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Jogamos: "Mario & Luigi: Dream Team" carece de inovação, mas mantém alto padrão

Por Akira Suzuki*

Do UOL, em San Francisco

18/04/2013 14h04

Se há algo a prezar na série de RPG "Mario & Luigi", isso é a consistência em manter a qualidade ao longo dos anos, desde que o time Alpha Dream inaugurou o primeiro da série em 2003, para Game Boy Advance. Os três games da franquia, até agora, têm notas 90, 86 e 90 no Metacritic, que agrega críticas de vários sites.

A julgar pela demonstração mostrada pela Nintendo na última quarta-feira (17), "Mario & Luigi: Dream Team", o primeiro da série para o Nintendo 3DS, segue na mesma linha: está divertido como sempre, mas falha em entregar inovações.

O grande barato da franquia são os elementos de minigames presentes em todos os cantos. Trata-se, basicamente, de um RPG por turnos, mas as batalhas tem muitos elementos de ação, que remontam às tradições de "Super Mario Bros.", como a possibilidade de pisar nos inimigos.

Muitas das opções de batalha vêm dos jogos anteriores, como o ataque de casco de tartaruga, em que o jogador deve pressionar botões na hora certa para tornar a ofensiva mais efetiva. Também tem o velho martelo, que também exige um 'timing' específico do controle.

Enfim, o que vi é um jogo preso a uma fórmula - que vem dando sucesso, mas, ainda assim, é uma fórmula. Por enquanto, nem o 3D estereoscópico, a principal característica do 3DS, inspirou a Alpha Dream a criar novas mecânicas.

Luigi põe as asinhas de fora

Talvez a principal novidade de "Dream Team" seja de enfoque: como 2013 é o ano do Luigi, o 'Mario verde', ele tem um papel mais destacado dentro da trama. Muitas das fases acontecem dentro dos sonhos do irmão de Mario, no qual ele potencializa seu eterno papel de coadjuvante. No mundo de Luigi, o mais famoso da dupla luta sozinho, mas todo o ataque é seguido de intervenções poderosas do irmão.

No mundo dos sonhos, Luigi pode 'possuir' elementos do cenário. Numa das situações, o bigode dele vira uma sebe, e pode ajudar Mario a alcançar lugares mais altos. Em outras, deve-se mexer o nariz dele para fazê-lo espirrar, e assim trazer objetos para frente da tela - ou até mesmo levar obstáculos para longe.

A demonstração de "Mario & Luigi: Dream Team" reforça minha percepção sobre a franquia: são games de qualidade que recomendo para qualquer um que goste de um RPG por turnos, mas, ao mesmo tempo, são poucos os incentivos de jogar um novo game da série se já conhece pelo menos um dos antecessores.

VEJA O TRAILER DE "MARIO & LUIGI: DREAM TEAM"

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*O jornalista viajou a convite da Nintendo.