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"Prince of Persia" é culturalmente irresponsável, diz jornal

30/12/2008 09h37

A mais recente edição de "Prince of Persia" - cuja origem remonta a um clássico para PC de 1989 -, a primeira aventura original da série para os consoles de atual geração, se passa num mundo de fantasia, sem qualquer correspondência com a realidade. Trata-se de uma abordagem comum para jogos, mas para Seth Schiesel, do New York Times, os games não podem mais se eximir da responsabilidade de que molda as percepções e as atitudes dos jogadores.

Para Schiesel, o game usa o nome do país que hoje é chamado de Irã e outras referências do Oriente Médio, mas, como os aspectos retratados no game nada têm a ver com a realidade, não ajuda - e, pior, sugere que uma abordagem assim deseduca - os americanos a diferenciar a Pérsia do mundo árabe em geral e fazê-los compreender melhor a cultura islâmica.

"O que nós somos para fazer um 'Príncipe da Pérsia' que fala e se comporta como um adolescente americano de 17 anos que só fica em shopping center? Um 'Príncipe da Pérsia' com olhos azuis, rosto anglicano e o que parece ser um bronzeado que ele pegou nas últimas férias de primavera? Justiça seja feita, o novo 'Prince of Persia' não alega nenhuma autenticidade cultural ou histórica; o jogo é ambientado em um reino mágico de fantasia e não em uma versão de um lugar real. Mas isso absolve o jogo de toda sua responsabilidade?", questiona.

"'Prince of Persia' é um grande jogo, mas simplesmente ser um videogame não é mais suficiente para se omitir do fato de que é parcialmente responsável por moldar as percepções e atitudes de seus jogadores. Não mais", conclui.