Topo

Indiana Jones and the Staff of Kings

22/06/2009 17h00

O clássico herói volta aos videogames
Apesar da bem sucedida e carismática aventura em bloquinhos de LEGO em "LEGO Indiana Jones", há anos o arqueólogo mais famoso dos cinemas não ganhava um game novo com visual realista.

As últimas incursões em episódios 3D - "Infernal Machine", de 1999, e "Emperor's Tomb", de 2003 - foram apenas produções medíocres, que mais pareciam cópias pouco inspiradas da série "Tomb Raider". Infelizmente, "Indiana Jones and the Staff of Kings" segue caminho parecido e não consegue brilhar tanto quanto as desventuras no herói nos filmes.

Aventura sem emoção

"Staff of Kings" não é uma produção de nível técnico tão baixo como as outras citadas, mas peca absurdamente por falta total de originalidade. Por mais que parte do charme de Indy e seu universo estejam justamente em clichês, o uso deles aqui é tanto e tão pouco criativo que tiram todo o brilho do jogo.

O chicote é uma arma versátil
A ação acontece em três dimensões e alterna entre diversos estilos. Há momentos de exploração, luta, tiro e até controle de veículos. Em todos impera a pouca inspiração. Os trechos de aventura envolvem empurrar blocos, pisar em botões e atravessar corredores ao passo que os demais se aproveitam dos sensores de movimento do Wii Remote e Nunchuk na versão de Wii. Ao passo que as fases de tiro e veículos são bem interessantes e divertidas, utilizando pouco, mas de forma eficiente os sensores, as lutas são lastimáveis.

Por mais que o jogo ensine e ofereça uma série de golpes distintos para Indy usar, no momento do embate a precisão vai por água abaixo e entram em cena sorte e aleatoriedade, visto que os controles não respondem tão bem - isso quando o fazem.

Ao menos, do meio da frustração é possível aproveitar um aspecto divertido e criativo do game que é a utilização dos cenários como armas. Todas as fases são repletas de elementos interativos que ainda reagem de várias maneiras. Usar uma cadeira é diferente de utilizar uma garrafa, por exemplo, e ainda há outros itens específicos, a exemplo de estantes, que pode ser derrubadas sobre os inimigos. Não é nada absurdamente inovador em termos de jogos tridimensionais, mas relembra o espírito dos filmes e proporciona uma saudável variedade aos fracos combates.

Boas intenções, más execuções

A falta de inspiração é patente, mas não é por falta de esforço do game. "Staff of Kings" apresenta uma quantidade respeitável de conteúdo. O material extra vai desde trailers dos longa-metragens, passando por novos visuais para o personagem principal (incluindo um sósia de uma galáxia muito, muito distante) e novos modos de jogo.

O Wii ainda conta exclusivamente com uma excelente versão adaptada do clássico adventure "Indiana Jones and the Fate of Atlantis" que tem até dublagem. Acredite: para muitos fãs mais fervorosos do herói será motivo o bastante para adquirir esta versão.

Multiplayer em destaque
Outra interessante tentativa é o modo cooperativo para dois jogadores que coloca Indy em uma aventura nova, diferente da campanha principal, ao lado do próprio pai, Henry Jones, vivido por Sean Connery nos filmes. Pena que fica apenas na boa intenção, já que as fases são simples até demais.

Por fim, o game conta também com modos de partida multiplayer que exploram o lado de controle de veículos. Apesar destes comandos funcionarem bem na aventura solo, em tela dividida a tarefa fica mais complicada e um bocado frustrante. Enfim, não diverte.

Graficamente impera certa preguiça também. O visual não é feio, mas está mais próximo de jogos da metade da vida do GameCube e PlayStation 2 do que de Wii. Considerando que o título compete nas prateleiras com os games em alta definição de PlayStation 3 e Xbox 360 e no próprio Wii há títulos mais bonitos, como "Super Mario Galaxy", é difícil não se incomodar com a simplicidade extrema.

Por tudo isso dito não é nem de se estranhar que a dublagem não é de Harrison Ford e fica devendo - ainda que imite superficialmente o estilo do ator. A trilha sonora joga seguro e se aproveita de temas clássicos dos filmes para cativar na base da nostalgia.

Nota: 6 (Razoável)