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"Brasil tem muito potencial para entretenimento digital", diz CEO da Atari

Claudio Prandoni

Do UOL, em Seattle*

11/09/2014 17h48

No início deste ano, o francês Frederic Chesnais tornou-se o novo CEO da Atari, uma empresa que agora busca conciliar o sucesso de antigamente com novas ideias.

Seja lá quais forem essas ideias, o Brasil é um dos primeiros países na lista para recebê-las. "O Brasil é um país com população muito jovem, com enorme potencial para o entretenimento digital. Há anos já venho investindo no país em outras áreas", explicou Fred em conversa exclusiva com o UOL Jogos.

"Reconheço que há muitos desafios para atuar com games no Brasil, mas a marca Atari tem também um apelo muito forte no país e por isso mesmo vamos lançar nossos jogos em português".

Por exemplo, ainda neste ano sairá para smartphones e tablets totalmente em português uma nova versão de "RollerCoaster Tycoon", clássico jogo em que é possível criar e gerenciar parques de diversão.

Mas a atuação da Atari por aqui não ficará restrita aos jogos, já que Chesnais contou também que a empresa trabalhará com licenciamento de produtos oficiais da Atari no Brasil, como camisetas e outros itens.

VEJA O TRAILER DE "ROLLERCOASTER TYCOON" NO MOBILE

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Projetos variados

De fato, games não são a única frente de atuação de Chesnais por aqui. Durante a Copa do Mundo ele foi produtor executivo da série "The Real Pelé", que mostrou o cotidiano de Pelé durante o mundial de futebol.

Além disso, lançou recentemente no país o Curticard, uma espécie de cartão de crédito pré-pago com integração a redes sociais que pode ser gerenciado pelo Facebook e oferece prêmios virtuais.

Parte desse empreendedorismo parece influenciar também a Atari: "Estamos pensando em outras iniciativas fora dos jogos. No início de 2015 vamos ter um aplicativo de fitness 'gamificado'. Quanto mais você se exercita, mais vidas ou energia você vai ter no game", revela Chesnais.

"Outra iniciativa em que estamos trabalhando é um tablet, que já viria com jogos antigos instalados nele, mas ainda não temos uma data de lançamento", comenta Chesnais, prenunciando uma volta da Atari à produção de hardware.

ASTEROIDS 2

  • Divulgação

    Clássico da empresa nos anos 80, "Asteroids" receberá uma sequência bem diferente em 2015

Durante a conversa, o executivo revelou também que a Atari está desenvolvendo uma continuação para "Asteroids", mas bem diferente da proposta do jogo original:

"No original você controlava uma nave e tinha que destruir os asteróides. Desa vez, você pousou no asteróide e agora deve minerar e sobreviver, com elementos cooperativos. A ideia é fazer algo parecido com 'DayZ' e 'Rust', em que há muita cooperação e um pouco de 'survival' também".

"No passado já fiz vários jogos de survival, com zumbis e outras criaturas, então me sinto confortável para lidar com o gênero. Sem contar que não queríamos fazer um jogo de tiro. A idéia é lançar em 2015".

  • Divulgação

O simulador de parada gay

Uma das propostas mais inusitadas desta 'nova' Atari é "Pridefest", um simulador de parada gay: "O DNA da Atari sempre foi de tentar fazer jogos inovadores. Por que não fazer um jogo assim?", responde Chesnais quando questionado sobre como surgiu a idéia do game.

"Há mais ou menos 3 ou 4 anos eu já planejava fazer um jogo destinado à comunidade LGBT. Inclusive, cheguei a fazer um projeto de um jogo para Wii, mas nenhuma publisher se interessou. Então, quando comprei a Atari, percebi que esse era o momento para fazer esse jogo".

Pouco foi divulgado sobre o game, mas o executivo explicou que tudo acontece em uma cidade cinza que vai ficando mais colorida e animada conforme você organiza paradas.

"Acreditamos que vai ser bem divertido, em nossos testes a recepção tem sido muito boa e temos membros da comunidade LGBT nos ajudando para ter certeza de que o jogo seja mesmo relevante".
 

  • Divulgação

    Simulador de parada gay será o primeiro jogo da Atari voltado ao público LGBT

* O jornalista viajou a convite da Riot