"Hardline" é uma divertida variação para o tiroteio militar da franquia "Battlefield". O jogo aproveita bem as mecânicas de destruição, os veículos e o consagrado multiplayer da série e leva tudo para uma verdadeira brincadeira de polícia e ladrão.
A produtora Visceral Games (de "Dead Space") estreia na série "Battlefield" com uma boa campanha solo, menos arrastada e sonolenta do que as tramas dos dois jogos anteriores. A campanha adota um formato de série de TV e o enredo segue essa linha, como um encontro dos traficantes e tiras corruptos de "Miami Vice" com os laboratórios de metanfetamina de "Breaking Bad".
Apesar da péssima dublagem de Roger Moreira, do Ultraje a Rigor, "Battlefield: Hardline" é um jogo divertido e que garante boas horas de entretenimento, principalmente nas partidas multiplayer online.
Introdução
"Battlefield: Hardline" é um jogo com cara de série de TV, inspirado por "True Detective" e "The Shield", com uma trama bacana. As 10 fases são retratadas como episódios (até o intervalo entre elas tem o estilo do menu do Netflix). Além da campanha policial, o game traz um robusto modo multiplayer, com algumas modalidades inéditas e outras típicas da série de tiro.
A campanha de "Hardline" coloca você no controle do detetive Nick Mendoza, cubano-americano que atua na violenta Miami, na Flórida. O policial precisa lidar com bandidos e também com seus ex-colegas, após eles se tornarem corruptos. A aventura vai de Miami até Los Angeles, passando por outras locações no deserto norte-americano.
No Brasil, "Hardline" é dublado e legendado em português.
Pontos Positivos
Campanha solo divertida
A campanha solo de "Battlefield: Hardline" tenta emular uma série de televisão, apresentando as fases como episódios, inclusive com um menu ao estilo Netflix e sequências de "anteriormente" e cenas do próximo capítulo. É uma idéia divertida e que se encaixa bem ao roteiro, uma mistura de influências de "Miami Vice", "True Detective" e "Law & Order", entre outras.
Na trama, o detetive Nick Mendoza desvenda crimes envolvendo uma rede de traficantes de cocaína e policiais corruptos. A aventura tem lá suas reviravoltas, que levam o policial da ensolarada Miami até Los Angeles, passando por perseguições no deserto e até uma batalha com tanques de guerra e helicópteros.
Algumas sequências de tiroteio empolgam, como, por exemplo, quando Nick precisa proteger a parceira baleada enquanto a casa em que se encontram é posta abaixo por uma gangue de traficantes - com direito até a um carro entrando pela parede. Outros trechos parecem meio exagerados ou desnecessários, como quando o detetive é atacado por um aligator em uma investigação nos pântanos da Flórida, cena resolvida com um famigerado "QTE".
Mecânicas novas para a série
A produtora Visceral Games aproveitou a ambientação policial para experimentar com novas mecânicas de jogo, que acabaram por dar uma pegada mais furtiva para "Hardline": você pode se aproximar sem ser visto e render os bandidos, empunhando o distintivo de Nick ou nocauteando os adversários por trás. Os alvos são presos com algemas e saem de combate. Isso rende mais pontos de experiência (usados para desbloquear armas e equipamentos) do que eliminar todo mundo com tiros.
Também há um sistema de scanner que permite marcar alvos, bem ao estilo "Far Cry" e explorar as fases em busca de provas para resolver uma série de casos que Nick está investigando. Ao marcar os alvos, você encontra bandidos procurados que valem mais pontos quando capturados. Já as provas desbloqueiam itens cosméticos. Quando você junta todas as evidências de um caso, pode assistir uma cena mostrando a conclusão da investigação, o que é bem legal.
Completam a lista os equipamentos de gancho e tirolesa, úteis em algumas fases para explorar locais mais altos. A EA não esconde a inspiração em jogos como "Batman: Arkham Asylum", presente até no nome de uma Conquista ligada ao uso desses equipamentos.
Multiplayer competitivo
O modo multiplayer é onde está a verdadeira força de "Hardline", como não poderia deixar de ser em um "Battlefield". Você joga várias modalidades de "polícia e ladrão". A melhor de todas é a modalidade Conquista (que se divide em times grandes e pequenos): modo tradicional da série, cada time precisa capturar pontos estratégicos nos mapas, que são bem amplos tanto horizontal quanto verticalmente e trazem muitos pontos de encontro onde rolam divertidas disputas.
Há também um modo onde o time dos bandidos precisa roubar malotes de dinheiro e o time da SWAT precisa impedi-los e o modo Ligação Direta, que é uma variação de Conquista onde os pontos de captura são veículos em movimento. Você rouba um carro e circula com ele para ganhar pontos, enquanto o outro time precisa capturar o veículo roubado.
Os mapas são bem variados e permitem o uso de diversos tipos de veículos, como é tipico em "Battlefield". Entre as locações, um banco no centro de Los Angeles (com prédios que podem ser usados por snipers), uma vila no deserto (onde rola uma tempestade de areia) e uma plantação de maconha se destacam.
Pontos Negativos
Gráficos razoáveis
Para manter toda a ação rodando em cerca de 60 quadros por segundo, o que em bom português quer dizer que você tem animações fluidas durante toda a partida, seja na campanha solo ou nas partidas multiplayer, a Visceral optou por se manter abaixo da resolução 1080p nas versões de "Hardline" para consoles de nova geração.
No PS4, o jogo roda com resolução 900p e no Xbox One, 720p. Os modelos dos personagens principais são muito bem feitos e existe até uma boa diversidade nos inimigos, mas em geral, os cenários deixam um pouco a desejar, quando você compara o game com outros lançamentos recentes ou mesmo a versão de "Battlefield 4" lançada para estas plataformas.
Não é o jogo mais feio do mundo, longe disso. Mas após o jogo ser adiado em 2014, "Hardline" poderia oferecer um acabamento melhor.
Dublagem amadora
No Brasil, o grande destaque da campanha de marketing de "Battlefield: Hardline" era a participação de Roger Moreira, do Ultraje a Rigor, na dublagem do game. O cantor faz o papel de Nick Mendoza, protagonista do game. O resultado, porém, ficou bem abaixo da média da própria publisher Warner Bros., que se destacou em jogos recentes como "Sombras de Mordor" e "Lego Batman 3".
Sem experiência prévia com dublagem, Roger não se esforça muito para atuar e sempre que Nick conversa com outros personagens, interpretados por dubladores profissionais, isso fica ainda mais perceptível. Faltou direção para o cantor? Talvez. Faltou uma atuação melhor também e quem sofre com isso é o público que não domina o inglês e precisa jogar uma versão mais pobre do game.
Nota: 7 (Bom)
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