Topo

E3 2011: Mitologia asiática e ficção científica são apostas da Capcom em "Asura's Wrath"

ANDRÉ FORTE

Colaboração para o UOL, de Los Angeles

08/06/2011 20h07

A produtora japonesa CyberConnect2 tem tradição em jogos baseados em anime, mas essa é a primeira vez que o estúdio se aventura em jogo de ação completamente original. Curiosamente, apesar de todo o ar de novidade e mecânica de apelo ocidental, "Asura's Wrath" não consegue esconder as suas raízes nipônicas, o que, de certa forma, o deixa ainda mais interessante.

Baseada em contos da mitologia asiática, a história apresenta uma divindade em busca de vingança contra os deuses que o traíram. Se a principio, a comparação com "God of War" é inevitável, aos poucos o jogo mostra o seu real valor.

Como disse o  presidente da CyberConnect2, Hiroshi Matsuyama, "tudo é baseado na experiência imersiva de compartilhar a ira contra os oponentes do herói", e realmente, os eventos parecem pensados para compartilhar a raiva do protagonista com o jogador.

Raiva é o que não falta. Os inimigos são sádicos, irritantes e deliciosamente odiosos. Imagine um inimigo tão grande que é capaz de agarrar o planeta com as mãos buscá-lo com o dedo cruzando os céus até destruir o solo, isso é apenas uma prévia do exagero tipicamente japonês proporcionado pelo jogo.

A raiva transportada ao jogador chega ao ápice através da alta dificuldade das batalhas, um elemento tipicamente japonês que foi emprestado de outro jogo japonês de muito sucesso no ocidente: "Ninja Gaiden".

Para quebrar levemente a impressão de jogo tipicamente oriental, os produtores incluíram na trama a participação de espaçonaves e armas futuristas, itens facilmente encontrados em diversos filmes ocidentais de ficção científica. Chega a ser bizarro: o jogo não parece ter a intenção de se fazer sério, mas simplesmente divertido.

Prova disso é a mecânica simples, que oferece quatro botões básicos de ação: ataque comum, ataque forte, pulo e magia de fogo. Além desses, há um golpe especial chamado de "burst", que somente é acessado após a barra de explosão de raiva atinja o nível máximo.

Para isso, basta esmurrar sem dó os inimigos. Nesses momentos, o jogador sente a raiva do herói em golpes fulminantes e nitidamente raivosos, com cenas de corte avassaladoras e empolgantes.

Some a isso a um dinâmico sistema de Quick Time Events, em que o jogador deve apertar o botão no momento em que o jogo pede. A diferença é que em "Asura's Wrath" isso pode acontecer a qualquer momento - principalmente quando o herói é atacado e precisa se defender -, e não somente em cenas pré-programadas.

O visual do jogo, proporcionado pelo motor gráfico Unreal Engine, de "Gears of War", proporciona união agradável de cenários fotorrealistas e personagens com traços, coloração e contornos de desenhos animados japoneses. Isso faz com que os personagens demonstrem suas emoções de forma mais dramática e aumentem ainda mais a imersão e conectividade do jogador com a ira do herói.

Mesmo que ainda pareça cedo para apostar todas as fichas no sucesso de "Asura's Wrath" é inegável que trata-se de uma das surpresas mais agradáveis dessa E3 2011.