Topo

Impressões: Fraco licenciamento e poucas novidades não valem o investimento em "UEFA Euro 2012"

André Forte

do Gamehall

18/05/2012 16h22

O anúncio de "UEFA Euro 2012" como pacote de conteúdo extra via download para "FIFA 12" foi recebido de forma positiva, já que traria ainda mais conteúdo para o jogo principal e, de quebra, significaria uma boa economia, sem a necessidade de pagar o preço por um jogo completo em disco.

Dessa forma, "UEFA Euro 2012" chegou repleto de expectativas - o antecessor, de 2008, apresentou uma qualidade de licenciamento muito boa e incluiu até os treinadores reais à beira do campo. A versão temática da Copa do Mundo de 2010, então, mostrou os treinadores e enfatizou de uma maneira muito competente os torcedores e suas características regionais, com direito às famigeradas vuvuzelas africanas.

Porém, o resultado final não é dos mais animadores. Apesar de ser vendido por aproximadamente US$ 20 no PSN, Xbox Live e Origin, "UEFA Euro 2012" cobra um preço caro por pouco conteúdo.

Afinal, quem são os anfitriões?

EMOÇÃO REAL

  • Perdendo por 2x0, a Alemanha consegue virada histórica faltando apenas 5 minutos. Caso isso aconteça, poderá ser retratado no modo 'Challenge'. Lá, o jogador terá atualizações com desafios inspirados em acontecimentos mais marcantes do evento.

A UEFA Euro 2012 acontecerá entre 4 de junho e 1º de julho em dois países, Polônia e Ucrânia, mas quem quiser conhecer os astros e até o uniforme dessas equipes terá de pesquisar na internet, pois elas simplesmente não aparecem no jogo de forma oficial, ou seja, o emblema das confederações foi substituído pela respectiva bandeira de cada país e os jogadores reais foram trocados por atletas genéricos com nomes fictícios.

O mais decepcionante é que Polônia e Ucrânia são apenas dois de uma relação de 24 países não licenciados. Isso soa como um grande retrocesso na franquia, já que em "UEFA Euro 2008" todos os times ao menos tinham o logo das confederações oficiais, assim como os jogadores eram representados com seus nomes reais.

Jogar "UEFA Euro 2012" é como voltar ao tempo dos primeiros anos de "Winning Eleven" no PSone, que obrigava o jogador a se contentar com pouco mais de 20 times oficiais e simplesmente descartar o restante dos times genéricos. E como o modo de edição de "FIFA" ainda é muito limitado, não há muito estímulo para alguém tentar editar e consertar esse problema 'na mão'.

Ok, e as novidades?

Sem dúvida, a única novidade realmente interessante do DLC é o novo catálogo de estádios "UEFA Euro". E mais nada.

Como muitas das seleções não têm licença, dificilmente alguém vai se empolgar em tentar ganhar o caneco com o Cazaquistão e suas estrelas genéricas. Para piorar, a fase classificatória da copa europeia foi descartada pela EA, sobrando apenas o campeonato que dá nome ao jogo.

Modos extras? Apenas o pouco atrativo Expedition, cujo objetivo é escolher um capitão de alguma seleção para compor um time e rodar a Europa enfrentando outras seleções.

A cada vitória o time ganha como prêmio um dos jogadores oponentes. O problema aqui é o grande número de atletas genéricos e pouco atrativos para se formar uma equipe, tendo de recorrer aos já conhecidos astros espanhóis, italianos e alemães. E como esse modo não pode ser jogado online, dificilmente conseguirá prender a atenção do jogador por muito tempo.

ASSISTA AO TRAILER DE "UEFA EURO 2012"

  •  

Vale a pena?

Definitivamente, "UEFA Euro 2011" não corresponde às expectativas. Se pagar aproximadamente R$ 40 por um DLC que promete incluir uma competição oficial ao ótimo "FIFA 12" parece atraente à primeira vista, a relação custo-benefício é manchada pela fraca execução do conteúdo do pacote.

ROSTOS MAIS REALISTAS

  • Apesar de sutil, é possível notar uma leve melhoria nos rostos dos jogadores mais importantes de "UEFA Euro" em relação aos vistos em "FIFA 12". Isso pode ser notado, entretanto, apenas em seleções mais populares, como a Inglaterra, Espanha e Itália.

As seleções genéricas e até mesmo os estádios do torneio não empolgam. Nem ao menos existe uma fase classificatória para se arriscar com uma seleção de menor expressão, e o modo Expedition é manchado pela ausência da conectividade online e pelos próprios jogadores sem licença.

O que mais faz falta é o ambiente festivo que pontuou as versões copeiras de FIFA ao longo dos anos. Os jogos não oferecem a sensação de que se trata de um torneio diferenciado como em "UEFA Euro 2008" e muito menos em "World Cup 2010". Não há torcedores caracterizados, não há um som diferenciado ecoando das arquibancadas ou chuva de papéis, bandeirões ou algo que o diferencie de "FIFA 12".

E a sensação de péssimo investimento fica ainda mais evidente no PC, onde o DLC sai por R$ 40, um valor mais alto até que o cobrado pelo "FIFA 12" completo, que em qualquer loja do Brasil sai por menos de R$ 30.

Se a ideia da EA em oferecer esses torneios tão interessantes em DLC significa inevitavelmente um corte tão grande no conteúdo e na qualidade dos licenciamentos, ainda dá tempo dos produtores de "FIFA 12" repensarem isso para o produto que será lançado na Copa de 2014, que, aliás, acontecerá no Brasil.