Só no Japão: "Monster Hunter 3" causa filas e cancela vida social
O videogame foi inventado nos Estados Unidos - a honra cabe a Ralph Baer, que projetou o Odyssey, considerado o primeiro console lançamento comercialmente -, mas pode se dizer que foi no Japão que se estabeleceu uma "cultura" em torno dos jogos eletrônicos.
Por lá, o Famicom (videogame equivalente ao NES) virou fenômeno social, ainda na década de 80: revistas de interesse geral chegaram a publicar dicas de estratégia de "Super Mario Bros.", por exemplo. O Japão também tem a fama de cultivar manias consideradas esquisitas mundo afora.
E é disso que se trata esta coluna, que ainda não tem nome definitivo (vamos abrir um concurso pelo Twitter mais para frente): apresentar toda essa visão particular aplicado ao mundo dos games. Os textos estão previstos para ir semanalmente às sextas-feiras (com exceção desta coluna de estreia).
Jogo monstro
Nesta semana, não se falou em outra coisa no arquipélago nipônico. Na última quarta-feira (1º) foi lançado o aguardadíssimo "Monster Hunter Portable 3rd", para PSP. O game é continuação de "Monster Hunter Portable 2nd G" (chamado de "Monster Hunter Freedom Unite" no Ocidente), que vendeu mais de quatro milhões de unidades - de longe, o maior sucesso do PSP no Japão.
Como acontece com grande parte dos superlançamentos, formou-se filas nas principais lojas de games, como a Bic Camera e a Yodobashi Camera. Alguns consumidores chegaram no dia anterior e muitos estabelecimentos começaram seus expedientes mais cedo que o costume, só para atender o público ávido para botar as mãos no jogo. Não deu outra: vendendo como pão quente, esgotou rapidamente em várias lojas. Assim, não foi nenhuma surpresa quando a Capcom anunciou que o game já vendeu 2 milhões de cópias, configurando um recorde histórico para um jogo de PSP.
Namorada ou game? Eis a questão
O lançamento do game rendeu histórias curiosas. No fórum do Yomiuri Online, de um dos maiores grupos de comunicação do Japão, uma mulher se queixou que seu namorado não iria encontrá-la na ocasião de seu aniversário (o dela) devido ao lançamento do game. E o mais incrível é que as opiniões se dividiram: quase metade defendeu o fã de "Monster Hunter" - tinha até depoimento de uma mulher de meia idade, casada, que gostava de jogar. Também contou pontos o fato dele dizer que apenas postergaria a comemoração em um dia.
Talvez por essa a Capcom não estivesse esperando, mas o lançamento do game esvaziou os servidores do game online "Monster Hunter Frontier": teve momentos que apenas seis pessoas estavam jogando. Por outro lado, deve ter compensado vendendo todo tipo de publicação acerca do jogo: de guia de estratégia a quadrinhos.
Cerco aos flashcarts
Como se sabe, a Nintendo leva a sério o combate à pirataria. Já processou importadoras de aparelhos que permitem rodar cópias ilegais de jogos para DS (os famigerados R4 e congêneres). Agora, o órgão japonês equivalente ao Ministério da Fazenda no Brasil planeja colocar esses aparelhos na lista de produtos proibidos para importação. Atualmente, a proibição é fruto de uma decisão da Justiça, mas por muito tempo, esses equipamentos eram vendidos livremente na região de Akihabara, o paraíso da cultura pop. Existiam até máquinas de vendas com esses produtos.
Games para ouvir
CDs com trilha sonoras de jogos não é nenhuma novidade no Japão - afinal, está se falando de um país que tem concerto de "Dragon Quest" desde a década de 80 -, mas a Sega está com um disco que deve fazer a alegria dos fãs de Mega Drive: é o "Last Action Heroes", uma coletânea de três discos com as trilhas de alguns dos últimos games do videogame de 16 bits da Sega, como "Pulseman" (da Game Freak, que faria "Pokémon" em 1996), "Ristar" (obra de estreia da Tomoko Sasaki, que viria a compor as músicas de "NiGHTS"), "Virtua Racing" e "Comix Zone". Está previsto para sair em 29 de dezembro, somente via compra online. Para fevereiro do ano que vem, a Square Enix planeja as trilhas de três "Kingdom Hearts": "358/2 Days", "Re:coded" e "Birth by Sleep".
Final Fantasy de papel
Outra da Square Enix: a companhia anunciou um jogo de cartas com os personagens de "Final Fantasy". As regras ainda não foram informadas, mas o deck sai em 25 de fevereiro.
Wii completo (mesmo!)
E, pra terminar, uma tradição japonesa: no começo do ano, é comum a venda dos chamados fukubukuros (pacote da sorte, numa tradução literal). De várias faixas de preços, eles contêm uma miscelânea de produtos, que o comprador só descobre quando abre o pacote (geralmente são temáticos: eletrônicos, cosméticos etc.)
Para quem gostou dos produtos, a vantagem econômica costuma ser boa. É o caso de um fukubukuro bastante específico que a Enterking, um sebo que também lida com games, preparou: ele vem com um Wii e todos os jogos lançados para o videogame até dezembro, totalizando 408 títulos. O preço? Um milhão de ienes, cerca de US$ 12 mil (se comprados pelo preço sugerido custariam mais que o dobro). Com apenas um exemplar, quem quiser comprar o pacote deve entrar num sorteio, e o "vencedor" será anunciado no dia 5 de janeiro. Alguém se habilita?
Por lá, o Famicom (videogame equivalente ao NES) virou fenômeno social, ainda na década de 80: revistas de interesse geral chegaram a publicar dicas de estratégia de "Super Mario Bros.", por exemplo. O Japão também tem a fama de cultivar manias consideradas esquisitas mundo afora.
E é disso que se trata esta coluna, que ainda não tem nome definitivo (vamos abrir um concurso pelo Twitter mais para frente): apresentar toda essa visão particular aplicado ao mundo dos games. Os textos estão previstos para ir semanalmente às sextas-feiras (com exceção desta coluna de estreia).
ESPERA |
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"Monster Hunter Portable 3" causou inevitáveis filas |
Nesta semana, não se falou em outra coisa no arquipélago nipônico. Na última quarta-feira (1º) foi lançado o aguardadíssimo "Monster Hunter Portable 3rd", para PSP. O game é continuação de "Monster Hunter Portable 2nd G" (chamado de "Monster Hunter Freedom Unite" no Ocidente), que vendeu mais de quatro milhões de unidades - de longe, o maior sucesso do PSP no Japão.
Como acontece com grande parte dos superlançamentos, formou-se filas nas principais lojas de games, como a Bic Camera e a Yodobashi Camera. Alguns consumidores chegaram no dia anterior e muitos estabelecimentos começaram seus expedientes mais cedo que o costume, só para atender o público ávido para botar as mãos no jogo. Não deu outra: vendendo como pão quente, esgotou rapidamente em várias lojas. Assim, não foi nenhuma surpresa quando a Capcom anunciou que o game já vendeu 2 milhões de cópias, configurando um recorde histórico para um jogo de PSP.
Namorada ou game? Eis a questão
O lançamento do game rendeu histórias curiosas. No fórum do Yomiuri Online, de um dos maiores grupos de comunicação do Japão, uma mulher se queixou que seu namorado não iria encontrá-la na ocasião de seu aniversário (o dela) devido ao lançamento do game. E o mais incrível é que as opiniões se dividiram: quase metade defendeu o fã de "Monster Hunter" - tinha até depoimento de uma mulher de meia idade, casada, que gostava de jogar. Também contou pontos o fato dele dizer que apenas postergaria a comemoração em um dia.
QUADRINHOS |
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Junto com o game, foram lançadas várias publicações acerca de "Monster Hunter Portable 3" |
Cerco aos flashcarts
Como se sabe, a Nintendo leva a sério o combate à pirataria. Já processou importadoras de aparelhos que permitem rodar cópias ilegais de jogos para DS (os famigerados R4 e congêneres). Agora, o órgão japonês equivalente ao Ministério da Fazenda no Brasil planeja colocar esses aparelhos na lista de produtos proibidos para importação. Atualmente, a proibição é fruto de uma decisão da Justiça, mas por muito tempo, esses equipamentos eram vendidos livremente na região de Akihabara, o paraíso da cultura pop. Existiam até máquinas de vendas com esses produtos.
DISCO |
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"Last Action Heroes" reúne trilha dos últimos games do Mega Drive |
CDs com trilha sonoras de jogos não é nenhuma novidade no Japão - afinal, está se falando de um país que tem concerto de "Dragon Quest" desde a década de 80 -, mas a Sega está com um disco que deve fazer a alegria dos fãs de Mega Drive: é o "Last Action Heroes", uma coletânea de três discos com as trilhas de alguns dos últimos games do videogame de 16 bits da Sega, como "Pulseman" (da Game Freak, que faria "Pokémon" em 1996), "Ristar" (obra de estreia da Tomoko Sasaki, que viria a compor as músicas de "NiGHTS"), "Virtua Racing" e "Comix Zone". Está previsto para sair em 29 de dezembro, somente via compra online. Para fevereiro do ano que vem, a Square Enix planeja as trilhas de três "Kingdom Hearts": "358/2 Days", "Re:coded" e "Birth by Sleep".
Final Fantasy de papel
Outra da Square Enix: a companhia anunciou um jogo de cartas com os personagens de "Final Fantasy". As regras ainda não foram informadas, mas o deck sai em 25 de fevereiro.
PACOTÃO |
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Loja vende Wii com 408 jogos |
E, pra terminar, uma tradição japonesa: no começo do ano, é comum a venda dos chamados fukubukuros (pacote da sorte, numa tradução literal). De várias faixas de preços, eles contêm uma miscelânea de produtos, que o comprador só descobre quando abre o pacote (geralmente são temáticos: eletrônicos, cosméticos etc.)
Para quem gostou dos produtos, a vantagem econômica costuma ser boa. É o caso de um fukubukuro bastante específico que a Enterking, um sebo que também lida com games, preparou: ele vem com um Wii e todos os jogos lançados para o videogame até dezembro, totalizando 408 títulos. O preço? Um milhão de ienes, cerca de US$ 12 mil (se comprados pelo preço sugerido custariam mais que o dobro). Com apenas um exemplar, quem quiser comprar o pacote deve entrar num sorteio, e o "vencedor" será anunciado no dia 5 de janeiro. Alguém se habilita?
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