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First Strike dá recado e "batiza" Valorant no Brasil

Bruno Alvares/Riot Games
Imagem: Bruno Alvares/Riot Games

Colunista do UOL

08/12/2020 09h00

O cenário brasileiro de Valorant viveu seu início oficial no Brasil na última semana com a realização do First Strike - primeiro evento global da Riot Games para o FPS que teve sua versão final lançada em junho deste ano. Após qualificatórias que envolveram quase 400 times na disputa pelo título, os oito melhores foram selecionados para comparecer presencialmente ao estúdio da Riot Games em São Paulo.

A Gamelanders, principal destaque dos últimos meses, chegou ao sétimo título em sete finais disputadas. Liderada por Leonardo "mwzera", eleito MVP da competição, a organização levantou o troféu e fechou uma temporada que beirou a perfeição. Anteriormente, a equipe já havia sido campeã das duas edições da Copa Rakin, da Gamers Club Ultimate I, da EVOlution Open, da AORUS League e da Copa brMalls.

Gamelanders campeã do First Strike Brasil - Bruno Alvares/Riot Games - Bruno Alvares/Riot Games
Gamelanders campeã do First Strike Brasil
Imagem: Bruno Alvares/Riot Games

Além da construção de uma narrativa interessante e de times que já reúnem características próprias bem denotadas, o First Strike deu ao público um primeiro gosto do competitivo de Valorant, jogo que promete (e muito) para 2021. O Brasil é considerado uma região major, ao lado de Europa, América do Norte e Coreia do Sul, e conta com duas vagas garantidas no Champions, o mundial do game, que acontecerá no fim do ano que vem.

Chama a atenção o pouco tempo que o game precisou para gerar uma movimentação no ecossistema de esportes eletrônicos, atraindo pro players de diversos outros títulos. Counter-Strike, Crossfire, Point Blank, Overwatch... O próprio mwzera, destaque a nível internacional, teve passagens como jogador de Rainbow Six Siege e Zula. Com rapidez, o Valorant criou a própria comunidade e "fez barulho" em diversas regiões.

Outro ponto que chamou a atenção no First Strike foi a capilaridade do evento ao redor do mundo. Não só regiões tradicionais dos esportes eletrônicos foram contempladas, mas também pontos que, normalmente, encontram dificuldades para organizar grandes competições - como o Oriente Médio e o Norte da África, por exemplo. Houve campeonatos específicos na Tailândia, na Indonésia e em Malásia/Singapura. Um formato a ser seguido por outros games que queiram, de fato, ter apelo mundial.

Foi um desafio para a Riot Games Brasil, que já havia executado uma final épica do CBLoL em cima de um prédio no mês de setembro, realizar um evento presencial em meio à pandemia do coronavírus. A Vorax Fusion, uma das melhores equipes do país no Valorant, cotada como favorita à final ao lado da Gamelanders, ficou fora do torneio por conta de casos positivos em seu elenco e não recebeu permissão para jogar online. Uma pena para a talentosa line, que certamente brilhará nos próximos campeonatos em 2021.

Estúdio do First Strike - Bruno Alvares/Riot Games - Bruno Alvares/Riot Games
Estúdio do First Strike
Imagem: Bruno Alvares/Riot Games

É precipitado fazer análises sobre como será o cenário do game no Brasil por meio dos números do First Strike. A tendência é de uma curva muito ascendente e de um público que abrace o game de forma intensa - ainda mais se considerarmos o forte potencial das representantes nacionais perante os times estrangeiros. Quando os confrontos entre as regiões começarem é que o competitivo vai esquentar de vez, e acompanharemos rivalidades nascendo e se fortalecendo.

A maturidade acumulada ao longo dos anos de CBLoL certamente fará com que a Riot brasileira torne a experiência dos jogadores de Valorant algo cada vez mais propício à formação de talentos e atrativo para a comunidade que ama jogos FPS. Do casting à montagem do palco, a produtora já se mostrou atenciosa nesse sentido. O First Strike foi apenas um petisco de um grande banquete que o próximo ano pode oferecer.