Presidente da Nintendo recebeu US$ 2 mi em 2009

Entrou em vigor em 31 de março deste ano uma nova regulamentação no Japão que obriga às companhias locais a revelarem os salários dos funcionários que recebem mais de 100 milhões de ienes (US$ 1,1 milhão) por ano. Os valores são bem inferiores aos que os executivos costumam receber no Ocidente.

"As companhias devem sua existência à sociedade", diz Shizuka Kamei, o político que liderou a regulamentação. "As pessoas que ganham muito deve estar orgulhosas de si mesmas e do trabalho que fazem".

Howard Stringer, executivo-chefe da Sony, é quem tem o maior salário dentre as principais companhias que lidam com games, curiosamente no mesmo ano em que a empresa publicou seu primeiro prejuízo anual.

Segundo o site Kotaku, a lei vem causando certa controvérsia no Japão. Em comparação às folhas salariais no Ocidente, os executivos japoneses recebem salários menores. Mas para muitos, o sentimento é de que os homens de negócio bem sucedidos não precisam de milhões de dólares, e que esses salários já são altos o suficiente.

Criador de "Mario" e "Zelda"

Em nota paralela, por conta dessa lei, os salários de alguns executivos da Nintendo foram revelados, entre eles o de Shigeru Miyamoto, o principal criador da companhia. Ele, que no passado recebia um salário igual aos dos outros designers, hoje recebe bem mais. Em uma entrevista em 1999 ao jornal Daily Telegraph, Miyamoto declarou: "A Nintendo apenas me paga um salário. Então, por que vocês em seu artigo não pedem para cada um que gostou de meus jogos depositarem 10 centavos em minha conta!".

A lei de transparência também se aplica a gastos totais com executivos. De acordo com a publicação Asahi Shimbum, mais de 100 milhões (US$ 1,1 milhão) foram divididos entre os seis diretores representativos da Nintendo, entre eles Miyamoto, no ano passado. Embora o valor total que cada um recebeu não tenha sido declarado, a média é US$ 166 mil, que já é bem acima daquilo que o game designer, criador de Mario e Zelda, recebia há dez anos. Segundo o jornal Yoimiuri Shimbum, a média salarial dos executivos no Japão é de 25 milhões de ienes (US$ 280 mil).

Para efeito de comparação, o presidente da Nintendo, Satoru Iwata, recebeu 187 milhões de ienes (US$ 2,09 milhões) no ano passado. A base salarial de Iwata é de 68 milhões (US$ 760 mil) - bem acima da média de um executivo no Japão. O restante, Iwata recebeu na forma de bônus pela performance da companhia. Vale lembrar que Hiroshi Yamauchi, ex-presidente da Nintendo, é atualmente um dos homens mais ricos do país.

Veja a lista de quanto foram os vencimentos de alguns dos principais executivos de empresas que lidam com games:

. Howard Stringer (Sony) - 410 milhões de ienes (US$ 4,6 milhões)
. Hajime Satomi (Sega Sammy) - 400 milhões de ienes (US$ 4,5 milhões)
. Yôichi Wada (Square Enix) - 204 milhões de ienes (US$ 2,3 milhões)
. Satoru Iwata (Nintendo) - 187 milhões de ienes (US$ 2,09 milhões)
. Kazunori Ueno (Namco Bandai) - 100 milhões de ienes (US$ 1,12 milhão)