Os games que definiram 2019

Eventos inesquecíveis, decepções e surpresas pelo caminho: os 10 jogos que marcaram o ano

Equipe START Bruno Miranda/UOL

Não dá para negar que 2019 foi um ano agitado para os games. Houve decepções, grandes lançamentos, hype exagerado, surpresas bem-vindas e jogos que não saíram das rodinhas de conversa, fossem elas virtuais ou não.

Para representar esses últimos 12 meses, a equipe do START listou 10 jogos que tiveram um papel de destaque e causaram impacto nos jogadores, no mercado ou na indústria. Sendo assim, esta não é uma lista de melhores ou piores do ano.

Os games a seguir representam os principais momentos de 2019, mas não foram os únicos, é claro. Deixamos nossas menções honrosas a "Sekiro: Shadows Die Twice", "The Outer Worlds", "Devil May Cry V", "Disco Elysium" e "Apex Legends", que também ajudaram a fazer de 2019 um ano excelente para os jogadores.

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"Anthem" e a decepção pelo hype

Por Rodrigo Lara

Era muito fácil se empolgar com um jogo como "Anthem". Afinal, você tinha um traje à la Homem de Ferro, voando e destruindo inimigos dos mais variados tipos em um mundo vasto e rico em detalhes. E tudo isso poderia ser feito sozinho ou com amigos. Não tinha como dar errado, não é mesmo?

Mas deu, e muito. "Anthem" representa a principal decepção do ano, e um hype que nem de perto conseguiu cumprir as expectativas.

O jogo cai no velho problema de prometer mais do que consegue entregar. As falhas são muitas, tanto dentro do jogo, com carregamentos (loading) excessivamente longos, travamentos e desconexões, quanto nos bastidores, com mudanças de rumo no desenvolvimento, profissionais sofrendo com "Crunch" e incompatibilidade com o motor gráfico Frostbite.

"Anthem" foi lançado em fevereiro, e ao longo do ano a BioWare até tentou salvar o jogo, mas já deixou de lados os planos de ter atualizações robustas em prol do lançamento de atualizações menores. Resta saber se ainda haverá algum jogador esperando tudo isso ser resolvido.

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"O game pode não ter tido o começo que muitos de nós gostaríamos, incluindo nossos jogadores. Eu sinto que a equipe realmente conseguirá chegar ao seu objetivo com algo especial e grandioso, porque eles já demonstraram que podem".

Andrew Wilson, CEO da EA, sobre Anthem em entrevista ao GameDaily.biz em junho de 2019

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Pokémon Sword & Shield: o ano dos exclusivos da Nintendo

Por Rodrigo Trindade

O Nintendo Switch viveu em 2019 os seus 12 meses mais ricos em termos de exclusivos, encerrados com "Pokémon Sword & Shield", a cereja do bolo.

O primeiro jogo de Pokémon da série principal para consoles de mesa chegou com bastante expectativa, mesmo não agradando todo mundo. "Sword & Shield" trouxe novas mecânicas, como acampamentos em mundo aberto, mas viu a comunidade fazer um escarcéu por conta da "Dexit", que cortou em centenas o número de monstrinhos disponíveis.

Foi um encerramento de gala para o portátil/híbrido da Nintendo, que recebeu em 2019 jogos para todos os gostos: desde ação, RPG, aventura e estratégia até inesperadas adaptações, como "The Witcher 3" e "Mortal Kombat 11". O catálogo de novidades exclusivas da Nintendo chamou a atenção pela boa qualidade, trazendo jogos de Zelda, Mario e até Yoshi que serão lembrados por muito tempo.

Enquanto Playstation 4 e Xbox One estão de saída, o Switch chegou ao seu auge, e é bom os fãs aproveitarem. Ao que parece, 2020 não promete tanta fartura assim de exclusivos.

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Principais Exclusivos da Nintendo

Tetris 99

O inesperado "battle royale" que justificou, para muitos, assinar o serviço online da Nintendo

Super Mario Maker 2

Construir fases de Mario, e passar nervoso com os desafios impossíveis, nunca foi tão divertido

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Fire Emblem: TH

De tomar chá com seus alunos até gerenciar um exército, "Three Houses" é uma experiência única

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Link's Awakening

O remake do clássico de Game Boy dá um novo sentido às aventuras em miniatura de Link

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"Resident Evil 2" e a nostalgia no caminho certo

Por Rodrigo Lara

Vivemos um forte momento de nostalgia na indústria dos games e, em 2019, nada capitalizou tanto esse sentimento quanto o remake de "Resident Evil 2". O game da Capcom evitou o caminho fácil, de surfar na onda de revitalização da franquia ou se apoiar no saudosismo barato. Ele foi autêntico no resgate de um clássico.

O novo "Resident Evil 2" foi uma aula de como fazer um remake, em um equilíbrio entre velho e novo. A história é praticamente a mesma do game de 1998: Leon Kennedy e Claire Redfield precisam sobreviver ao apocalipse zumbi que dizimou Racoon City, com passagens inéditas misturadas com momentos clássicos. Além da preocupação em contextualizar as novas mecânicas para a situação de pânico que os personagens enfrentam, a atenção aos detalhes se reflete em cada trecho dos cenários, em cada momento de tensão.

Também não podemos ignorar o Mr. X, o enorme e elegante inimigo que persegue o jogador, sempre aparecendo nas horas mais inconvenientes. Não demorou para que o personagem virasse meme e contribuísse para manter o jogo em alta o ano todo.

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Nosso trabalho é respeitar o original enquanto também trazemos algumas novidades para essa versão reimaginada que permita não apenas que veteranos curtam, mas que também agrade novos jogadores

Yoshiaki Hirabayashi, Produtor de Resident Evil 2 Remake, para o site Rely on Horror

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"Free Fire" mostra que o futuro é mobile

Por Amanda Santos

"Free Fire" pode até ter sido lançado em 2017, mas foi em 2019 que o jogo realmente estourou. Não teve vez para "PUBG Mobile", "Arena of Valor" e nem mesmo "Fortnite". O "battle royale" para celulares, desenvolvido pela Garena, protagonizou o ano dos games mobile no Brasil, principalmente com a explosão do cenário competitivo e o surgimento de um fenômeno de cultura e comportamento.

O jogo, gratuito e capaz de funcionar bem até nos celulares mais simples, atraiu um público que não se vê nos cenários competitivos de outros jogos, como "CS:GO" e "League of Legends". Mudou a vida de streamers e pro-players, além de colocar o Nordeste do Brasil em evidência.

Enquanto "Free Fire" batia recordes de audiência nas transmissões dos campeonatos (ver gráfico abaixo), organizações tradicionais de eSports, como paiN e INTZ, e até times de futebol, como Corinthians, começavam a montar times e contratar jogadores para competir profissionalmente.

O ano foi encerrado com o Corinthians sendo campeão mundial no Rio de Janeiro, para uma audiência de mais de 1 milhão de pessoas assistindo pela internet, e com um videoclipe em que Mano Brown, MC Jottapê e streamers de "Free Fire" cantam uma letra-manifesto do jogo que tem tudo para continuar superando limites em 2020.

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"Untitled Goose Game" virou o mundo de cabeça para baixo

Por Makson Lima

Armas futuristas, gráficos realistas, mecânicas complexas e atores famosos em cenas cinematográficas? Não, vamos ficar com um ganso que só sabe correr, buzinar seu "HONK!" e incomodar a vida das pessoas em uma vila pacata.

O agora conhecido como "Jogo do Ganso" foi a grande surpresa de 2019. O game indie nasceu como piada interna na desenvolvedora australiana House House e atingiu o estrelato, indo muito além do jogo em si. O singelo animal, agente do caos, disseminou a discórdia na vizinhança pacífica com suas artes: roubar a chave do jardineiro, tirar uma meia do varal, jogar um sanduíche no meio do lago. A anarquia virou meme, e depois disso não há retorno.

O ganso e seus grasnados invadiram os domínios de outros jogos, de "Resident Evil 2" a "Death Stranding", com homenagens e modificações. Artes de fãs também tomaram o Twitter, Reddit e demais aglomerações virtuais de interessados, ou não, em videogame. A febre chegou até pessoas famosas, como o ator Kyle MacLachlan (de Twin Peaks), que fez montagens no Twitter, e a banda Blink-182, que citou o jogo durante um show.

"Untitled Goose Game" virou o mundo de cabeça para baixo e obrigou todo mundo a rever seus conceitos de diversão, e até de ameaças: será que os gansos da vida real são assim também? Com a recente chegada do Ganso a novas plataformas, como Xbox One e PS4, é provável que essa dominação ainda esteja apenas começando.

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Foi bem estranho abrir nossas notificações de Twitter e ver a imensidão de respostas positivas, vídeos e pessoas fazendo memes, marcas fazendo memes e o Blink-182 também

Michael McMaster, Designer de Untitled Goose Game, em entrevista à Vice Games

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"Fortnite": o jogo mais popular do mundo acabou e depois renasceu

Por Giovanna Breve

Parecia o sonho de todos os pais preocupados e jogadores "old school": um buraco negro surgiu para engolir "Fortnite", um dos jogos mais populares do mundo, que em 2018 atingiu a marca de 8 milhões de jogadores simultâneos. Durante alguns dias, em outubro, restou apenas uma tela escura no lugar do jogo, deixando jogadores esperando e especulando sobre o que aconteceria.

Tudo não passou de marketing para a manutenção dos servidores, é claro, e em seguida foi revelado "Fortnite: Capítulo 2". Um mapa reformulado, com várias novidades e um necessário frescor para o jogo lançado em julho de 2017. O mundo já podia seguir seu rumo natural, com jogadores quebrando árvores e montando construções absurdas de madeira pela ilha.

Enquanto cultivava uma comunidade e distribuía milhões de dólares em seu primeiro campeonato mundial, "Fortnite" também virava uma gigantesca vitrine publicitária, como um cobiçado intervalo de Super Bowl interativo. Batman, Star Wars, a banda Weezer, Vingadores, John Wick e outros: todos deram um jeito de entrar no jogo e chamar a atenção dos jogadores, da imprensa especializada, de economistas e publicitários. É, talvez seja necessário mais que um buraco negro para acabar com "Fortnite".

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Fortnite e a Cultura Pop

Principais eventos que aconteceram no jogo em 2019

Vingadores

Os "Avengers" vieram com armas icônicas e o modo de jogo Thanos vs. Vingadores

Stranger Things

O detetive Jim Hopper e o monstro Demogorgon vieram se encontrar em uma nova dimensão

John Wick

Estiloso, Keanu Reeves ganhou vida com uma skin e modo de jogo que simulava caçada ao alvo

Star Wars

O diretor J.J. Abrams entrou no jogo para mostrar trecho inédito de "A Ascensão Skywalker"

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"Gears 5" lidera a frota do Xbox Game Pass

Por Makson Lima

"Gears 5" trouxe novidades bem-vindas e até necessárias para a série, desde o protagonismo de Kait Diaz até ambientes mais abertos, que traziam respiro em meio a tanta ação. O quinto capítulo da saga foi o maior lançamento para Xbox One em 2019 e também representou a importância cada vez maior do Xbox Game Pass, um dos melhores serviços de assinatura atualmente.

Por uma mensalidade de R$ 29,00, você tem acesso a um extenso catálogo de jogos do Xbox One, incluindo lançamentos como o próprio "Gears 5", que ficou disponível no Game Pass desde o seu lançamento, além de um catálogo impressionante.

Durante o ano, o serviço recebeu outros bons títulos, como "Blair Witch", "Devil May Cry V", "Life is Strange 2", "The Outer Worlds". O Game Pass também incita a curiosidade dos jogadores para produções mais independentes, como "Blazing Chrome", "Outer Wilds" e "Void Bastards", só para citar alguns.

É aquele tipo de custo-benefício que afeta não só sua carteira, principalmente na complicada realidade econômica brasileira, mas também a sua maneira de se relacionar com os jogos.

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Gears 5 simplesmente surgiu na biblioteca de jogos de muita gente, e isso deve ter despertado curiosidade, tipo 'o que será que é isso??'

Rod Fergusson, Diretor da The Coalition, em entrevista ao START sobre Gears 5 no Xbox Game Pass

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"Borderlands 3" e as polêmicas "exclusivas" da Epic Games Store

Por Bruno Izidro

Os fãs já estavam esperando há alguns anos por um novo "Borderlands", e finalmente ganharam uma aventura que expande as fronteiras com novos planetas, inimigos e armas malucas. Mais que isso, "Borderlands 3" inaugurou a polêmica de ser exclusivo, no PC, da Epic Games Store, a nova plataforma que vem batendo de frente com o Steam e dividindo opiniões.

O jogo de tiro da Gearbox recebeu críticas por não estar na loja da Valve, e jogadores até começaram a publicar análises negativas de "Borderlands 2" no Steam, em uma forma de protesto que ficou conhecida como Review Bombing, algo que se repetiu em outros exclusivos da loja da Epic.

Ao mesmo tempo, a Epic Games Store ganhava mercado ao oferecer jogos grátis todo mês, adotar uma política de remuneração mais favorável aos criadores de jogos e também por conseguir exclusividades nas versões de PC, indo desde títulos indies, como Hades, até grandes lançamentos, como "Control", "Shenmue III" e até "Red Dead Redemption 2" (que durou um mês). Em 2020, essa "guerra de plataformas" deve ficar ainda mais acirrada.

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Exclusivos da Epic Games Store

Metro: Exodus

Lançamento: fevereiro Gênero: FPS

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Control

Lançamento: agosto Gênero: ação e aventura

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Shenmue III

Lançamento: novembro Gênero: Ação e aventura

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Reprodução

The Outer Worlds

Lançamento: outubro Gênero: RPG

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"Teamfight Tactics" ajuda a popularizar um novo gênero

Por Siouxsie Rigueiras

O ano mal havia começado e um novo gênero, ainda pouco compreendido, começava a virar notícia: o Auto Battler, jogo de estratégia em um tabuleiro virtual que lembra alguns aspectos de xadrez. Você monta seu exército, dá um "play" e assiste ao desenrolar da batalha.

Títulos como "Auto Chess" e "Dota Underlords" chegaram primeiro, mas em seguida vimos o jogo que melhor representou essa novidade, principalmente no Brasil: "Teamfight Tatics", ou simplesmente TFT.

Ele surgiu primeiro como um modo de jogo dentro de "League of Legends", mas deu tão certo que receberá uma versão própria. O game ganhou repercussão graças a grandes nomes do cenário de LoL, como o ex-pro player e streamer Rafael "Rakin" Knittel, que com sua influência não apenas popularizou o modo, como também se tornou referência no jogo.

Outro nome que vem se destacando em TFT, mas no lado competitivo, é do brasileiro Juan "JSchritte" Freitas, jogador da Cloud9 e que também é conhecido como "Judite". Ele foi campeão do primeiro torneio global do game, realizado no Twitch Rivals, que aconteceu durante a TwitchCon 2019, nos EUA.

Não é todo dia que vemos surgir um novo gênero, e TFT simboliza esse momento como poucos.

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Normalmente jogo em torno de seis a dez horas de TFT e, depois, mais 2 a 4 horas de estudo sobre o jogo, vendo Reddit e stream de outros jogadores

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Juan "JSchritte" Freitas, o Judite, Pro-Player de TFT, em entrevista ao START sobre sua rotina de treino

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"Death Stranding" mostra o poder de conexão dos games

Por Renato Bueno

Poucas vezes um jogo tão estranho foi capaz de atrair fãs, curiosos e desconfiados antes mesmo de ser lançado. "Death Stranding" ganhou notoriedade com seus trailers incríveis e atingiu um público novo ao anunciar um elenco de famosos do cinema e da TV, com Norman Reedus, Mads Mikkelsen, Léa Seydoux e outros. Mas ainda era um jogo difícil de explicar e de entender.

Com o pedigree de Hideo Kojima, célebre pela série Metal Gear, e investimentos da Sony, o game foi lançado em novembro para PS4, em tempo de ser indicado a 8 categorias na premiação The Game Awards, levando para casa os troféus de Melhor Direção, Trilha Sonora e Performance (Mads Mikkelsen).

Porém, assim como o protagonista Sam é sobrecarregado com cargas durante as dezenas de horas da aventura, o jogador é bombardeado com mecânicas, instruções, personagens, trechos de história e missões que nem sempre se encaixam, e muitas vezes caem rolando montanha abaixo. "Death Stranding" se vende como artístico e inovador, ao mesmo tempo em que abusa de metáforas óbvias, traz uma discussão política rasa e empurra propaganda de energético goela abaixo do jogador.

Quer você goste ou não desse jogo "chato e meticuloso", pode demorar muito tempo até vermos de novo uma combinação tão arriscada e peculiar em jogos de grande orçamento.

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Tapete Vermelho

Principais atores em "Death Stranding"

Norman Reedus

Sam Bridges (aparência e voz)

Mads Mikkelsen

Unger Clifford (aparência e voz)

Léa Seydoux

Fragile (aparência e voz)

Guillermo del Toro

Deadman (aparência)

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