Pandemia e maus hábitos: como The Sims 4 virou minha máquina do tempo
O que foi essa pandemia de covid para nossa saúde mental? Haja terapia!
Lembro que, no pico de casos, com o mundo de ponta-cabeça, eu precisava desligar um pouco disso tudo. Escolhi o The Sims 4, comprei uma passagem só de ida e uma placa de "não perturbe".
Sabe aquele momento que você se conecta ao jogo e esquece das preocupações que só a vida adulta nos dá de presente? Foi tão bom. Com algumas horas de jogatina eu já parecia a Raquel adolescente, só faltava os meus pais pedindo para eu sair do computador para jantar.
Um bom tempo tinha passado desde a última vez que joguei The Sims, mas alguns controles estavam na ponta do dedo. A minha personagem se chamava Raquel, uma mulher negra, independente e sim, não se surpreenda, a carreira dela era desenvolvedora de jogos.
No jogo, o dia parecia calmo e a casa arrumada —nem vamos falar do mundo real aqui. Horas de trabalho, algumas pausas para refeições e logo o fim do expediente.
No escritório da Raquel digital, tinha bugigangas e um computador potente (que só dá pra comprar no jogo, mas queria). O fim do dia foi um merecido e reconfortante descanso.
Depois disso a rotina começou a se repetir, a Sim Raquel ficava com pouca energia e aparência cansada, já não aparentava ser tão jovem e alegre, muito por conta do excesso de trabalho.
O que eu estava fazendo de errado? Logo pensei que deveria deixar o jogo e voltar no dia seguinte, mas acho que virar uma madrugada por conta própria é uma dádiva da vida adulta que só o sono vai cobrar, então decidi ficar e dar um jeito naquela rotina chata.
Hora após hora e falha após falha a ficha caiu: não achei nada que conseguisse quebrar aquela rotina, na verdade eu me encontrei lá.
A Raquel desenvolvedora de jogos na Sue The Real, estúdio que ela mesmo criou, estava dentro do The Sims. Se não fosse cômico, talvez fosse trágico, mas para minha felicidade, ou não, no jogo eu consegui ver um pouco do futuro, muito parecido com aquele filme Click, atuado pelo Adam Sandler.
O The Sims, um simulador de vidas me fez repensar toda a forma que eu estava levando a minha vida real e cuidando pouco da minha saúde
Nova Vida (virtual)
No primeiro momento me senti desconfortável, mas se tinha conseguido ver um futuro ruim, talvez eu pudesse ver um bom. Me atrevi a criar outra personagem, agora Rawop, chega de usar meu nome.
Ela levava consigo a profissão de desenvolvedora de jogos, mas tinha outras particularidades. Rawop simplesmente trabalhava, se divertia, comia coisas saudáveis, saia de casa para ver a natureza, praticava exercício físico, lia livros e até mesmo se relacionava com outras pessoas.
Sei que tudo isso soa muito perfeito, mas a Rawop, mesmo representando uma vida ideal, horas inalcançável, sem dúvida me mostrou que o total oposto também é ruim e me parece que a Raquel estava pegando esse caminho. Aliás, ambas estavam.
Com a minha crise exposta, o The Sims, um jogo ingênuo que venho jogando desde de minha adolescência, me fez pensar sobre o que eu fui, o que sou e o que serei.
A vida é uma caixinha de surpresas e sempre podemos aprender algo novo. Saiba também que é possível recomeçar e mudar algumas coisas, para não repetirmos os mesmos erros do passado.
Se achou interessante esse laboratórios de comportamentos que testei durante o jogo me fala e posso trazer mais coisas sobre.
Eu fortemente recomendo que jogue The Sims experimentando criar um (a) personagem com alguns hábitos e depois fazendo mudanças para ver diferentes resultados. Se fizer me conta como foi!
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