"Hitman" exagera na nostalgia e pode cansar; veja cinco aspectos do game
Após um conturbado desenvolvimento, "Hitman" finalmente foi lançado. Quer dizer: o primeiro episódio da temporada inicial do jogo já está disponível para PC, PlayStation 4 e Xbox One. Criado pela IO Interactive e publicado pela Square Enix, o game marca uma espécie de recomeço para a série, uma vez que "Hitman: Absolution", de 2012, foi criticado por se afastar da fórmula original da franquia.
Sendo assim, uma das metas iniciais do novo jogo é, justamente, ser uma experiência mais fiel às suas origens. Nesse ponto, a IO Interactive obteve sucesso. UOL Jogos experimentou o primeiro episódio do game e pode comprovar que ele lembra - e muito - os primórdios da grife. Essa qualidade, que deve agradar aos fãs mais saudosistas, também tem um gosto agridoce: será que o jogo não voltou mais do que deveria no tempo e corre o risco de não angariar novos jogadores?
Ainda que seja impossível afirmar se isso vai ou não ocorrer, a conclusão é que "Hitman" não é um jogo para todos os tipos de jogadores - e seus respectivos gostos. Veja abaixo cinco características fundamentais do game e que podem ajudar na decisão de entrar ou não na pele do famoso Agente 47.
Será que "Hitman" é para você?
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O tempo é relativo
Em uma primeira abordagem, cada nível de "Hitman" tende a consumir um bom tempo dos jogadores. A variedade de meios com os quais é possível eliminar os alvos, assim como a necessidade de se conhecer o mapa a ser explorado, faz com que cada passo precise ser planejado. E isso demora.
Uma vez terminada a missão pela primeira vez, a situação muda de figura. Não há mais o elemento surpresa: o jogador sabe, por exemplo, que determinado personagem irá percorrer tal caminho. Essa característica permite que o jogador se desafie a concluir as missões no menor tempo possível, mas também torna toda a ação do game bastante previsível. Isso nos leva ao próximo tópico. -
A conta-gotas
A decisão de fazer de "Hitman" um game episódico foi um dos pontos mais controversos do desenvolvimento do game. E isso gerou um impacto considerável em sua estrutura: o primeiro episódio conta com duas missões de treinamento, uma missão "para valer" e modos de jogo que utilizam os cenários já explorados.
O jogo ainda incentiva que essas passagens sejam jogadas de maneiras diferentes, mas a repetição sobre o mesmo tema cansa rapidamente: os inimigos seguem sempre o mesmo roteiro durante as missões, eliminando quaisquer chances de surpresa. Além disso, o intervalo entre os episódios é uma ótima deixa para truncar a experiência, dando brechas para que os jogadores, por exemplo, se esqueçam do ponto no qual a história do game se encontra. -
Cadê o GPS?
É relativamente fácil se perder nos cenários de "Hitman", em especial no da primeira missão do modo história, única disponível nesse primeiro episódio. A questão se torna ainda mais crônica a partir do momento em que não há nenhum indicativo de rota pelo mapa.
Ao mesmo tempo que essa característica demanda senso de direção dos jogadores, ela também abre espaço para uma qualidade do game: a possibilidade de abordar o mesmo cenário de formas distintas. Não há, portanto, um jeito certo de cumprir os objetivos do game, o que ajuda jogadores mais criativos. -
Eu não estive aqui
Jogos que têm elementos de furtividade, como "Metal Gear Solid", acabam contrapondo uma evolução mais lenta pelos níveis com momentos de ação explosiva. Quem espera isso de "Hitman", porém, irá se decepcionar, até porque a jogabilidade em combates não é das melhores.
A meta é passar despercebido e, a não ser que isso seja algum requisito para cumprir algum desafio, a forma ideal de completar uma missão envolve não atirar ou se envolver em perseguições. Afinal, agir como um fantasma é uma das melhores qualidades do Agente 47. -
Visual matador
Os jogadores mais apegados aos gráficos terão um prato cheio em "Hitman". O visual é bem bonito e algumas passagens, como as pessoas aglomeradas ao redor da passarela na qual modelos desfilam na missão de Paris é recompensador.
Há, porém, alguns bugs, em especial de colisão de objetos com o cenário. Isso acontecia com razoável frequência durante o beta aberto e é algo que ocorre menos vezes durante o jogo final. É o suficiente para não estragar a experiência.
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