Torchlight II
"Torchlight II" parece planejado para agradar fãs antigos de "Diablo", principalmente os que não concordaram com a direção que a série da Blizzard tomou em seu terceiro episódio. O game da Runic fez o dever de casa e entrega muito conteúdo e opções de personalização, classes de personagem criativas e milhares de itens, exatamente o que se espera de um ótimo RPG de ação.
Porém peca na apresentação da história e na facilidade excessiva oferecida ao jogador. Ainda assim, é um jogo que vale a experiência - e não só para os fãs de "Diablo II", mas para todos que apreciam o gênero.
Introdução
Criação da Runic Games, estúdio formado por veteranos de seu principal concorrente, "Diablo", "Torchlight II" expande o mundo apresentado no primeiro jogo, apresentando um mundo para explorar e não apenas uma 'dungeon' gigantesca. É um RPG de ação em que o jogador escolhe entre 4 classes de personagem e sai por aí explorando masmorras, florestas e cavernas, detonando monstros e recolhendo tesouros.
"Torchlight II" permite evoluir seu herói de diversas maneiras, com um intrincado sistema de habilidades. O jogo oferece também suporte para até 6 jogadores em partidas cooperativas online.
Pontos Positivos
Um mundo para explorarA principal diferença entre "Torchlight II" e o jogo original é o escopo da aventura: agora você tem um mundo para explorar e não apenas uma 'dungeon' que vai se aprofundando. Os cenários são vivos e muito variados, com florestas, desfiladeiros e todo tipo de ruína e masmorra que se espera de um RPG de ação.
Esse cenário é povoado por monstros, que incluem desde seres sobrenaturais como zumbis e demônios até criaturas selvagens e monstrinhos típicos de "Dungeons & Dragons", como os fungos gigantes que surgem em algumas masmorras. A diversidade de inimigos é notável nos chefões, que apresentam padrões de ataque diversificados e utilizam o cenário para criar armadilhas para o jogador.
Para completar, explorar as paisagens de "Torchlight II" é uma tarefa divertida, pois o mapa é pontuado por muitas missões paralelas, quase como em um MMO, sempre incentivando o jogador a continuar avançando e procurando por itens melhores e novos tesouros.
"Torchlight II" possui quatro classes para o jogador: o Outlander é um pistoleiro misterioso; o Embermage é um mago tradicional; o Engineer é um guerreiro durão que faz as vezes do tanque; por fim, o Berserker é um guerreiro mais voltado para o ataque, pronto para causar muito dano aos inimigos.
Você pode escolher o gênero do personagem e distribuir pontos para seus atributos básicos. Conforme progride, ganha pontos para comprar perícias e poderes em três árvores de habilidades distintas - o que gera uma grande diversidade de 'builds', como são chamadas as 'construções' de personagens. Caso se arrependa da distribuição que fez, você pode gastar seu ouro para redistribuir os pontos.
Outra forma de personalizar seu herói são os itens - e há milhares deles em "Torchlight II". Quase todo inimigo abatido deixa cair algum tesouro, desde ouro, pergaminhos e poções até armas, anéis e peças de armadura. Veteranos de "Diablo" não terão problemas para se acostumar com o sistema de itens de "Torchlight II", pois é praticamente o mesmo, com classificações de poder para os itens mágicos e até mesmo os valiosos conjuntos que, quando combinados, rendem bônus e poderes extras ao usuário.
Vale notar, você evolui rápido em "Torchlight II" e adquire itens mágicos rapidamente. Tudo parece planejado para dar ao jogador uma sensação de progresso e de poder constantes.
Tudo em "Torchlight II" é muito rápido. Você está sempre avançando e evoluindo, adquirindo equipamentos melhores e subindo de nível. Os combates são frequentes e o jogo mantêm essa velocidade do começo ao fim. Jogadores dedicados chegam ao nível 50 em cerca de 15 horas, talvez um pouco mais.
Com a evolução constante e a aparição de novas criaturas, dotadas de poderes mais criativos do que simplesmente ser uma versão mais forte e resistente de um monstro menor, o jogo mascara bem a repetição constante de táticas que é a maldição do gênero: afinal, depois de algumas horas, você já sabe quais poderes funcionam melhor com seu personagem e estilo de jogo, e entra em um ciclo de cliques furiosos até acabar com qualquer ameaça.
Na contramão de muitos jogos recentes (inclusive "Diablo III"), "Torchlight II" permite jogar mesmo quando desconectado da internet. Você pode prosseguir sua campanha sozinho, com o PC desconectado, sem nenhuma penalidade. Pode, inclusive, montar uma rede LAN para jogar com os amigos, em uma experiência verdadeiramente 'da velha guarda'.
Pontos Negativos
Direção de arteO estilo cartunesco de "Torchlight II" resulta em um mundo colorido e cheio de detalhes, mas pode não agradar a todos. É uma questão de gosto pessoal, mas os zumbis do RPG da Runic, por exemplo, devem ser os mortos-vivos menos ameaçadores que já se arrastaram pela tela de um jogo eletrônico. O mesmo vale para seus heróis e para os diversos bichos de estimação que os acompanham. É tudo muito bonito, mas 'bonzinho' demais para o gênero.
História mal apresentadaA ação frenética, o avanço e a evolução constante com que "Torchlight II" envolve o jogador cobra seu preço na história: em muitas ocasiões, você não faz idéia de porque está explorando uma ruína ou enfrentando certos monstros. Exceto claro, pelo metajogo, em que você está fazendo isso para evoluir e conseguir itens melhores.
E não é que a trama seja ruim, é apenas mal apresentada, especialmente para quem não jogou o primeiro "Torchlight". Aqui, seu herói está no encalço do Alquimista, um dos personagens do primeiro jogo que enlouqueceu após a destruição do dragão Ordrak. O Alquimista destruiu a cidade de Torchlight e saiu pelo mundo em busca do poder dos Elemental Guardians. Sua missão, é claro, é por um fim em sua loucura e salvar o mundo. Qualquer semelhança com "Diablo II" não é mera coincidência.
O maior problema de "Torchlight II" é o excesso de facilidades que cercam o jogador. A evolução rápida e as chances elevadas de conseguir itens poderosos transmitem uma sensação de poder, mas também diminuem a percepção de valor desses itens e das habilidades adquiridas.
Você tem também a ajuda de um 'pet', assim como no "Torchlight" original, que pode carregar vários itens colhidos pelo caminho e ir até a cidade vender esses objetos, diminuindo a necessidade de microgerenciamento do inventário. Por sinal, os personagens possuem inventários obscenamente grandes com partições para itens em geral, pergaminhos e poções.
Esse espaço todo permite adotar em "Torchlight II" uma das táticas mais infames de "Diablo II", em que você carrega uma enorme quantidade de poções de cura e encara os inimigos tomando poções sem parar, sacrificando as táticas e a movimentação que tornam o game muito mais divertido.
Nota: 9 (Excelente)
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