Ser membro da LOUD é como fazer parte daquele grupo dos populares da escola. Entrou para o time? Então já toma aqui essas centenas de milhares de seguidores. As contratações mais recentes, por exemplo, mostram a força da equipe: Arthur "Thurzin" Fernandes, de 13 anos, tem 1,4 milhão de fãs no Instagram, e Milena "Mii" Esquierdo está próxima dos 900 mil.
Mesmo para os jogadores profissionais, não basta ser bom no game, também é preciso ter presença diante das câmeras para realizar transmissões e interagir com os fãs, tanto online quanto em eventos. Essa característica, que é uma das razões para o time fazer tanto sucesso na internet, vem de uma filosofia do próprio Bruno PH, influenciado por atletas que são referências em suas áreas, como Cristiano Ronaldo, no futebol, ou LeBron James, no basquete.
"Mesmo sendo o melhor pro-player do cenário, a pessoa também tem que ser alguém com uma imagem boa e ser um influenciador em paralelo a isso", explica.
Por isso a LOUD surgiu como um time de influenciadores que também competem profissionalmente. Só que o próprio PH admite que nem tudo saiu como planejado.
"Na prática, quando você começa a perder tempo com vídeos, gravações, horas de live, não tem mais o tempo necessário para dedicar na performance e ser o melhor naquilo que você faz, que é jogar bem". Ele também admite que a LOUD foi aprendendo com o tempo a ser um time profissional.
Assim, alguns jogadores que entraram para competir começaram a se dedicar somente a criar conteúdo para a LOUD. Foi o caso de Victor Coringa, Carol Voltan, Babi e Marcos MOB. Todos já foram pro-players, mas hoje desempenham o papel de influenciadores.
Para Voltan, essa foi uma transição bem tranquila e que fazia mais sentido: "A gente entrou mais nesse lado de influenciadora, que era o que estava puxando mais público pra gente".
Babi completa dizendo que a pressão por não estarem competindo também é bem menor. "O público não cobra da gente como cobra eles (os pro-players). A gente é mais diversão, entretenimento e essas coisas".
Mesmo para quem ainda faz parte da equipe que compete profissionalmente, continua uma demanda para realização de transmissões ao vivo e vídeos para os canais no YouTube. Samuel "Bradoock", que está no time desde a formação original, diz que, no começo, foi difícil conciliar as duas rotinas, mas que hoje já se acostumou.
"A gente tenta conciliar usando a manhã para ser mais influenciador, pensar em ideia para vídeos. Depois dos treinos, às 19h, a gente também pode trabalhar mais esse lado. Então, se não gravou de manhã, grava depois do treino", revela Bradoock.