Assim como os longa-metragens em que se inspira é ótimo para reunir a turma e levar uns sustos, "Until Dawn" é uma aventura para se jogar acompanhado da namorada, namorado ou dos amigos. Suas mecânicas facilitam a participação dos companheiros de jogo e os sustos arrancam tanto gritos quanto risadas no momento seguinte.
Com boa dublagem em português, "Until Dawn" é um jogo de mecânicas simples, mas que consegue entreter com uma narrativa imersiva e atmosfera bem construída, através do visual realista e da fotografia caprichada.
Introdução
"Until Dawn" é a última grande produção exclusiva para PlayStation 4 em 2015. É um projeto ousado, que traz jovens estrelas da TV e do cinema norte-americano para uma homenagem interativa aos filmes de terror juvenis e sanguinários ao estilo "Sexta-Feira 13", "Hora do Pesadelo" ou os mais recentes "Jogos Mortais" e "O Mistério da Cabana".
No game, um grupo de amigos que vai passar uma noite em uma cabana isolada em uma montanha. Um ano antes, duas irmãs desapareceram no local, vítimas de uma pegadinha dos protagonistas. O grupo se reúne para 'superar o trauma', mas não faz ideia dos perigos que os esperam nas próximas horas.
Pontos Positivos
Homenagem ao terror juvenil
"Until Dawn" não esconde em momento algum a inspiração nos filmes de terror do gênero "slasher", como "Sexta-Feira 13", "Hora do Pesadelo", "Jogos Mortais" ou "O Mistério da Cabana". Para o bem e para o mal, a aventura da produtora Super Massive Games é uma verdadeira homenagem ao sangrento gênero cinematográfico.
O sobrenatural é um elemento presente de forma sutil durante boa parte da aventura, assim como a verdadeira natureza do perigo que ameaça o grupo. E, durante esse tempo, o terror funciona bem, com sustos e situações difíceis para lidar.
Assim como em muitos filmes do gênero, o terror meio que vai embora quando você entende o que está enfrentando e encara a ameaça de frente - nos momentos finais, "Until Dawn" escorrega e se torna um game como outro qualquer, quase sem aqueles sobressaltos que tornam a experiência tão divertida no começo.
Mesmo com uma trama clichê, "Until Dawn" é um adventure com sabor próprio e que cumpre bem sua proposta ao longo das 12 horas de duração: é um jogo de terror sem aqueles elementos psicológicos ou cerebrais comuns nos games.
Elenco conhecido
Os personagens do game são interpretados por nomes como Hayden Panettiere ("Heroes"), Rami Malek ("Need for Speed"), Noah Fleiss ("O Retorno de um Herói") e Galadriel Stineman ("Ben 10: Invasão Alienígena"), Brett Dalton ("Agentes da S.H.I.E.L.D.") e Nicole Blun ("Shameless"), entre outros.
Quando digo interpretados, não falo só da "dublagem", mas da atuação mesmo: com seus corpos e rostos reproduzidos fielmente no game, boa parte do drama de "Until Dawn" depende do trabalho destes atores. Um dos destaques é Larry Fessenden, veterano de filmes de terror e um dos misteriosos habitantes da montanha onde rola a aventura.
O personagem de Fessenden faz pequenas aparições durante a trama até se revelar por completo para o grupo de protagonistas apavorados, mas é facilmente uma das figuras mais marcantes do game.
Fácil de jogar
O game é bem simples de jogar. Diferente de um "Resident Evil" ou "Silent Hill", "Until Dawn" é uma aventura que exige pouca destreza do jogador: no controle do grupo de adolescentes, você anda, olha para as coisas, escolhe o que fazer nas horas de tensão e dá uns tiros aqui e ali. O comando mais difícil envolve segurar firme o controle e não fazer nada (sob o risco de ser encontrado por um monstruoso assassino a qualquer tremor das mãos).
Você pode até gostar mais de alguns personagens, mas não escolhe quem vai controlar em cada cena: o jogo faz essa transição de forma exemplar sempre que um grupinho se reúne, passando o jogador para outro integrante de forma natural e sem aviso prévio.
Dublagem bem feita
Em "Until Dawn" a trama é o jogo, tudo o que você faz é acompanhar ou direcionar a história, como em um "Sexta-Feira 13" interativo. Nesse tipo de game, entender o que está sendo dito é fundamental, e, ainda bem, o game conta com uma dublagem em português nada decepcionante, como tem se mostrado constante nos mais recentes games exclusivos do PlayStation 4.
Vale jogar de novo
A campanha de "Until Dawn" dura pouco, cerca de 12 horas - o que não é ruim, para um jogo baseado totalmente na narrativa. O jogo traz um sistema de 'efeito borboleta' em que as ações do jogador têm impacto em eventos posteriores, podendo até resultar na morte de alguns personagens. Entender as escolhas é fácil (há um menu que mostra as decisões tomadas pelo jogador e o que aconteceu por causa delas).
Mas para reverter as ações e conseguir um final melhor (ou seja, com mais sobreviventes) é preciso jogar o game inteiro novamente e não só o capitulo daquela escolha específica. Esse é o maior motivo para jogar "Until Dawn" mais de uma vez. Outro apelo para repetir a experiência é para os colecionadores, que vão tentar encontrar todos os totens e pistas escondidas pelos cenários.
Pontos Negativos
Movimentação
Há pequenos problemas em "Until Dawn", principalmente na movimentação: você usa uma alavanca para andar e a outra para mover a cabeça do personagem que está controlando.
Como em outros games de terror, a câmera é fixa, controlada pela máquina. Isso rende ângulos e enquadramentos que fortalecem a atmosfera de terror, dando a sensação de que algo está a espreita, além de impedir que o jogador fique tranquilo ao explorar algum cenário, como um celeiro ou uma cabine arruinada.
Essa combinação (câmera fixa, movimento da cabeça) acaba rendendo situações no mínimo esquisitas, quando você esquece de 'olhar para a frente' com a alavanca e o personagem começa a andar com o pescoço meio torto. É uma coisa bizarra que poderia ser corrigida naturalmente pelo game.
Personagens mal explorados
Ao terminar o game, fica a sensação de que certos elementos de "Until Dawn" poderiam ser melhor explorados, como as sequências com o psiquiatra (muito bem interpretado por Peter Stormare, de "Fargo" e "Anjos da Lei 2") e as relações entre os personagens, que embalam a história mas não afetam as sequências de jogo.
Sam é certinha demais e totalmente rasa, como se fosse a personagem destinada a ser "o jogador". Outros membros do grupo desenvolvem sentimentos como ciúmes, amor, ódio uns em relação aos outros. Mas embora isso apareça na história e nas estatísticas de cada personagem, não são refletidos nas escolhas oferecidas ao jogador.
"Until Dawn" oferece uma boa aventura com uma ótima narrativa e traz uma sempre bem-vinda proposta original ao mundo dos games... Mas poderia ser melhor explorado pelos desenvolvedores.
Nota: 8 (Ótimo)
SIGA O START NAS REDES SOCIAIS
Twitter: https://twitter.com/start_uol
Instagram: https://www.instagram.com/start_uol/
Facebook: https://www.facebook.com/startuol/
TikTok: http://vm.tiktok.com/Rqwe2g/
Twitch: https://www.twitch.tv/start_uol
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.