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Executivo de "Medal of Honor" explica remoção de Talibãs do game

12/10/2010 15h50

O diretor de marketing da produtora Danger Close Games, Craig Owens, responsável pelo novo "Medal of Honor", explicou ao site Joystiq a remoção dos talibãs do jogo.

Segundo Owens, o embargo promovido pela rede de lojas GameStop situadas em bases militares americanas AAFES (Army and Air Force Exchange Service) não foi o principal responsável. "A oposição veio a partir de uma geração mais velha que não entende de jogos, que dizia 'jogue como um talibã e mate soldados dos EUA'", mas ele admitiu "Ainda há, ao que parece, um grupo um pouco desconfiado de um jogo que ocorre em torno de um conflito ativo."

Owens acrescentou que "realmente o grande problema era jogar como soldados do talibã e matar tropas americanas. Então, basicamente, mudamos para 'Opfor' - que é um termo que eles [as Forças Armadas dos EUA] usam, alguns de nossos concorrentes usam - como forma de respeito". O AAFES, argumenta ele, não influenciou na decisão.

Ele também destacou que, durante o beta no começo deste ano, havia "cerca de 500.000 pessoas jogando, como o talibã, matando soldados dos EUA", sem uma única reclamação.

Owens espera que no futuro esse tipo de problema não se transforme em grandes questões em tudo. "É tudo um mal entendido. Eu penso que, eventualmente, caras como nós - eu tenho 42 anos - enquanto ficamos mais velhos, estamos nos tornando um mundo de jogadores que vão estar em todos os níveis e eu acho que tudo isso vai sumir". Agora, no entanto, ele vê o clima como de transição. "É apenas um desses pontos de transição, em que pessoas que não jogam acham que é só para crianças de 12 anos de idade e que o games são apenas diversão e passatempo e que nunca poderiam realmente contar uma história como um filme faz".

Owens pediu para as pessoas darem uma chance ao jogo antes de julgá-lo, adicionando mais uma vez que é "sempre com o respeito para as tropas", que "não é sobre o Afeganistão. Não é sobre o inimigo. É sobre o irmão ao seu lado". Ele também reiterou que a mudança afeta apenas os componentes multiplayer do jogo, "nós não mudamos nenhum pixel no jogo, exceto pelo nome, e só aparece algumas vezes no multiplayer", finalizou.

Dividindo opiniões

"Medal of Honor" mexeu com o sentimento de patriotismo do povo norte-americano ao dar a possibilidade de controlar representantes do regime talibã, do qual fazem parte os responsáveis pelo ataque ao World Trade Center ocorrido em 11 de setembro de 2001.

Recentemente, o jogo teve sua comercialização proibida em lojas instaladas dentro de bases militares americanas. A rede GameStop, que possui 49 unidades situadas em áreas do exército, já removeu todo o material promocional e cancelou as reservas registradas em seu sistema, indicando aos compradores outros locais de venda.

Tais demonstrações de protesto fizeram a Electronic Arts renomear o grupo rival do jogo, que agora atende por Forças Opositoras. Pressionada, a produtora foi contra a sua própria palavra, pois anteriormente havia declarado que as manifestações não mudariam os planos traçados para o game.

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