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Polícia Civil indicia ex-funcionário da Sony DADC por furto de "Mortal Kombat"

CLAUDIO PRANDONI

da Redação

04/05/2011 18h17

A Delegacia Especializada em Roubos, Furtos e Defraudações (Derfd) do Amazonas informou nesta quarta-feira (4), por meio de comunicado oficial, que concluiu o inquérito sobre as cópias vazadas do game "Mortal Kombat" da fábrica da Sony DADC, em Manaus. O caso veio à tona em 11 de abril quando o amazonense Kaleb Kettle, de 26 anos, disponibilizou em seu perfil no YouTube trechos de "Mortal Kombat", dias antes do lançamento oficial do game - que aconteceu em 19 de abril nos EUA e 28 de abril no Brasil.

A investigação concluiu que nove discos foram furtados da fábrica, e indiciou três pessoas: Kaleb, um comerciante de nome não divulgado e o ex-funcionário da Sony DADC Márcio Roberto Santos de Souza, de 25 anos. Os dois primeiros foram indiciados por receptação, enquanto Souzafoi indiciado por furto qualificado. Souza foi apontado pelo comerciante como sendo quem lhe vendeu os discos do game e é ex-funcionário da fábrica da Sony DADC. Em depoimento, Souza negou envolvimento no furto e venda dos jogos. Todos responderão ao inquérito em liberdade.

"Mortal Kombat" vaza no Brasil

Em 10 de abril último, o amazonense Kaleb Kettle disponibilizou no YouTube dois vídeos mostrando trechos de "Mortal Kombat", antecipando assim a estreia mundial do game. Kettle exibiu inclusive o disco do jogo, que conta com selo da Classificação Indicativa.

Em texto já retirado da internet, Kettle explicou o caso da seguinte maneira: "O jogo não vazou, moro perto da fábrica da Sony no Brasil... peguei uma cópia lá, nada além disso". Kettle se refere à Sony DADC, braço da Sony especializado na fabricação e reprodução de CDs e DVDs, que desde abril de 2009 é parceira na produção e distribuição de discos da Warner no Brasil.

Dezenas de pessoas se manifestaram indignadas em redes sociais com relação ao assunto, inclusive Hector Sanchez, produtor do game, que fez o seguinte comentário pelo Twitter: "Eu trabalhei muito para ter certeza de que tratamos (o) Brasil com respeito. Eu não posso acreditar que isso aconteceu. Estou decepcionado".

A Warner Bros. decidiu não se pronunciar oficialmente sobre o caso antes da conclusão do inquérito.
 

Veja um dos polêmicos vídeos de Kaleb Kettle

 
Sobre vazamentos

Vazamentos de jogos antes de suas datas oficiais de lançamento são mais comuns do que parece.

Em outubro de 2004, uma versão em francês de "Halo 2", para o primeiro Xbox, chegou à internet. "Gears of War 2" e "Assassin's Creed" caíram na rede quatro anos depois - estima-se que cerca de 700 mil cópias piratas do jogo da Ubisoft foram vendidas antes do lançamento. Mais recentemente, em fevereiro, "Crysis 2" e "Killzone 3" tiveram o mesmo destino.

Também é comum saber de casos de lojas que "furam"  a data de lançamento e começam a vender os games que recebem antecipadamente no estoque. Na Austrália, por exemplo, "Pokémon Black" e "White", para Nintendo DS, já estavam sendo vendidos dias antes da data oficial.

Contudo, é extremamente raro (se não inédito) um caso como este em que um jogador comum consegue a cópia comercial do game direto da fábrica.