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Rayman Origins

CLAUDIO PRANDONI

da Redação

22/12/2011 12h11

"Rayman Origins" impressiona e cativa com uma aventura de conceito simples, mas dedicação e competência de altíssima qualidade. O visual colorido e ousado lembra desenhos animados enquanto a jogabilidade evoca o melhor que as aventuras em 2D ofereceram nos últimos 25 anos. Com desafio o bastante para veteranos e um empolgante multiplayer para até 4 pessoas, "Rayman Origins" promove um renascimento em grande estilo do mascote da Ubisoft.

Introdução

"Rayman Origins" nasceu como uma humilde empreitada de seu criador, Michel Ancel, na E3 2010 como um título apenas para download. A ideia: resgatar a essência do herói com uma aventura 2D de visual colorido e acrescentando à receita o multiplayer para até quatro pessoas que tanto cativou em "New Super Mario Bros. Wii".

O bolo cresceu e virou um jogo em disco, com gráficos em alta definição (só no PS3 e Xbox 360, não no Wii) e taxa de 60 quadros por segundo, garantindo uma animação fluida e agradável.

Na história, Rayman e seus amigos devem coletar as bolotas rosas Electoons para salvar o mundo que vivem e é isso aí. A princípio, a Ubisoft até pensou em colocar uma história que, de fato, contasse a origem do carinha sem braços, mas no final deixou isso de lado.

Pontos Positivos

Controles precisos

O ponto alto de "Rayman Origins" é sua jogabilidade afinada. Os controles respondem de forma rápida e precisa e, principalmente, Rayman e seus comparsas são figuras agradáveis de controlar. Eles pulam, trocam tapas, andam pelas paredes e batem e rebatem pelo cenário como bolas de pinball.

Eventualmente, algumas fases quebram um pouco ritmo com trechos aquáticos ou até de tiroteios entre naves (o tradicional "estilo navinha"). Isso ajuda a trazer variedade sem perder a qualidade, já que mesmos nestes momentos os botões respondem bem.

Jogando em dois ou mais amigos é bacana ver como o game incentiva a interação entre as pessoas, já que é possível colaborar para pegar itens mais difíceis de alcançar - ou simplesmente trocar uns sopapos pelas risadas.

Visual apaixonante

"Rayman Origins" usa uma nova engine gráfica da Ubisoft chamada UbiArt, que permite criar coloridos gráficos em alta definição fáceis de animar, distorcer e integrar a um game. O resultado é fenomenal, lembrando desenhos animados de alta qualidade.

Rayman e colegas são coloridos e cheios de jeitos e trejeitos, tudo devidamente animado com fluidez. Em momentos, a câmera de jogo se afasta para mostrar o cenário, geralmente causando uma surpresa boa pela quantidade e qualidade dos detalhes.

Enfim, dá gosto jogar e assistir "Rayman Origins".

Desafio na medida

Pelo visual colorido e o estilo de jogo nostálgico "Rayman Origins" pode parecer uma aventura focada unicamente para o público infanto-juvenil, mas a verdade não poderia ser mais diferente: trata-se de um dos games mais difíceis e desafiadores do ano.

Quem quiser passar voando - ou correndo e rebatendo - pelas fases, vai conseguir isso com tranquilidade, mas não abrirá boa parte do conteúdo que o jogo tem a oferecer. Coletar grandes quantidades de Lums (bolinhas amarelas) rende mais Electoons ao final das fases. Os níveis também são cheios de áreas secretas e, ao terminar, é possível voltar a ele para tentar bater em um tempo determinado e levar ainda mais prêmios.

Como manda a fórmula dos melhores games de plataforma 2D, "Rayman Origins" apresenta um mundo secreto difícil de abrir e ainda mais complicado de bater, o que aumenta ainda mais a vida útil do game, que já é bem longo para o estilo, com mais de 6 horas de aventura tranquilamente.

Ainda assim, nem tudo é só alegria: os combates contra chefes são simplórios e, a não ser pelo bonito visual de cada um, pouco marcam a jornada, sendo apenas momentos de colocar em prática as diversas habilidades aprendidas.

Por fim, o título também une o melhor das escolas orientas e ocidentais de game design em aventuras 2D: há trechos impiedosos, em que pulos e golpes devem ser precisos tais quais os tique-taques de um relógico suíço, lembrando muito obras como "Super Meat Boy", enquanto há sequências que impressionam e divertem de monte simplesmente por ver os heróis rebatendo pela tela, a exemplo do que se vê nas melhores cenas de jogos do Super Mario e Sonic.

Pontos Negativos

Nada de online

Dentre tantas qualidades, "Rayman Origins" peca por uma limitação difícil de justificar: a falta de multiplayer online.

A Ubisoft diz que optou por não colocar a opção justamente para incentivar a galera e jogar junta, no mesmo videogame, e assim partilhar boas risadas - aliás, a mesmíssima desculpa dada pela Nintendo em 2009 para explicar a ausência de multiplayer online em "New Super Mario Bros. Wii".

Contudo, numa época em que redes online predominam e há tempos também existe a opção de chat por voz fica difícil sustentar essa argumentação.

Nota: 9 (Excelente)