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Novos "Super Mario" e "Mario Kart" agradam, mas não valem compra do Wii U

Felipe Carettoni

Do UOL, em Los Angeles

12/06/2013 18h43

A E3 deste ano era a grande chance da Nintendo apresentar boas razões para a compra de seu atual console, o Wii U. Lançado em 2012 com variados jogos, faltava uma prova real que justificasse o uso do Game Pad, controle em forma de tablet tão defendido pela fabricante japonesa.

E mesmo com nomes de peso como "Super Mario 3D World", "Mario Kart 8" e "Donkey Kong Country: Tropical Freeze", todos presentes na maior feira de games do mundo, o novo controle parece ter sido esquecido. O que sobra é um Wii em alta definição que, apesar dos bonitos jogos, não cumpre a promessa de inovar a jogabilidade dessa geração.

Mais um Mario em 3D

"Super Mario 3D World" é um exemplo claro da deficiência do Wii U: o jogo é uma mistura de "New Super Mario Bros." com "Super Mario 3D Land" (3DS), mesclando diferentes personagens em fases tridimensionais. A fórmula já parece batida e pouco impressionou durante a demonstração de cinco fases nessa E3.

Jogar sozinho aqui é chato, pois "3D World" não foi feito para isso. A graça está em juntar os amigos em frente à TV e se divertir com personagens como a princesa Peach e seu antigo poder de flutuar, anteriormente aproveitado em títulos como "Super Mario Bros. 2" e "Super Smash Bros.", ou o novo power up que transforma os personagens em gato.

O traje felino possui mesmo impacto no jogo, assim como a roupa de guaxinim em "3D Land", facilitando a vida do usuário. Vestidos de gatos, os personagens podem escalar qualquer plataforma e ganham maior mobilidade, movendo-se facilmente pelas fases.

É mais do mesmo, o que pode ser bom e ruim. Agrada pela divertida disputa entre amigos, muito explorada nos recentes títulos da franquia, mas a cada repetição a Nintendo perde a oportunidade de atrair jogadores novos, muitos deles que possuem o console anterior, mas ainda não compreenderam a mudança de aparelho.

Isso fica claro com o péssimo uso do Game Pad em "3D World", pois a segunda tela serve apenas de espelho da imagem principal, delegando ao usuário somente a chata e difícil missão de tocar em inimigos para prendê-los ou revelar blocos invisíveis que na demonstração pouco apareceram.

O "Mario Kart" mais bonito

Se existe uma franquia que necessita de mudanças para se manter divertida é "Mario Kart", seja com pistas novas, controles de movimento, imagens em 3D ou modo online. Seu oitavo título está lindo, com fases visualmente impressionantes. Além disso, as pistas que desafiam a gravidade e deixam os personagens de cabeça para baixo funcionam de maneira divertida e exemplar.

O problema é que dificilmente "Mario Kart 8" venderá tantas cópias como seu antecessor vendeu no Wii. "Mario Kart Wii" é um dos campeões de venda do console até os dias de hoje. O novo jogo está à mercê do desempenho limitado do Wii U até o momento.

Se antes o controle de movimentos era a grande novidade e abriu as portas para um público curioso, essa mesma curiosidade ainda não foi despertada pelo Wii U ou seu GamePad.

Em "Mario Kart 8", por sinal, o controle foi ignorado. Aqui o GamePad funciona da mesma forma que o Wii Remote: um volante. Possui até um botão digital de buzina e um mapa, mas nada disso adiciona algo interessante à jogabilidade.

Repetição em excesso

"Donkey Kong Country: Tropical Freeze", por sua vez, lembra demais o recente "DK Country: Returns". As novidades são poucas: barris que lançam o gorila em diversas direções e a presença de Dixie Kong, a personagem que usa seu cabelo para voar e arremessar objetos.

De resto, a demonstração de "Tropical Freeze" na E3 só reforçou a insistência da Nintendo em repetir suas franquias. Mas até quando isso irá funcionar?

Por ora, nenhum dos grandes títulos apresentados é motivo forte o bastante para justificar a compra do Wii U. Falta algo genuinamente novo, que atualize a imagem da gigante japonesa e abra espaço para a curiosidade dos jogadores.