Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Caso Moïse: seu ídolo no eSport ou stream fala sobre racismo? Meli deu aula
Na terça-feira (01/02), no final da transmissão da Qualificatória Fechada da América Latina para o Six Invitational (campeonato mundial de Rainbow Six: Siege), o narrador André "Meligeni" (meu companheiro de trabalho na Ubisoft) mandou um recado não muito comum para um evento de eSports.
"Um dia, eu vou morrer. Pode ser um acidente de carro, pode ser por doença, por velhice, por qualquer coisa. Mas o negro morre por ser negro. Eu não morro por ser branco. Se conscientizem! Racismo é crime", desabafou.
Sua motivação foi a tortura e o assassinato do refugiado congolês Moïse Kabagambe, no Rio de Janeiro, há pouco mais de uma semana, que repercutiu mundialmente e gerou uma indignação à altura da barbárie.
"O que aconteceu nesta semana no Rio de Janeiro não pode ser perdoado", continuou o narrador. "Tem que buscar. Vocês aí têm que se conscientizar. Essa garotada que assiste à gente, preste atenção na vida de vocês. Tomem cuidado com as suas palavras também."
O cenário de esporte eletrônico tem muito do que se orgulhar. É exemplo a ser seguido em diversos aspectos. Mas, infelizmente, engajamento em questões sociais não é um deles.
Criadores de conteúdo e influenciadores tendem a se sentir acuados ao abordar temas importantes que furem a bolha dos games. Seria injusto generalizar, mas é fato: precisamos (e muito) melhorar nesse sentido. Perder o receio de ser mais humano.
Ironicamente, estamos falando de um meio que conversa justamente com aqueles que mais precisam ouvir e se conscientizar: os jovens.
Não trato aqui de polarizar opiniões políticas diferentes ou inflamar debates vazios, mas sim de se levantar contra racismo, machismo, misoginia, LGBTfobia e tantas outras questões para as quais não deveríamos fechar os olhos em nenhuma ocasião.
Da mesma forma que internet não é terra de ninguém, o cenário de eSports não é um mundo à parte. Se você gosta de um criador de conteúdo, de um streamer, de um pro player, procure saber não só o que ele pensa sobre jogos eletrônicos, mas também sobre questões fundamentais que cercam a sociedade.
Parece redundante reforçar o tamanho da responsabilidade que essas figuras públicas têm nas mãos como formadores de opinião. Mas muitos fãs tendem a esquecer que, à parte do profissional ali, narrando, jogando ou analisando, há um ser humano que carrega consigo muito mais do que somente conhecimento sobre games. É dessa consciência que o cenário precisa.
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