Beyond: Two Souls prova que roteiros cinematográficos podem fazer diferença
Com uma grande história intrigante, atuações impressionantes e gráficos muito bonitos, "Beyond: Two Souls" é prova de que roteiros cinematográficos podem sim ser o fio condutor de um bom jogo. Aliado a isso, as interpretações de Ellen Page e Willen Dafoe fizeram toda diferença, desde emprestar seus rostos até mesmo com a captura de movimento para seus personagens, fazendo com que as cenas ficassem mais críveis e fiéis aos seus trejeitos.
Mas jogá-lo não é uma experiência rica nem inovadora. Na verdade, o estilo de jogo segue o padrão de David Cage, que se mantém o mesmo de "Indigo Profecy" e "Heavy Rain", colocando Quick Time Events em praticamente todas as ações, das mais complexas às simples, como abrir uma porta, limitando o jogador nos combates e na hora de atirar.
Mesmo assim recomendo jogar "Beyond": é um jogo com uma grande história de uma mulher que passou a vida inteira assombrada por um amigo invisível e todas as complicações que provém disso.
Introdução
David Cage, criador de games como "Omikron: The Nomad Soul", " Indigo Prophecy" e "Heavy Rain" finalmente entrega "Beyond: Two Souls", seu novo trabalho. Acompanhamos a história de Jodie Holmes, uma garota que nasceu atada com uma 'entidade espiritual' chamada Aiden e tem que passar por situações nada fáceis para quem tem esse tipo de dom.
O jogo com clima cinematográfico foi feito com a captura de movimentos e a interpretação de Ellen Page e Willen Dafoe, atores renomados de Hollywood, que emprestam suas experiências para transformar este jogo em um marco audiovisual.
Pontos Positivos
Ótima história
David Cage é um diretor de jogos que se inspira em filmes para fazer seus games e isso é visto claramente em "Beyond: Two Souls", que mostra uma história dinâmica e com elementos de tragédia. O interessante é que ele não se prende a um elemento de narrativa tradicional, mostrando o começo, meio e fim de forma linear.
A relação entre Jodie Holmes, encarnada por Ellen Page, e seu 'amigo' Aiden é mostrada aos poucos. Por vezes vivendo um momento específico da pré-adolescência da garota, em outras quando ela era apenas uma criança. Em uma determinada parte você está descobrindo como foi o primeiro beijo de Jodie, depois a história passa a mostrar o seu primeiro dia no trabalho, depois dessa parte o game mostra a relação da menina com os pais.
Em determinado momento, Jodie é apresentada para o pesquisador Nathan Dawkins (encarnado por Willen Dafoe), que tenta descobrir o como e por que Aiden se conectou com Jodie. A história vai se desenvolvendo e, quando você menos espera, está querendo saber onde é que tudo isso vai dar.
Essa forma de narrativa dá uma dinâmica dificilmente mostrada em games, mantendo o jogador intrigado com o que será mostrado depois. O mundo de Jodie é complexo e profundo, nada é simples, preto no branco, mas conhecê-lo é uma ótima experiência a qual você não se arrependerá de vivenciar.
Visual de outro mundo
A história se torna intrigante em parte pela atuação dos personagens e seus atores que emprestaram seus corpos para esta obra. Por outro lado, a interpretação dos personagens só se torna tocante devido aos gráficos incrivelmente detalhados.
As sardas da pequena Jodie, as rugas de Nathan, as roupas da moda de outras épocas, papéis e revistas que estão espalhados em um quarto... São esses pequenos detalhes que geralmente passam despercebidos em um filme ou série de TV, mas que ficam evidentes em "Beyond".
Algumas vezes você se pergunta se realmente está jogando um jogo ou se aquilo virou um filme onde os atores seguem os movimentos do controle.
Pontos Negativos
Seria melhor como filme
A história de "Beyond: Two Souls" é realmente muito boa, os atores têm uma ótima interpretação, porém jogá-lo não é tão divertido quanto poderia ser. Suas mecânicas são confusas e até mesmo um pouco travadas.
Andar com Jodie, por exemplo, não é tão natural quanto suas expressões, suas falas e todo o resto do game. Existem certas partes onde é necessário navegar pelo cenário e Jodie esbarra em obstáculos invisíveis.
Além disso, as mecânicas do game, como o combate, mesmo sendo bem simples, geralmente causam confusões desnecessárias devido a essa própria simplicidade. Para dar socos, chutes e defender ataques, é necessário colocar a alavanca direita para o mesmo lado onde Jodie indica com seu corpo. Porém nem sempre fica claro para onde ela está movendo o corpo, o que acaba atrapalhando um pouco.
O game parece um grande Quick Time Event, ou seja, você deve apertar o botão certo na hora certa para realizar certas tarefas. Alguns são inofensivos, como manter o botão X pressionado por um tempo para olhar para alguém. Outros, como escalar uma parede ou atirar em inimigos, são tarefas que poderiam ser melhor experimentadas se pudéssemos fazer isso por conta própria, não em um 'mini-game' que tira o controle de nossas mãos.
Mas reforçando: "Beyond: Two Souls" não é um título ruim, porém passa a impressão de que seria melhor se fosse um filme do que um jogo.
Nota: 7 (Bom)
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