Só no Japão: distribuição digital anima mercado nipônico de games
A indústria japonesa de games anda desanimada de uns anos para cá. Não é por menos: seus jogos já não são celebrados no mundo como antes, e o mercado está perdendo vigor.
Mas, de acordo com Shin Unozawa, presidente da CESA (associação japonesa das produtoras de games) e vice-presidente da Namco Bandai, essa é uma percepção errada, já que os dados tradicionais não refletem o que acontece nos domínios da distribuição digital e dos novos modelos de negócios.
Falando numa conferência na TGS (Tokyo Game Show), maior feira de games do Japão, afirmou que o mercado está mudando: do sistema "stand alone", com a distribuição em "caixinha", para o conectado, já evoluindo para as redes sociais e para a nuvem.
Unozawa disse que a tendência é vista no mundo todo, dando como exemplo os resultados da Electronic Arts, que viu sua arrecadação não-digital, ainda bem maior, cair. Por outro lado, a divisão digital cresce vigorosamente, mantendo as receitas totais estáveis, por volta de US$ 4 bilhões ao ano.
Embora o mercado japonês esteja caindo lentamente de uns anos para cá, as seis maiores publishers mantém resultados estáveis, devido aos novos modelos de negócios que implantaram. A Nintendo, por exemplo, conseguir vender 1,2 milhão de downloads de conteúdos adicionais no game "Fire Emblem: Awakening", para Nintendo 3DS, com renda de 38 bilhões de ienes (cerca de US$ 4,9 milhões). Ainda, a proporção de 3DS conectados a internet chegou a mais de 75% dos aparelhos.
Já a Bandai Namco levou o modelo "freemium" para um jogo de PlayStation 3, o "Gundam Battle Operation", que é um jogo de ação que pode ser baixado e jogado gratuitamente. Como um jogo social, existe um esquema de energia que não deixa jogar muitas vezes seguidamente, mas é possível comprar, com dinheiro real, essa energia. Além disso, é preciso pagar para retirar o limite de evolução do robô, das armas e das peças.
Como esse modelo de negócio, o game arrecadou mais de 80 bilhões de ienes (US$ 10 milhões) até agora. Se fosse um jogo de caixinha, precisaria vender cerca de 130 mil cópias, um resultado respeitável. A Sega aplica o mesmo esquema com o RPG "Phantasy Star Online 2", que tem versões para PC, PS Vita e smartphones. Embora não tenha revelado a arrecadação, o número de jogadores chegou a 900 mil, e continua subindo.
Ele fala, ele faz
Keiji Inafune, criador de Mega Man, vem dizendo que a "indústria de games do Japão morreu". Ele é um ferrenho crítico da acomodação das produtoras locais e, até há pouco tempo, falava mais que fazia. Mas, agora, está demonstrando com ações sua visão: seu "Soul Sacrifice" já é um dos games mais aguardados do Vita e na TGS anunciou estar trabalhando junto com o Team Ninja para produzir "Yaiba: Ninja Gaiden Z" para consoles. A colaboração deu origem a um game que mistura ninjas e zumbis.
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