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Novo começo para a série de ação, "Lost Planet 3" sai em 2013

Pablo Raphael

Do UOL, em Roma*

10/04/2012 12h05

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No Captivate 2012, evento para imprensa realizado em Roma, na Itália, a Capcom anunciou a produção de "Lost Planet 3". O jogo sai em 2013, em versões para PC, PS3 e Xbox 360.

Desenvolvido em parceria entre a Capcom e a Spark Unlimited, Lost Planet 3" foi concebido ao mesmo tempo que "Lost Planet 2", revelou o diretor Matt Sophos.

O novo jogo marca um recomeço para a série. A aventura se passa em um período anterior ao primeiro "Lost Planet" e mostra a colonização de Eden-3, ainda um planeta gelado e cheio de perigos escondidos.

Para o criador da franquia, Kenji Oguro, "Lost Planet 3" é o jogo mais próximo de seu conceito original. "O game é sobre explorar ambientes hostis e desvendar os segredos de E.D.N. III", explicou Oguro durante sua apresentação.

Por sinal, são ambientes muito bonitos, com paisagens vastas e totalmente alienígenas. "Lost Planet 3" usa o motor gráfico Unreal Engine 3 para produzir cenários impactantes, mas que também afetam o jogo, com tempestades de neve impiedosas.

VEJA ENTREVISTA COM OS PRODUTORES DO GAME

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Herói da classe operária

"Lost Planet 3" é um jogo fortemente guiado pela história, deixando de lado os elementos 'arcade' dos episódios anteriores. Aqui, você controla Jim, um operário contratado para trabalhar na colonização de E.D.N. III.

Jim não é um super-soldado ou um herói ao estilo de Wayne, o protagonista do primeiro jogo. Sua missão é explorar o planeta em busca de recursos, pilotando seu enorme 'Utility Rig', uma versão mais antiga e bem maior dos Vital Suits da série.

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    Jim não é um soldado espacial, mas se vira como pode na hora da briga em "Lost Planet 3"

No começo do jogo, Jim possui uma motivação simples e direta: fazer seu trabalho e enviar dinheiro para sua esposa e filho, que ficaram na Terra. Embora seja um cara grandalhão, com um visual que passaria fácil por um brutamontes de "Gears of War", Jim está mais para um grande caminhoneiro do que para um fuzileiro espacial.

Claro que ele não está indefeso: Jim sabe se virar com armas de fogo e até briga com seu facão contra alguns dos monstros menores, mas, quando precisa lidar com os enormes Akrid de "Lost Planet 3", ele prefere se proteger no Utility Rig ao invés de sair no tapa com as criaturas.

É interessante observar que o Rig não é um veículo militar, ágil e abarrotado de armas, como eram os Vital Suits. Também não é descartável. Segundo o produtor Andrew Szymanski, o objetivo é criar um vínculo entre Jim e o veículo. "O Rig pertence à Jim e durante a maior parte do jogo, é seu único veículo", disse Andrew.

A influência ocidental na produção de "Lost Planet 3" é facilmente sentida quando Jim entra no Utility Rig. A visão do jogo passa para a primeira pessoa, com uma sensação de escala impressionante. Você vê a cabine do veículo, seus enormes braços e a paisagem lá fora. Assim, a luta contra os monstros de E.D.N. III fica mais equilibrada. Jim pode usar os braços do Rig para agarrar, bater e perfurar as criaturas.

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    Dentro do Utility Rig, as batalhas com Akrids gigantes ficam mais equilibradas

O jogo intercala momentos em ambientes vastos e abertos com trechos em que a ação se passa em espaços fechados e escuros, criando um suspense similar aos dos filmes da série "Alien": você nunca sabe o que vai surgir no próximo corredor ou brotar do chão, perfurando a neve em sua direção.

Sem campanha cooperativa

A campanha de "Lost Planet 3" investe na história de Jim. Por isso, não haverá o modo de campanha cooperativa que fez tanto sucesso em "Lost Planet 2".

Mas os desenvolvedores garantem que o jogo não vai deixar de lado o multiplayer, um dos elementos fundamentais da série. Batalhas ao estilo do "Lost Planet" original devem estar presentes. O produtor Andrew Szymanski garante que novos modos multiplayer serão revelados nos próximos meses.

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    Concentrado na história, "Lost Planet 3" não terá modo cooperativa na campanha principal

Após a apresentação de "Lost Planet 3" na Captivate, fica clara a estratégia da Capcom em investir em produções híbridas, com conceitos típicos dos jogos japoneses, refinados com mecânicas mais ao gosto do público ocidental. Uma forma válida de unir o melhor dos dois mundos e superar o marasmo que atinge a maioria das produtoras nipônicas nesta geração.

Não serão poucos os fãs que vão reclamar da ausência da campanha cooperativa, mas com uma história forte e envolvente, talvez a Capcom consiga compensar essa mudança.

*O jornalista viajou a convite da Capcom