Na virada das gerações, Bandai Namco aposta em novas franquias

Com a chegada do PlayStation 4 e do Xbox One, não são poucas as produtoras e publishers que se limitam a levar franquias consagradas para os novos hardwares - porém, para outras, a ocasião se mostra propícia para experimentação, introduzindo novas franquias - caso da Bandai Namco, que publicará no Brasil os games "Enemy Front" e "Lords of the Fallen".

UOL Jogos teve nesta segunda-feira (24) a oportunidade de jogar o shooter "Enemy Front" e assistir uma demonstração de "Lords of the Fallen", ambos da produtora City Interactive, em São Paulo.

Os dois jogos têm pouco em comum: feitos pelo estúdio polônes City Interactive e distribuídos por aqui pela Bandai Namco, os games saem em 2014 e não contam com o forte investimento em marketing e propaganda típico das superproduções. Ambos chegarão ao Brasil com legendas e menus em português.

A semelhança acaba aí. "Enemy Front" é um jogo de tiro que está quase pronto e sai até o fim do primeiro semestre para PC, PS3 e Xbox 360. RPG de ação medieval, "Lords of the Fallen" ainda tem um bom caminho para percorrer até o lançamento no fim do ano para PC, PS4 e Xbox One.

De volta ao fronte europeu

"Enemy Front" é um jogo de tiro ambientado na Segunda Guerra Mundial - cenário que reinou soberano no gênero uns 10 anos atrás, mas foi ofuscado pela popularidade das guerras modernas estabelecidas em "Call of Duty 4: Modern Warfare".

UOL Jogos testou alguns estágios do game, que se mostrou mais próximo de aventuras como "Far Cry" (Ubisoft) e "Sniper Ghost Warrior" (da própria City Interactive) do que dos tradicionais "Medal of Honor" e "Call of Duty".

Nas três fases testadas (um quartel alemão no meio da noite, um hospital em uma cidade bombardeada e um depósito de explosivos), usar a furtividade e minimizar o confronto direto sempre pareceu a melhor solução. Entretanto, o game aceita outros estilos de jogo, mas esteja preparado: não precisam muitos disparos para o protagonista tombar morto.

Você controla Robert Hawkins, um jornalista correspondente de guerra norte-americano que se vê obrigado a pegar em armas e se unir à Resistência contra os nazistas em cenários como a França, a Alemanha e a Noruega, durante a Revolta de Varsóvia.

O arsenal típico da época inclui rifles, pistolas, granadas e fuzis, além de combate corpo-a-corpo. Um disparo certeiro com o sniper rende uma cena de animação que segue a bala até a vítima - herança de "Ghost Warrior", da mesma produtora.

Hawkins pode usar um binóculo para espionar os inimigos e marcar soldados, de forma bem similar ao que é feito em "Far Cry 3", por exemplo. O game apresenta um visual realista, bem diferente dos gráficos cartunescos de quando "Enemy Front" foi anunciado em 2012.

Por falar em gráficos, rodando em um PC parrudo, "Enemy Front" é um jogo lindo: efeitos de fumaça, faíscas, explosões e disparos enchem a tela com muitos detalhes. O céu é cortado pela fumaça das bombas, mas ainda é possível admirar as belas nuvens e a paisagem do game. É pouco provável que todos esses caprichos estéticos cheguem intocados aos consoles PlayStation 3 e Xbox 360.

Fantasia épica

"Lords of the Fallen" é uma aventura de fantasia épica, com combates que lembram "Dark Souls" - também distribuído pela Bandai Namco. Porém, além de mais colorido, o jogo da City Interactive não é impiedoso e aberto para a exploração como a cultuada franquia da From Software.

Você joga com Harkin, personagem com um passado sombrio, evidenciado nas diversas tatuagens em seu rosto, que o identificam como um criminoso no mundo do jogo. Esse "mau elemento" é o único herói capaz de enfrentar as forças dos deuses caídos tirânicos que governam o mundo de "Lords of the Fallen".

Harkin pode ser um ladrão, um clérigo ou um guerreiro - você define a classe inicial e isso afeta alguns detalhes da aventura, como os personagens e o 'background' de Harkin.

A classe define também os poderes e equipamento do personagem. O guerreiro começa com uma combinação de espada e escudo, o clérigo carrega um enorme martelo de duas mãos e o ladrão, um par de adagas.

Magias diferentes são ganhas em cada classe, conforme você evolui e dominar a hora certa de usar esses poderes é tão importante quanto saber quando esquivar da investida dos oponentes.

Ao menos na demo apresentada pela Bandai Namco, não haviam inimigos menores ou mais frágeis. Cada batalha parecia ser um chefão de outros jogos, com enormes guerreiros demoníacos de armadura e outras monstruosidades. A missão era bem linear, mas o cenário super detalhado e com objetos destrutíveis, assim como efeitos de partículas no choque das armas e no ambiente, flocos de neve e coisas do tipo, davam um espetáculo na tela.

Um detalhe bacana está na grande quantidade de opções de personalização: Harkin pode equipar diferentes armas e armaduras, cada qual com seu estilo e efeitos em combate.

"Lords of the Fallen" sai até o fim de 2014 para PC, PlayStation 4 e Xbox One.