Topo

Ex-Ensemble culpa cultura empresarial por fim do estúdio

17/03/2010 22h13

Durante uma entrevista cedida na GDC deste ano para o site Eurogamer, Paul Bettner, ex-membro da Ensemble Studios, falou sobre o fechamento do estúdio e disse que a culpa não foi da Microsoft, mas sim deles mesmos.

Bettner, que trabalhou por 12 anos no estúdio, culpou a própria cultura interna da Emsemble, a de trabalhar por extensas horas, pelo seu fim. A Microsoft fechou o estúdio no final de 2008, depois do término de "Halo Wars".

No fim, todos no estúdio se tornaram workaholics", na esperança de repetir o sucesso da série "Age of Empires". Isso levou a projetos altos custos e baixa qualidade de vida dos empregados, situação que, lembra Bettner, é comum nessa indústria.

"Isso é um círculo vicioso horrível. Nós queimamos as melhores pessoas do nosso quadro. Destruímos estes preciosos artistas, desmantelamos suas famílias e sacrificamos sua juventude. Então eles nos deixaram e levaram toda essa experiência consigo mesmos", afirmou.

Caro e demorado

"A verdade é que em cada jogo que desenvolvemos demoramos o dobro do tempo e orçamento previstos", comentou. "A Microsoft é uma companhia pública, eles respondem a seus investidores e nós éramos simplesmente caros demais".

O cultivo de maus costumes em meio ao pessoal também parece ter sido uma das justificativas para o fim do Pandemic Studios. Segundo Carey Chico, ex-membro da companhia, um dos grandes desafios do estúdio foi administrar o capital que entrou quando se fundiu com a BioWare. Sem controle, acabou sendo limado pela Electronic Arts.

Tanto Bettner quanto Chico seguiram suas vidas no mundo dos games, o primeiro como membro da NewToy, empresa com foco no desenvolvimento de software para iPhone, e o segundo como presidente da GlobeX, estúdio que promete mostrar em breve novos projetos.