"Injustice: Gods Amongs Us" é um dos jogos de luta mais divertidos e variados dos últimos tempos. E não, não é apenas uma versão de "Mortal Kombat" com Batman e Superman no lugar dos ninjas e monstros.
O sistema de luta é flexível o bastante para empolgar guerreiros casuais, em busca de diversão simples e rápida, mas também fisgar os mais dedicados, com um imenso leque de golpes, combos e mecânicas de esquiva e ataque.
De cara, vai sim parecer "Mortal Kombat", mas logo "Injustice" se impõe pelas habilidades únicas de cada lutador e um 'feeling' diferente nos controles.
"Injustice" ainda brilha com uma história ousada e vibrante, que explora bem as personalidades dos heróis da DC e clichês consagrados das histórias em quadrinhos.
Melhor ainda, o enredo traz uma incrível dublagem em português, graças à acertada escolha de trazer os dubladores dos filmes e desenhos desses personagens para reprisarem seus papeis no game.
Para acompanhar isso tudo, uma dose generosa de opções de partidas, com minigames, modificadores de partida, batalhas online e muito material para desbloquear.
Introdução
Após impressionar a todos com o imperdível reboot de "Mortal Kombat", o estúdio NetherRealm assume uma responsabilidade ainda maior: criar o primeiro jogo de luta realmente decente estrelado por astros da editora DC Comics.
Em vez de se basear em alguma saga já existente, "Injustice" se propõe a criar um universo próprio, mostrando uma realidade na qual Superman usa seu poder para instaurar um regime totalitário no planeta Terra. Logo uma revolução, liderada por Batman, se forma para combater o kriptoniano.
Com um estilo de jogo que, à primeira vista, lembra muito "Mortal Kombat", "Injustice" tenta conciliar o carisma dos heróis e vilões dos gibis, que apelam fácil para qualquer tipo de público, ao intrincado mundo dos games de luta, regados a combos quilométricos e golpes precisos.
Pontos Positivos
Ótima história (e dublagem)
Tantas histórias já foram contadas com Batman, Superman, Mulher-Maravilha e outros como protagonistas que fica difícil achar um bom - e novo! - conto para explorar.
Ainda assim, "Injustice" consegue a proeza ao jogar de forma simples, direta e sincera, sem vergonha ou medo de usar clichês e outras ousadias.
Pule para o próximo tópico se quiser evitar spoilers, mas de maneira geral a trama mostrando Superman virando um vilão de primeira categoria, explorando seus poderes mirabolantes para subjugar o planeta, inclusive matando quem se opõe a ele.
Batman lança mão de seus recursos para formar uma resistência, graças também a uma inesperada aliança com Lex Luthor. Enfim, a pegada se mantém por todo enredo, que leva suas boas 8 horas para terminar. Parcerias inusitadas ganham vida, enquanto embates dos sonhos pipocam a todo momento.
Quem acompanha somente os filmes e desenhos dos heróis vai curtir, mas os fãs mais ardorosos também vão vibrar - seja pela história realmente bacana ou pela sacolada de referências que pipocam a todo momento.
A cereja no topo do bolo fica por conta da dublagem brilhante. As mesmas vozes em português de Superman, Flash, Lanterna Verde, Ciborgue, Mulher-Maravilha, Arqueiro Verde e tantos outros nos desenhos e filmes aparecem também no game, garantindo qualidade e familiaridade - alguns podem reclamar do fato de Batman ter a voz dos filmes recentes com Christian Bale, não a do desenho, porém é mais uma questão de costume do que qualidade.
O trabalho só não passa incólume por alguns pequenos detalhes: uma linha de voz saiu errada em um capítulo avançado do Batman (o Homem-Morcego fala uma frase com a voz do Arqueiro Verde) e vozes menores, como pessoas distantes, inexplicavelmente não foram traduzidas, ficando no original em inglês.
Detalhes tão pequenos que nem são lá coisas muito grandes, mas mostram que ainda há espaço para evoluir neste quesito. De qualquer maneira, "Injustice" estabelece um novo padrão de qualidade em games dublados no Brasil, provando que um trabalho feito com qualidade e respeito faz toda a diferença no produto final.
Incrível variedade
"Mortal Kombat" serve como boa referência no que diz respeito à quantidade e variedade de opções presentes em "Injustice". Jogando sozinho é possível curtir a história, um tradicional torneio com vários oponentes (aqui chamado de Batalha) em sucessão, participar de minigames ou apenas praticar golpes e combos.
Por outro lado, o multiplayer contempla versus no mesmo console ou online, com embates amistosos, por ranking, com fila de desafiantes e até mesmo desafios específicos, que rendem pontos adicionais de experiência.
Daí entram em cena outros pequenos detalhes. O modo Batalha conta com diversos modificadores. Que tal enfrentar só heróis? Ou só vilões? Ou lutar com tempo reduzido? Ou então envenenado? Opções e desafios não faltam.
Aliás, falei de pontos de experiência e aqui eles servem não só para refletir seu nível de habilidade para outros jogadores no modo online, mas também para habilitar conteúdo adicional, como trajes extras, artes conceituais e novas opções para o modo Batalha.
Não acabou: "Injustice" conta ainda com uma engenhosa integração com sua versão mobile, para telefones celulares e tablets. Desafios vencidos no console liberam extras no mobile e vice-versa, dando motivos até para jogar o bonito, mas extremamente repetitivo, game portátil mesmo quando longe do seu videogame.
Personalidade própria
Eu te entendo: por mais que eu diga aqui que "Injustice" não é só um "Mortal Kombat" com outro visual as imagens e vídeos teimam em te mostrar outra coisa.
Mesmo assim, reforço meu argumento: "Injustice" é um jogo divertido e de identidade própria. Há semelhanças, como os pequenos combos muito parecidos entre si para todos os personagens e combinações básicas de golpes especiais, mas as características únicas falam mais alto.
De cara, os cenários são bem interativos, com armadilhas e artimanhas que podem ser decisivas para uma vitória. Não basta saber onde elas estão, mas também saber como cada personagem vai interagir com ela: Bane vai pegar uma moto do cenário e jogar no adversário, enquanto o Asa Noturna pilota a máquina em direção do oponente.
São apenas três botões de ataque e um quarto serve para ativar um poder único de cada lutador. Superman fica mais forte por um tempo limitado, enquanto Batman convoca morcegos-robôs que servem para defender e atacar.
Asa Noturna e Mulher-Maravilha assumem posições diferentes de combate ao toque deste botão, Lex Luthor ativa um escudo, Flash faz o tempo passar mais devagar para o adversário e por aí vai. Variedade é palavra de ordem em "Injustice" e isso se aplica bem aqui, já que a lista de poderes é vasta.
Pontos Negativos
Excelente e previsível
Aviso de spoiler: este é um ponto negativo que servirá apenas para algumas pessoas, não para todas. Ok? Vamos lá.
"Injustice" é um jogo impecável, que realiza com maestria e competência tudo aquilo que propõe - e olha que ele propõe muita coisa.
Porém, nada disso é exatamente novidade. Fato: muitas ideias apresentadas aqui são criações da própria NetherRealm, como o modo história elaborado e os golpes especiais cheios de ação e ângulos dramáticos, mas não deixam de ser versões aperfeiçoadas de algo que já existe.
Assim, fica o aviso: quem busca por algo inédito pode acabar se desapontando com "Injustice". Verdade que esse é o tipo de promessa que o game nunca fez, mas isso não impede jogadores de criarem essa expectativa.
De maneira alguma isso tira o mérito da equipe. "Injustice" é excelente e deve agradar em cheio quem é fã de jogos de luta e dos heróis da DC - grupo este que, cá entre nós, deve ser muito grande.
Nota: 9 (Excelente)
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