Pressionada, EA renomeia talibã para 'forças opositoras' em "Medal of Honor"
"Essa é uma opinião importante [dos militares norte-americanos] para o time de 'Medal of Honor'. É uma opinião que adquiriu o direito de ser ouvida, e com a qual nos preocupamos. Por causa disso e por conta do respeito que a série sempre demonstrou aos soldados americanos e aliados, nós decidimos renomear o grupo rival da modalidade multiplayer de 'Taliban' para 'Opposing Force'", explicou Greg Goodrich, produtor executivo do game.
Apesar da mudança de nome do grupo rival, o produtor executivo explica que essa alteração não vai interferir na mecânica de jogo do game.
Histórico do conflito
Quando a Electronic Arts anunciou que os soldados talibãs seriam controláveis no novo game da série de tiro em primeira pessoa, diversos membros do exército se colocaram contra a decisão da empresa alegando que fazer isso era o mesmo que ir contra os sentimentos do povo americano. À época, a produtora disse que isso não mudaria os planos, e até então ela se mantinha firme em sua decisão.
"Há um monte de furor em torno dos jogos que assumem riscos criativos - como jogos que lhe permitem jogar como terroristas em aeroportos derrubando os civis [referência a "Call of Duty: Modern Warfare 2"]. Na Electronic Arts nós acreditamos veementemente que os jogos são uma forma de arte, e eu não sei o motivo para que livros e filmes que tenham o Afeganistão possam ser promovidos e os jogos não", disse Frank Gibeau, presidente da companhia.
O preço pago por essa decisão foi caro, mas ainda assim mostrava-se rentável. No início de setembro, o Serviço de Câmbio do Exército e Força Aérea proibiu a venda do jogo em lojas instaladas em bases militares, o que foi seguido pelas 49 lojas da rede GameStop. Mesmo com essa medida, o jogo já é o que apresenta o maior número de vendas prévias na história da série.
Polêmica
Em desenvolvimento há aproximadamente dois anos, o jogo de guerra "Six Days in Fallujah", para PlayStation 3, Xbox 360 e PC, sofreu um grande revés por utilizar a mesma temática que a Electronic Arts trabalha em "Medal of Honor".
Contando com o apoio de mais de três dúzias de veteranos da guerra do Iraque, "Six Days in Fallujah" narra os eventos da segunda batalha em Fallujah, na Operation Phantom Fury, ou Al-Fajr (respectivamente, Fúria Fantasma e A Alvorada), acontecidos entre 6 e 23 de dezembro de 2004, em que os EUA lideraram um ataque contra a insurgência iraquiana na cidade de Fallujah.
Após o anúncio do jogo, membros do exército americano que participaram do confronto declararam ser contra o lançamento de "Six Days in Fallujah" e fizeram a Konami abandonar o projeto.
"Depois de ver a reação nos Estados Unidos ao jogo e ouvir opiniões via telefonemas e e-mails, decidimos que não vamos mais vendê-lo", disse um representante da Konami à época. "Pretendíamos transmitir a realidade das batalhas aos jogadores de forma que eles pudessem sentir o que era estar lá [no Iraque]".
O projeto quase foi abandonado, mas o time do estúdio Atomic Games continuou o desenvolvimento do game, que está pronto e segue sem apoio de uma editora interessada em lançá-lo.
Confira o novo modo multiplayer de "Medal of Honor" |
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