Ninguém quer jogar "Epic Mickey 2" com Kinect, diz criador

Warren Spector, o criador de “Epic Mickey”, é um homem simples, focado e procura saber o como os jogadores querem aproveitar suas obras, e ele está confiante que “ninguém quer jogar com Kinect" seu novo trabalho.

“Você quer jogar [‘Epic Mickey 2’] com o Kinect?” perguntou Spector ao jornalista que levantou a questão em uma entrevista coletiva durante a E3 2012. “Não!” foi a resposta do jornalista. “Viu só? Não é só você. Ninguém quer jogar ‘Epic Mickey 2’ com o Kinect. Temos pesquisas que apontam isso”, disse o diretor criativo.

Warren explicou que o jogo passa por diversos testes de público que levantam questões de como estão os controles, o andamento da história, dificuldade, etc. E estes testes mostraram que jogar com o Kinect não é uma atração significativa.

Pelo menos em “Epic Mickey 2: The Power of Two” terá uma opção de controlar com um controle normal, mas fazer esta adaptação não é uma tarefa fácil. “É um desafio e ainda estamos trabalhando nisso [em adaptar os comandos para do PlayStation 3 e Xbox 360]. Existe muito trabalho para ser feito nos controles da câmera, na velocidade de movimento e na pontaria dos controles ‘padrão’. O que posso dizer é:  estamos fazendo um trabalho muito bom.”, comentou.

O comportamento de quem usa os diferentes tipos de controle também é uma curiosidade que Spector observa nos testes que são feitos na produtora Junction Point. “Em termos de mecânica vimos que quem usa esse controle geralmente despeja baldes de tinta pelo cenário e pintam tudo o que estão vendo. É como se as pessoas dissessem ‘vou encher este mundo com essas coisas’”.

Por outro lado, o diretor diz que os jogadores são mais econômicos com controles de apontar, “Quem usa um controle de movimentos, o Wii Remote ou Move, pinta exatamente aquilo o que deve ser pintado, quase com precisão cirúrgica – e esses controles permitem isso”.

Uma história para contar

Por trás da mecânica de “Epic Mickey” existe uma história que ele quer contar. “No primeiro jogo, quando você salva o Wasteland, percebe que mesmo com todas as maldades de Osvaldo, Mickey é um herói que não desiste das pessoas. No final, seu ato de heroísmo é sustentado quando Osvaldo percebe que ele e Mickey são irmãos e como os laços com a família e amigos são importantes, não só para ele, mas para qualquer pessoa”, diz Spector.

Mesmo não dando detalhes de como será a história, Spector diz que este jogo também tem uma mensagem e que ela será fortemente baseada nas escolhas que são feitas durante o jogo. “Faço jogos com forte peso em decisões e nos anos 1990 percebi que as pessoas não estavam prontas para este tipo de experiência. Agora, em 'Epic Mickey 2' acredito que os jogadores estão prontos, e por isso terão que refletir antes de tomar uma decisão, pois muitas delas serão definitivas. Serão para sempre”, disse.

E mesmo que isso possa parecer um pouco difícil para uma criança, Spector diz que isso faz parte da história dos desenhos da Disney “As crianças sabem lidar com temas difíceis melhor do que os adultos. ‘Branca de Neve’, por exemplo, é um conto assustador! Mas no final o que importa é a mensagem que é passada pela história”, finaliza.

Poder em dobro

Dublado para o português, em "Epic Mickey 2: Poder em Dobro" o ratinho volta ao Deserto (em inglês, Wasteland), um mundo onde vivem personagens esquecidos do universo Disney, como o cavalo Horácio, a vaca Clarabela e, principalmente, o coelho Osvaldo, primeiro personagem criador por Walt Disney e sobre o qual, durante décadas, a empresa não possuía os direitos autorais.

Uma série de estranhos eventos tem acontecido no Deserto, destruindo alguns lugares. No meio da confusão ressurge o Mad Doctor, um cientista maluco que fez papel de vilão no primeiro game e agora assume o papel de herói ("ou ao menos é o que ele diz", explicou Warren Spector, responsável pelo game).

Mickey e Osvaldo decidem unir forças mais uma vez para investigar esses mistérios e trazer a paz de volta ao Deserto. Spector revelou que "Epic Mickey 2: Poder em Dobro" é uma aventura completamente cooperativa, ou seja, Mickey e Osvaldo enfrentam a aventura toda juntos". Na ausência de um parceiro, a Inteligência Artificial toma conta de Osvaldo.