Após o primeiro "Hotline Miami" entrar de surpresa e espancar brutalmente o coração do público e crítica com uma excelente atmosfera e jogabilidade viciante, havia muito expectativa ao redor de sua sequência, "Wrong Number".
Apesar de manter o mesmo estilo retrô e violência extrema (com direito a uma das melhores trilhas sonoras já produzidas), porém, o novo game comete alguns tropeços que tornam a experiência significativamente menos divertida e memorável do que seu predecessor.
Com fases maiores e mais inimigos, o ciclo de mortes do jogadores é significamente mais frustrante do que antes, piorada pelos diversos bugs e problemas que afetam o game tanto no PC quanto nos consoles.
Ainda assim, para quem gostou da estética e jogabilidade do primeiro jogo, "Wrong Number" é um prato cheio, trazendo diferentes personagens que forçam a adaptar seu estilo e tentar coisas novas, além de trazer uma das melhores fases finais dos últimos tempos. Mesmo assim, para chegar a este ponto é necessário completar algumas missões cansativas e irritantes.
Há muito o que gostar em "Hotline Miami 2: Wrong Number", mas com algumas exceções o jogo não alcança os mesmos picos de seu predecessor.
Introdução
Expandindo a fórmula de "Hotline Miami", "Wrong Number" é o segundo jogo da sueca Dannation Games.
Retornam a violência descabida e a jogabilidade fluida e ágil, aliadas a um número de armas, personagens e elementos novos.
A história do título se desenvolve em uma ordem completamente anacrônica, com eventos passados antes do primeiro "Hotline Miami" e outros que o sucedem.
Pontos Positivos
Novos personagens
O primeiro "Hotline Miami" trazia apenas dois personagens controláveis, e as principais diferenças na jogabilidade se deviam às diferentes máscaras, que alteravam uma ou outra coisa ao estilo de jogo.
"Hotline Miami 2", por outro lado, procura explorar diferentes perspectivas de seu mundo violento, desde o submundo criminoso até Hollywood ou o Havaí tomado pelo exército russo.
Por isso, durante o game, o jogador poderá controlar uma série de personagens diferentes e únicos, desde os lunáticos 'fãs' do protagonista do primeiro jogo, passando por um soldado de elite até um jornalista procurando entender as motivações dos assassinos mascarados.
Cada um destes personagens tem propriedades únicas e diferentes: os fãs, por exemplo, se diferenciam entre si por suas máscaras com habilidades únicas, incluindo gêmeos que podem ser controlados simultaneamente (uma se movimenta e carrega uma motosserra, enquanto o outro usa armas de fogo). Já Evan, o jornalista, é o único que não mata automaticamente, preferindo neutralizar inimigos com armas brancas - isto é, a menos que o jogador cometa algumas execuções, o que faz com que ele perca a cabeça.
Isso cria mais variedade e opções estratégicas para os mapas, dependendo das forças e fraquezas de determinado personagem, que em determinados casos também permite reiniciar a fase com um estilo que funciona melhor com ele, ou tentar jogá-la novamente de outra forma.
Trilha sonora
"Hotline Miami" tinha uma das melhores e mais evocativas trilhas sonoras dos últimos anos, e a sequência mantém um alto padrão de qualidade, seja com as músicas de compositores veteranos da série como Jasper Byrne, M|O|O|N e El Huervo até figuras novas como Dubmood, Carpenter Brut e Endless.
Com um total de 49 músicas (mais 6 remixes com a Edição Especial no PC), a música pontua incrivelmente as ambientações do jogo, seja em momentos de maior tranquilidade e reflexão, passando pelos momentos de adrenalina e violência puras, até as seções explorando as loucuras que afetam a maior parte dos personagens.
Talvez a única ressalva seja a falta de Sun Araw, responsável por "Horse Steppin" (a música do menu original) e "Deep Cover", mas quando o jogo traz um leque tão variado, é fácil perdoar a ausência.
Pontos Negativos
Design de fases frustrante
Em "Hotline Miami 2", os desenvolvedores decidiram substituir os ambientes mais compactos encontrados no primeiro jogo por espaços mais abertos e com um maior número de inimigos.
Embora a decisão de seguir por um caminho diferente seja louvável, essa talvez não tenha sido a escolha ideal. Enquanto o primeiro jogo trazia mais espaço para improviso e movimentação mais fluida para combos, o segundo é muito mais dependente de memorização de padrões. Se pró-ativo durante o combate já não importa tanto mais.
Isso não seria necessariamente algo ruim (e não é como se não existisse no jogo anterior), mas o posicionamento e número de inimigos com armas de fogo, combinado com os grandes espaços, vão levar o jogador a ser mortos diversas vezes por alguém que ele nem consegue ver na tela. Isso não é apenas frustrante, mas também gera um sentimento de recompensa menor quando as fases acabam.
A ênfase nas armas de fogo também é pouco ideal, já que a mira não é particularmente boa em pistolas e metralhadoras e muito do que faz o combate de "Hotline Miami" tão engajante é o senso de brutalidade ao ir para cima dos inimigos. Atirar às cegas na direção de alguém tira muito disso.
Bugs
Para piorar, o jogo também traz uma série de bugs e problemas irritantes que afetam o fluxo do combate e criam situações das quais é difícil escapar com vida.
Os que causam mais frustração certamente envolvem os constantes "giros" que certos inimigos fazem durante suas rondas. Cães que ficam rodando sem parar podem tornar-se invulneráveis, e atirar neles não só não os elimina como ameaça como chama a atenção de outros inimigos por perto.
As portas também podem causar uma série de dores de cabeça. No jogo, derrubar alguém com uma porta pode ser a diferença entre a vida e a morte (e a sustentação de um combo), então é claro que ao ficarem no vão os inimigos ficam girando enlouquecidamente, podendo ser impossível matá-los antes de reforços chegarem.
Tirando isso, problemas como o seu personagem saindo do mapa ou algum inimigo desaparecendo acontecem com regularidade preocupante, e em geral algo que você não quer encontrar em uma fase mais difícil.
Nota: 7 (Bom)
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