Mundial de LoL 2020 é um recado de força e adaptação dos eSports
Um dos principais campeonatos de esportes eletrônicos do planeta, o Worlds 2020, também conhecido como Mundial de League of Legends, chega à sua decisão neste sábado com o confronto entre a sul-coreana DAMWON Gaming e a chinesa Suning. À parte de rivalidades esportivas e de nível competitivo, o torneio se mostrou um grande recado da Riot Games para o cenário em meio à pandemia do coronavírus. Em meio a incertezas e dúvidas, acompanhamos um show de superação em alto nível.
O Mundial deste ano é o décimo da história do League of Legends, e a previsão era de que o evento seria o maior espetáculo já proporcionado para os fãs. Obviamente, com as restrições impostas por uma das situações sanitárias mais delicadas da história, não foi possível aplicar todos os recursos aguardados, mas nada que limitasse a criatividade ou a capacidade de emocionar e remeter os fãs do game a tudo o que eles viveram e ainda vão viver com o jogo.
O cenário da Fase de Entrada, com efeitos especiais que mostravam os jogadores como se estivessem disputando as partidas no topo de um prédio, já deu o tom de que o campeonato faria todo o possível para continuar criando memórias, ainda que à distância. A apresentação da semifinal, com efeitos dignos de Hollywood, aumentou a expectativa para o que virá na grande decisão —marcada para o Pudong Football Stadium, em Xangai, com presença limitada de público para manter a segurança de todos.
Temos uma grande paisagem para trabalhar no Pudong Stadium. Estou muito empolgado em relação a isso. Assisti a simulações da cerimônia de abertura algumas vezes e me animei todas as vezes que vi. Teremos algo muito especial. Sem o público, vamos preencher com tecnologia. Contamos com surpresas realmente empolgantes, coisas que vocês nunca viram antes, algo que nunca fizemos antes também. Será espetacular
John Needham, head global de eSports da Riot, em evento com a imprensa antes do Mundial
No início da pandemia, havia um enorme receio sobre o que aconteceria com os campeonatos presenciais de esportes eletrônicos. Obviamente, os cenários regionais continuariam se movimentando, com as devidas adaptações online, mas e os encontros internacionais, responsáveis pelo auge não só em nível competitivo, mas também em emoção e memórias? O Worlds foi um recado de que é possível fazer. E de maneira bem executada.
Para quem não acompanhou o torneio desde o início, vale lembrar que os jogadores foram submetidos a todos os procedimentos necessários ao entrar na China —começando por um isolamento em quartos individuais ao longo de 14 dias e seguindo com protocolos durante as partidas. Normalmente realizado em três ou quatro cidades diferentes, desta vez o Mundial se manteve restrito apenas a Xangai, para evitar deslocamentos e contatos ainda maiores entre diferentes grupos de pessoas.
O crescimento das transmissões de eSports e o aumento das visualizações de streamers nos últimos meses reforçou a importância dos games enquanto produto de entretenimento nos dias atuais. Trata-se de uma produção de conteúdo com um nível de adaptação ímpar, que se moldou às dificuldades e soube administrar bem as limitações. Um recado da força do cenário para as modalidades tradicionais e para quem ainda, inexplicavelmente, tente diminuir a legitimidade.
A Riot já definiu que o Worlds voltará à China em 2021 para uma experiência completa —em mais cidades e, projetando a normalização da situação sanitária, como sempre foi. Que o próximo ano nos proporcione mais memórias, inovações e competições de eSports com o pacote completo. Os fãs já provaram que seguirão lado a lado em qualquer situação.
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