Há vários fatores que afetam sua mira. Há uma série de habilidades (Skills) e especializações (Perks) que você distribui pontos à medida em que sobe de nível, além do tipo de arma e as condições das mesmas. Você pode carregar uma quantidade limitada de objetos, dependendo da força de seu personagem, e utilizar peças extras para consertá-las, melhorando sua perfomance em combate. Há ainda outros modificadores temporários na forma de itens consumíveis, armaduras, capacetes e muitas outras surpresas.
Visual de destruição
Saiba como será a vida no futuro |
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O áudio acaba impressionando mais. Todo mundo sempre tem algo a dizer, com vozes, sotaques e gírias diferentes, contribuindo ainda mais para a composição daquele mundo. E a trilha sonora é pontual, surgindo apenas em momento de tensão, ou interrompendo suas andanças na forma de rádios que sempre têm nuances interessantes em relação à trama e ao histórico do jogo.
Há alguns problemas técnicos sim, mas são muito pequenos em relação à proporção do jogo. É de se esperar que alguns deles estejam presentes, como algumas animações travadas - principalmente da forma como seu personagem se movimenta na câmera em terceira pessoa - ou alguns diálogos que se perdem de vez em quando. A taxa de quadros também é um pouco irregular, com algumas pequenas travadinhas ocasionais nos consoles, mas novamente, nada que tire o brilho do game.
Nota: 10 (Imperdível)
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