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The Elder Scrolls V: Skyrim

PABLO RAPHAEL

da Redação

10/11/2011 13h03

"The Elder Scrolls V: Skyrim" é um sucessor digno de "Oblivion". Mais ainda, é o melhor RPG da Bethesda, com uma qualidade técnica que o coloca muito acima dos jogos anteriores da produtora. Seu mundo fantástico e as centenas de masmorras, criaturas e segredos que o preenchem fazem de "Skyrim" um verdadeiro parque de diversões para os apreciadores de aventuras de espada e magia.

Introdução

Dragões. Bárbaros. Montanhas cobertas de neve. Uma guerra civil se formando nos bastidores do poder. Profecias sobre o fim do mundo. Fantasmas. Masmorras cheias de perigos e tesouros. Vampiros e lobisomens. Guildas de ladrões e colégios de magia. "The Elder Scrolls V: Skyrim" reúne os melhores elementos da fantasia medieval em um mundo vasto e cheio de vida, que pede para ser explorado.

Pontos Positivos

Ambientação

Skyrim é a região mais ao norte de Tamriel, cenário da série de RPG "Elder Scrolls". É uma região montanhosa, com florestas, desfiladeiros e picos nevados. É o lar dos Nords, guerreiros que lembram os nossos vikings, mas também é habitado pelos remanescentes do Império e uma infinidade de outras raças e criaturas.

É aqui, nessa paisagem que lembra a Winterfell e as terras "para lá da Muralha" de "Guerra dos Tronos", que você se aventura como Dovahkiin, um Dragonborn anunciado nas antigas profecias, capaz de usar o poder dos dragões para deter Alduim, monstro conhecido como "devorador de mundos".

A mitologia e a história de Skyrim são uma presença constante no jogo, mas de forma sutil: taverneiros podem contar como um herói do passado se hospedou em sua estalagem, livros apresentam as lendas e sagas do passado e os bardos sempre estão dispostos para cantar as epopéias dos guerreiros de antigamente. Assim como em "Senhor dos Anéis", você vê que muita coisa aconteceu nesse lugar, com runas nas paredes das masmorras e altares esquecidos pelo tempo no meio de cavernas sombrias.

Liberdade de ação

"Skyrim" é um mundo vivo e cheio de aventuras esperando pelo jogador. Suas vilas e cidades são habitadas por trabalhadores, taverneiros, ladrões, ferreiros, alquimistas e todo tipo de gente. Você pode arrumar um emprego em um lugar desses, ou pode investigar um boato e se envolver em missões perigosas.

Quem é Dovahkiin, além de um Dragonborn, depende das suas decisões. Há várias raças para escolher além dos Nords, humanos de outras linhagens, elfos, orcs e outros seres mais bizarros, como os reptilianos Argonian.

Mais ainda, suas ações refletem no mundo ao seu redor: se você matar um bandido na estrada, o jogo vai, eventualmente, mandar o irmão dele atrás de você. Seja um sujeito malvado e assassine fazendeiros e em pouco tempo sua cabeça estará a prêmio. Roube e você se tornará conhecido entre os ladrões, mas também pode passar uma temporada na cadeia da cidade.

Um mundo de aventuras

Seguir pela campanha principal de "Skyrim" garante uma longa jornada, mas o mundo de "Elder Scrolls V" pede uma abordagem mais demorada para ser apreciado em sua plenitude. Você não precisa se filiar aos magos, à Dark Brotherhood ou aos guerreiros livres conhecidos como Companions para terminar o jogo, mas são missões secundárias tão envolventes quanto a busca por Alduim.

Há centenas de livros espalhados pelas prateleiras de SKyrim e você vai buscar por alguns para ganhar pontos em suas habilidades, mas outros apenas contam histórias, que enriquecem o cenário e até servem de ponto de partida para uma boa caça ao tesouro.

Você pode passar batido por tudo isso em sua aventura e mesmo assim se divertir muito com o jogo, mas se está em busca de um entretenimento rico em detalhes, com uma mitologia própria e diversificada, não corra. Jogue com calma e aproveite cada minuto de sua estadia em "Skyrim".

O esmero técnico de "Elder Scrolls V" é notável: mesmo usando muito cachê e com telas de loading constantes entre um ambiente e outro, o game parece livre dos bugs e travamentos que assolam outros títulos da Bethesda, como "Fallout 3", "New Vegas" e "Oblivion".

Sistema de evolução

RPGs geralmente adotam sistemas de classes bem definidas e ganho de experiência a partir da matança de inimigos, herança de "Dungeons & Dragons" e outros jogos de mesa. "SKyrim" segue uma linha diferente, que parece um pouco com "Infinity Blade", popular jogo da Epic Games para iPhone.

Você escolhe uma raça nos momentos iniciais do jogo. Além de definir a reação inicial dos outros personagens ao seu, a raça possui um poder diário - recarregar magia mais rápido, sofrer menos danos durante um tempo ou um grito que coloca os oponentes para correr, por exemplo.

Se seu herói vai ser um guerreiro, um mago, um ladrão ou um pouco de cada, se vai ser um grande alquimista ou ferreiro, depende de você. Ao utilizar uma habilidade, você ganha experiência nela e ao subir de nível nas suas perícias, seu nível geral vai aumentando - como acontece no game da Epic.

A evolução é mostrada em tempo real, o que transmite uma sensação de progresso constante. Ao atingir um novo nível, você ganha 1 ponto de Perk e pode escolher uma vantagem dentro de uma de suas habilidades. Por exemplo, se você usar muitas armas de uma mão, pode aprender a causar mais dano com espadas, maças ou machados, ou mesmo com 2 delas ao mesmo tempo.

Aprender os níveis mais elevados de algumas habilidades, como as escolas de magia, leva tempo e exige dedicação. É preciso aprender novas magias, praticar, produzir itens. Por sorte, há alguns treinadores que podem ensinar os truques da profissão - ou seja, fornecer um nível extra automático para sua habilidade - mas esses atalhos custam uma boa grana.

Batalhas empolgantes

O maior problema de "Oblivion", último game da série "Elder Scrolls", era seu sistema de combate. Os golpes não transmitiam o peso das armas e era um apertar de botões desenfreado.

Agora, você realmente se sente no meio da batalha, principalmente ao jogar em 1ª pessoa - se quer apreciar os detalhes de sua armadura, pode colocar a câmera mais afastada, em 3ª pessoa.

Os controles são simples, cada gatilho do controle cuida de uma mão e vocÊ equipa itens, magias e armas através de um menu de navegação simples e elegante. Sobre os itens, dá gosto ver como tudo que você equipa, desde uma aljava de flechas até um novo elmo, bota ou arma, é bem modelado e aparece no seu personagem.

As lutas, sejam elas contra gigantes, dragões ou saqueadores na estrada, não são estáticas. Você pode correr, se esconder, se jogar num rio ou buscar ajuda na fortaleza mais próxima.

Pontos Negativos

Narrativa não é tão envolvente

Um problema dos jogos que oferecem muita liberdade de ação é conciliar isso com uma narrativa envolvente. "Skyrim" sofre desse mal e mesmo com grandes momentos, sua campanha é um pouco arrastada. Você caminha para lá e para cá em busca de pessoas ou artefatos e muitas vezes vai passar um bom tempo acompanhado apenas por cabras e raposas. Os melhores momentos do jogo, na verdade, são gerados pela experiência pessoal do jogador e não pela trama criada pelos roteiristas.

Carregamento constante

Uma companhia constante em "Skyrim" são as telas de carregamento, sempre ilustradas com objetos do jogo - que você pode girar e aproximar - para admirar e pitadas de informação sobre os deuses, facções e dicas de sobrevivência.

Mesmo que não sejam extremamente demoradas, essas pausas são muito frequentes. Ao entrar em uma estalagem, rola uma tela dessas. Ao sair, logo em seguida, mais uma e se você entrar de novo, adivinhe: outra tela de carregamento.

Nota: 9 (Excelente)