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Legend of Zelda: Ocarina of Time 3D

FELIPE CARETTONI

Colaboração para o UOL

27/06/2011 13h17

“Ocarina of Time 3D” prova mais uma vez a ótima capacidade da Nintendo de reciclar séries de sucesso sem desgastá-las e ainda aprimorar o que já parecia excelente. Os gráficos atualizados, efeitos tridimensionais excelentes e a nova jogabilidade com a tela de toque e o giroscópio do portátil, somados à ótima trilha sonora e enredo, fazem deste o primeiro título obrigatório a qualquer jogador de Nintendo 3DS.

Alguns novos modos como a Master Quest espelhada garantem maior longevidade ao game, enquanto detalhes inéditos de ajuda, como as pedras Sheikah, atraem um novo público menos experiente.

Introdução

O final dos anos 90 foi marcado pelo surgimento de jogos com gráficos poligonais e ambientes que simulavam muito bem as três dimensões, mesmo exibidos em telas sem profundidade. “The Legend of Zelda: Ocarina of Time” foi lançado em 1998 para Nintendo 64 como um dos pioneiros dessa nova tecnologia dos games e surpreendeu por apresentar uma história longa e cativante, conquistando até mesmo a primeira nota máxima da renomada revista japonesa Famitsu.

Uma década se passou e a ambição de transformar a experiência de games e filmes no mais próximo possível da realidade não parou, marcada agora pelos televisores 3D e o portátil Nintendo 3DS, que dispensa óculos especiais.

Para inaugurar essa nova fase, a empresa japonesa trouxe de volta “Ocarina of Time” com gráficos atualizados para a nova geração e, logicamente, ambientes completamente tridimensionais, além de outros ajustes e novidades na mecânica, como suporte ao giroscópio do aparelho.

Pontos Positivos

História épica

“Legend of Zelda: Ocarina of Time” possui um dos enredos mais premiados de toda a história dos videogames e é motivo de inspiração para desenvolvedores até hoje.

O drama de um reino ameaçado pela escuridão e a luta de um pequeno garoto que viajou no tempo para derrotar o mal permanecem intactos e cativantes nessa nova versão para 3DS, motivo mais do que suficiente para garantir uma ótima experiência aos jogadores.

Ótimos gráficos

A primeira boa impressão de quem experimenta “Ocarina of Tme 3D” são os excelentes gráficos e efeitos em três dimensões, não apenas por se tratar de um remake, mas por realmente ser a melhor experiência de imagem no Nintendo 3DS em relação à leva inicial de jogos para o portátil.

Cada detalhe de ambiente da versão original foi melhorado de tamanha maneira que muitas vezes dá a impressão de ser um jogo diferente. Enxergar a profundidade com os efeitos em 3D realça a experiência e muitas vezes instiga a parar e observar os cenários.

Tela de toque

Uma das reclamações dos jogadores em relação à versão original era o templo aquático e a necessidade repetitiva de pausar o jogo para trocar as botas para boiar ou afundar na água. Não só nesse momento, mas também em outros em que era necessário trocar de itens, era preciso interromper a jogatina, mas aqui a tela sensível do 3DS resolve o problema.

Com um simples toque na tela o jogador possui acesso a todo o inventário, permitindo uma rápida escolha entre os objetos, além de poder visualizar todas as músicas da ocarina, instrumento musical de sopro que lembra uma flauta e é peça importante na trama.

Esse detalhe não apenas tornou a jogabilidade mais simples e rápida, mas também facilitou a navegação nas dungeons (os calabouços), com o posicionamento dos mapas no centro da tela inferior, recurso que só estava disponível no menu de pause da versão para Nintendo 64.

Detalhes nos cenários

Seguindo a ideia dos guias de ajuda de “Super Mario Galaxy”, “New Super Mario Bros. Wii” e “Donkey Kong Country Returns”, a Nintendo criou as Sheikah Stones, pedras que mostram cenas do futuro de Link, auxiliando de forma bastante criativa aqueles jogadores que estiverem “travados” em algum momento da história. Esse sistema é opcional e pode ser ativado ao lado da casa do herói na floresta Kokiri ou dentro do Temple of Time.

A melhora nos gráficos também possibilitou a criação de mapas e cartazes espalhados nas paredes das cidades e dentro das casas, o que, na versão original, era praticamente inexistente ou então pouco visível por causa da baixa qualidade de imagem. Além de diversificar o ambiente, esses objetos também dão dicas valiosas aos novos jogadores, como a maneira de acessar locais misteriosos e como resolver certos enigmas.

Novos modos

Ao retornar para a casa de Link, o jogador possui duas opções: dormir para recuperar energias ou sonhar com inimigos e reviver as batalhas travadas contra os mesmos. São nove chefões no total, mas cada um só estará disponível após ser derrotado durante a campanha. Esses combates são cronometrados pelo jogo e os tempos podem ser comparados entre amigos.

Outra grande novidade para os fãs de “Zelda” é o retorno da Master Quest, versão mais difícil da aventura que torna os calabouços mais complexos e inimigos mais numerosos. Dessa vez, porém, foi adicionado um modo “mirror” (espelho, em inglês) que inverte os lados do jogo, passando a impressão de um novo “Ocarina of Time”. Mas para poder acessar a Master Quest, o jogador precisa primeiro terminar a campanha tradicional.

Pontos Negativos

3D e giroscópio

Atirar com o estilingue e com o arco-e-flecha usando o giroscópio do Nintendo 3DS é muito divertido e dá maior sensação de liberdade, mas usar essa função com o modo 3D ligado é uma experiência frustrante.

Por funcionar apenas com o jogador visualizando a tela de frente, o efeito em três dimensões falha quando é preciso mover o portátil para lançar pedras e flechas. Sempre é possível desligar um dos dois modos, ou até mesmo ambos, mas a experiência fica limitada.

Anotações nos mapas

Mesmo se aproveitando das vantagens da tela sensível do portátil, “Ocarina of Time 3D” ignorou uma função presente nos outros jogos da série para DS: anotações nos mapas. Como todo jogo de exploração, “Zelda” possui itens e caminhos escondidos que nem sempre podem ser acessados em um único momento, o que justificaria a anotação dessas informações nos mapas.

É uma pena que esta versão tenha ficado sem uma função tão simples e útil, ainda mais se considerarmos os outros bons usos da tela de toque do portátil.

Nota: 9 (Excelente)