Impressões: Mesmo sem pé nem cabeça, "NeverDead" diverte com herói inusitado

De acordo com o dicionário Michaelis, morrer é “Cessar de viver, extinguirem-se as funções vitais; falecer”. Seguindo esta definição, é verdade que Bryce, o protagonista de “NeverDead” nunca deixará de existir, nunca morrerá. Esse é o cerne da mecânica do jogo, que rende tanto situações divertidas quanto outras mais desagradáveis, como UOL Jogos descobriu no teste que realizamos no finalzinho de 2011.

“NeverDead” é um jogo de ação em terceira pessoa que chega em janeiro para Xbox 360 e PlayStation 3. Nele, o jogador acompanha a história de Bryce, um mercenário que aproveita de sua imortalidade para fazer uma graninha e caçar demônios e outras criaturas sinistras do submundo. O estágio que foi mostrado acontece bem no início do jogo, com pitadas de tutoriais e introdução dos personagens além de alguns inimigos.

É possível usar pistolas e metralhadoras, mas Bryce também conta com uma espada gigante capaz de destruir praticamente qualquer coisa que esteja em seu caminho. E os sujeitos que estão no caminho sempre são os mais estranhos que se pode imaginar, dotados com bocas normes que são capazes de arrancar pedaços do herói.

Levar tiros, ter membros cortados e até mesmo ser decapitado não são problemas para Bryce, que foi abençoado há centenas de anos com a vida eterna. Ele pode ser cortado em centenas de pedacinhos bem pequenininhos, mas continuará vivo.  Se sobrar apenas a cabeça não tem problema, pois ele pode se recompor passando por cima de seus membros ou mesmo fazendo tudo (tudo mesmo) brotar do que sobrou de seu pescoço – uma cena nojenta, de embrulhar o estômago, mas que é ao mesmo tempo engraçadíssima.

O maior problema é que essa benção deixou os membros de Bryce um pouco mais descolados do que normalmente seria com uma pessoa comum. Não serão raros os casos que você verá o imortal pulando com uma perna só, sem os dois braços e até mesmo apenas contando com a cabeça – que incrivelmente tem o poder de pular como uma bola. Na verdade isso acontece a maior parte do tempo e pode cansar um pouco caso o game siga por esse caminho nos outros estágios.

Existem duas formas de você ver a tela de “Game Over”. Uma delas é deixar que sua parceira, Arcadia, morrer – afinal, ela é apenas um ser humano normal, sem nenhuma ‘benção’ – a segunda, mais engraçada, é caso a cabeça de Bryce for engolida por um monstro. Existe até uma frase de Arcadia que explica bem a situação: “Você não vai morrer e também não conseguirá se regenerar. Você vai passar a eternidade sendo digerido pelos monstros”. Mas antes de ser engolido, existe um minigame que se feito corretamente o monstro vai regurgitar  o que sobrou do herói.

Isso é um pouco preocupante, tendo em vista que não são raros os momentos que você fica ‘andando’ pelo cenário apenas com a cachola. Isso porque a qualquer momento do jogo você pode arrancar a cabeça dele e arremessar em um duto de ventilação. Isso abre um novo leque de possibilidades para a exploração dos cenários, uma ideia bem bacana e que pelo visto será bastante usada.

Arsenal demoníaco

Com desmembramentos de lado, a mecânica de jogo lembra bem de longe algo de “Devil May Cry”. Entretanto, diferente das câmeras estáticas e das combinações frenéticas de botões, aqui o foco é não ficar parado um minuto sequer – e não deixar os inimigos tocá-lo.

Você terá à disposição pistolas, metralhadoras e outras armas  de fogo para usar contra os inimigos. Além disso, está em seu arsenal uma espada para fatiar esses monstros, a diferença é que para fazer os golpes é necessário mexer a alavanca direita e o game tenta imitar os combos da mesma forma que você sai chacoalhando o controle.

Em conjunto com as armas Bryce conta com mais de 60 habilidades que podem ser compradas com a experiência adquirida ao derrotar os inimigos. Essas habilidades concedem desde um ganho na potência das armas e podem até fazer com que os membros do imortal explodam caso sejam engolidos pelos inimigos.

No final das contas a experiência de jogar “NeverDead” foi bem divertida. Esse é um jogo feito para não se levar a sério, mas garante um bom desafio com situações bastante engraçadas que vão fazer você morrer de rir – mas não no sentido literal, é claro.