Wii U não tem capacidade para processar gráficos 3D complexos em três telas ao mesmo tempo

Parece que a questão dos custos está mesmo quebrando a cabeça da Nintendo. De acordo com Katsuya Eguchi, produtor de jogos do Wii U, o novo console da companhia não será poderoso o suficiente para mostrar gráficos 3D complexos e animados na tela da TV e nos dois controles GamePad ao mesmo tempo.

"Falando francamente, o hardware [do Wii U] não tem capacidade suficiente para usar totalmente as três telas ao mesmo tempo", admitiu Eguchi em sessão de perguntas e respostas com jornalistas. "Isso elevaria muito os custos e o console não seria acessível a um público amplo".

De fato, apesar de o Wii U ter games com gráficos de ponta e em alta resolução - caso de "Batman: Arkham City - Armored Edition", por exemplo -, em nenhum dos jogos a tela da TV e a do GamePad mostram gráficos 3D, e de cenas diferentes, ao mesmo tempo. Quase sempre são imagens mais paradas ou em 2D.

Para Eguchi, as produtoras terão que ser criativas para usar bem as várias telas do Wii U. "Acho que o mais importante é pensar no papel que cada uma das telas vai ter", disse.

Pensando no bolso

A preocupação com os custos já havia sido externada por Charlie Scibetta, diretor sênior de comunicações da Nintendo para os Estados Unidos, quando afirmou que a tela do controle do Wii U não reconheceria vários toques ao mesmo tempo, como acontece nos celulares modernos, para deixar o console mais acessível.

Por enquanto, a Nintendo ainda não divulgou o preço do aparelho, mas o discurso é muito parecido com o da época do Wii, que saiu com preço inicial de US$ 249 nos Estados Unidos e foi o console mais barato desta geração.

Já durante a conferência da Nintendo, Satoru Iwata, presidente mundial da Nintendo, havia dito no Twitter  que, se dois Wii U GamePad forem conectados ao mesmo tempo, o fluxo de tela cairia de 60 quadros por segundo para 30 quadros e que, por isso, os primeiros jogos usarão apenas um controle.

Naturalmente, tudo isso não quer dizer que seja uma situação permanente, pois, a medida que as produtoras conseguirem explorar mais o Wii U, mais rendimento poderão obter do aparelho. Basta ver o abismo de qualidade entre os jogos do início e do fim de uma geração.