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Só no Japão: mercado de games encolhe pelo quarto ano seguido

Akira Suzuki

Do UOL, em São Paulo

06/01/2012 21h26

De acordo com a Enterbrain, empresa que edita a revista Famitsu, o mercado de games e consoles no Japão movimentou 454 bilhões de ienes (cerca de US$ 5,9 bilhões) em 2011. O número representa uma retração de 8% em relação a 2010 e é o quarto ano seguido que o mercado encolhe.

É verdade que foi um ano difícil para o Japão, castigado com um terremoto e tsunami de proporções trágicas em 11 de março.

Foi a venda de jogos que puxou os números para baixo: foram movimentados 275 bilhões de ienes (US$ 3,56 bilhões), queda de 13,7% em relação ao ano retrasado. O motivo foram a falta de "blockbusters" que pudessem competir com "Pokémon Black" e "White", de 2010.

Nesse cenário, os dois principais lançamentos da Nintendo para o 3DS dominaram 2011: "Mario Kart 7" e "Super Mario 3D Land" chegaram ao topo vendendo pouco mais de 1 milhão de unidades cada um. Em terceiro e quarto lugares estão o popular "Monster Hunter", um para PSP e outro para 3DS. Fecha o top 5 "Final Fantasy XIII-2", com pouco menos de 700 mil cópias.

Uma estreia difícil para hardwares

O lançamento de novos hardwares, Nintendo 3DS e PS Vita, ajudou a melhorar as vendas, mas não o suficiente para compensar a queda deixada pelos jogos. O vencedor foi o portátil da Nintendo, com cerca de 4,13 milhões de unidades vendidas, seguido pelo PSP, com 1,96 milhões.

O PS Vita, novo portátil da Sony, está tendo uma estreia difícil: nas duas semanas seguintes ao lançamento, o desempenho está abaixo do PSP na mesma situação. Por outro lado, o 3DS vive seu melhor momento: o portátil da Nintendo teve saída de 482 mil unidades na semana entre 26 de dezembro e 1º de janeiro.
 

PS Vita patina

  • Divulgação

    O lançamento do Vita no Japão não está sendo arrebatadora. Embora tenha vendido bem na estreia, nas duas semanas seguintes teve desempenho inferior ao PSP no mesmo período. Foi mais ou menos assim com o Nintendo 3DS, mas virou a situação com um ousado corte de preço e bons jogos


Jogos sociais crescem

Dr. Momo's Island

  • Divulgação

    Keiji Inafune, ex-Capcom, lançou seu primeiro jogo para redes sociais de celulares. Trata-se de "Dr. Momo's Island", cujo objetivo é criar o monstro mais fofo do mundo. Para isso, mistura-se ovos para ver que bicho sai e trocar de criaturas com amigos

Será o começo do fim para consoles e portáteis dedicados a jogos no Japão? É cedo para fazer previsões, mas o fato é que o mercado de jogos sociais, principalmente para celulares, está em franca expansão. Para se ter ideia, uma das principais companhias do ramo, a Gree, teve lucro operacional de 20 bilhões de ienes (cerca de US$ 260 milhões) no período entre outubro e dezembro de 2011. Isso representa simplesmente o triplo do que a empresa faturou no mesmo período do ano anterior.

A Gree mostrou sua força na Tokyo Game Show do ano passado, com um dos maiores estandes da feira japonesa. Ali, contou não apenas com jogos próprios, mas também produzidos por empresas de renome, como a Square-Enix - a mesma que lançou agora um "Final Fantasy" para redes sociais - e a Konami, que faz muito sucesso com "Dragon Collection". E mais companhias tradicionais, a exemplo da Grasshopper Manufacture, estão trabalhando em títulos para plataformas não especializadas em jogos, como celulares e tablets.

Segundo dados da Seed Planning, o mercado de jogos online, incluindo MMOs e games para redes sociais, tanto para PC e celulares, chegou a 236,5 bilhões de ienes (US$ 3 bilhões), e já ombreia com o mercado de games tradicionais.