Topo
OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

LBFF 7: de olho na História, torneio aposta em recordes imprevisíveis

LBFF - Juliana Pedutti, Filipe Nevares & Anderson Alcantarino
LBFF Imagem: Juliana Pedutti, Filipe Nevares & Anderson Alcantarino

Colunista do UOL

05/02/2022 04h00

A Liga Brasileira de Free Fire está de volta neste sábado, dia 5 de fevereiro. Uma das grandes responsáveis pela popularização do esporte eletrônico no país, a competição distribuirá uma premiação de R$ 745 mil e contará com transmissão em TV aberta: a RedeTV! exibirá o campeonato aos sábados e domingos, enquanto, na TV fechada, o SPACE será um dos responsáveis pela transmissão às segundas-feiras. Vai dar o que falar.

Um dos fatores mais interessantes do torneio é a rotatividade, já abordada anteriormente aqui no GGWP. Até hoje, foram cinco edições de LBFF disputadas, com cinco campeões diferentes: Team Liquid, SS e-Sports, Fluxo, Vivo Keyd e B4 - sendo, esta última, a atual detentora do troféu. Apenas um jogador conseguiu, até hoje, a proeza de celebrar o título em duas oportunidades: Jonatha "JapaBKR", que venceu pela Liquid e pelo Fluxo.

Do ponto de vista competitivo, a falta de previsibilidade é um fator extremamente interessante. Obviamente, o estilo dinâmico do Free Fire faz com que as equipes se reinventem e, dentro do servidor, busquem formas de maximizar o próprio estilo de jogo de acordo com o que aumente as chances de sair com o Booyah. Começar um campeonato sem falar em poucos favoritos é ótimo para a narrativa da publisher e para os fãs que irão acompanhar.

Aliás, de olho na própria história, a Garena desenvolveu uma área em seu site oficial de Esports chamada Hall da Fama - para reunir dados, conquistas e tirar diversas dúvidas da comunidade sobre a trajetória que o torneio percorreu até aqui. Uma iniciativa muito interessante e, até aqui, pouco observada pela comunidade de esporte eletrônico como um todo. À parte de VODs, matérias e registros da imprensa, é difícil acessar a documentação destes anos em que os games viraram parte integrante do Esporte.

É importante entender que parte do ciclo da construção de grandes personagens é também eternizá-los de diversas formas. Obviamente, a função social de uma prática esportiva é fazer com que, por meio da modalidade, o atleta encontre uma profissão e mude a própria realidade, mas há volatilidade quando falamos de centenas de jogadores espalhados por diversas divisões com o mesmo objetivo. É preciso contar essas histórias da forma adequada.

A LBFF já cumpriu diversas metas que muitos campeonatos de esporte eletrônico levaram bem mais tempo para atingir. Abriu espaços, transformou vidas, motivou a criação de equipes, notabilizou gigantes... As transmissões na TV aberta tendem a atrair mais uma parte do público que ainda não foi impactada pelos eSports e ampliar a legitimidade necessária ao desenvolvimento de talentos a longo prazo.

Que, nos próximos finais de semana, muitos pais, mães, filhos e filhas possam se sentar juntos diante da televisão para acompanhar algumas quedas e notar que o Free Fire é um fenômeno sociológico repleto de peculiaridades interessantes. Quem sabe o próximo Nobru não desperta nestes dias que estão por vir?

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL